Natureza

Cientistas encontram mamífero da época dos dinossauros considerado extinto

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Em meio à floresta tropical da Indonésia, uma câmera casualmente posicionada conseguiu capturar algo incrível para os cientistas: imagens de um pequeno mamífero peludo, adornado com espinhos e dotado de um bico.

A Zaglossus attenboroughi, considerada extinta, ressurgiu diante das lentes, após mais de seis décadas limitada aos registros de museus.

Essa espécie é reconhecida como equidna, compartilhando com o ornitorrinco a peculiaridade de serem os únicos mamíferos que depositam ovos.

James Kempton, biólogo e professor da Universidade de Oxford, liderou a expedição nas Montanhas Ciclope, na Indonésia, que resultou na “redescoberta” desse fascinante animal.

Em uma entrevista à rádio britânica NPR, Kempton compartilhou a estratégia da equipe, que implantou 80 câmeras pela floresta durante mais de um mês.

Ele conta que tudo se resumiu naquele exato momento, uma vez que foi a última imagem, do último dia de expedição, com o último equipamento montado.

O pesquisador também esclareceu que a comunidade científica considera que a Zaglossus attenboroughi tem raízes que remontam a cerca de 200 milhões de anos, uma época em que a Terra ainda estava em sua juventude.

Isso coloca os equidna na categoria de “fósseis vivos”, testemunhas vívidas de um passado distante.

Via BBC

Sobre as equidnas

As equidnas, especificamente a Zaglossus attenboroughi, são parte de um grupo que se classifica como mamífero peludo monotremado.

Isso significa que são uma das poucas espécies de mamíferos que põem ovos em vez de dar à luz filhotes vivos. Elas pertencem à ordem dos monotremados, que inclui também o ornitorrinco.

Existem quatro espécies de equidnas atualmente, embora todas apresentem riscos graves de extinção.

A aparência peculiar das equidnas é notável. Elas têm um corpo coberto de pelos, espinhos e um bico alongado, semelhante ao de um tamanduá. Seus espinhos são, na verdade, pelos modificados e são uma característica de defesa contra predadores.

Quando ameaçadas, as equidnas se enrolam em uma posição semelhante à de um ouriço, protegendo assim a maior parte de seu corpo.

Além da reprodução única por ovos, as equidnas também possuem outras características distintivas.

Elas têm uma língua extensível e pegajosa, que usam para capturar insetos, larvas e formigas, que compõem grande parte de sua dieta. Sua capacidade de detectar presas é auxiliada por um focinho sensível.

As equidnas são encontradas principalmente na Austrália e na Nova Guiné, habitando uma variedade de ambientes, desde florestas até regiões semiáridas.

São animais solitários e noturnos, preferindo se manter fora do alcance da luz solar direta.

A longevidade desses animais é notável, podendo viver até 50 anos em cativeiro. Apesar de sua aparência única e comportamentos peculiares, as equidnas são animais fascinantes que desempenham um papel interessante na história evolutiva dos mamíferos.

Via Men’s Journal

Ausência desse mamífero peludo

A ausência da Zaglossus attenboroughi por mais de 60 anos se deve a vários fatores.

Primeiramente, esses animais são conhecidos por serem criaturas elusivas e discretas, o que dificulta sua detecção, mesmo em ambientes naturais.

Sua habilidade de se camuflar na vegetação e de evitar a interação com seres humanos contribui para a escassez de observações.

Além disso, as áreas em que as equidnas habitam, como as florestas tropicais da Indonésia, muitas vezes são vastas e de difícil acesso.

A topografia acidentada e a densa vegetação podem dificultar as expedições de pesquisa e tornar desafiador o monitoramento constante da população de animais.

A Zaglossus attenboroughi também se classifica como uma espécie em perigo crítico de extinção, o que significa que sua população é extremamente pequena e enfrenta ameaças significativas, como perda de habitat, caça ilegal e mudanças ambientais.

Esses fatores podem ter contribuído para a diminuição da população e para a falta de avistamentos ao longo do tempo.

A redescoberta desse mamífero peludo destaca a importância da conservação e da pesquisa contínua para monitorar e proteger espécies ameaçadas.

Além disso, a utilização de tecnologias modernas, como câmeras de armadilhagem, mostra-se crucial para detectar animais raros e contribuir para seus esforços de preservação.

 

Fonte: CNN, Wikipedia

Imagens: BBC, Men’s Journal

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