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Cientistas encontraram a melhor hora e lugar para morar na Via Láctea. E não é na Terra

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Desde os primórdios da humanidade, o ser humano é fascinado pelo seu próprio fim. Não é à toa que histórias que exploram o fim do mundo fazem tanto sucesso na ficção. São vários os livros que debatem a destruição do mundo. Todos se lembram de “O Dia Depois de Amanhã” ou “2012”. Ou seja, a cultura pop está sempre retratando o tema.

Todos nós sabemos que, em algum momento, o mundo em que vivemos vai acabar. Tanto que, o que não faltam, são previsões para o fim. E com tudo o que está acontecendo no mundo, imaginar o fim dele nem parece mais algo tão irreal e improvável de acontecer.

Cada vez mais parece que a vida existir em nosso planeta é uma questão de pura sorte. E segundo uma nova análise da história da Via Láctea, o melhor momento e lugar para surgir vida não é na Terra, ou agora. Isso aconteceu há mais de seis bilhões de anos na periferia da galáxia.

Lugar

Esse lugar específico no espaço e tempo teria proporcionado a um mundo habitável a melhor proteção contra as explosões de raios gama e supernovas que explodiram o espaço com uma radiação mortal.

Aproximadamente quatro bilhões de anos atrás, as regiões centrais da galáxia, incluindo o sistema solar, se tornaram mais seguras do que as periferias. Elas ficaram seguras o suficiente para que a vida surgisse.

“Nosso trabalho mostra que, até 6 bilhões de anos atrás, excluindo as regiões periféricas da Via Láctea, que tinham relativamente poucos planetas, devido à alta formação de estrelas e baixa metalicidade, os planetas estavam sujeitos a muitos eventos explosivos capazes de desencadear uma extinção em massa”, explicou o astrônomo Riccardo Spinelli, da Universidade de Insubria e do Instituto Nacional de Astrofísica (INAF) da Itália.

E essas explosões cósmicas são eventos bastante energéticos, como explosões de raios gama e supernovas. Eles enviam uma radiação cósmica pelo espaço tão intensa que o resultado pode ser mortal para a vida.

Explosões cósmicas

Nem mesmo a Terra está imune disso. Tanto que as extinções em massa ao longo da nossa história são associadas a supernovas. Como por exemplo, a  extinção do Plioceno final há 2,6 milhões de anos e a extinção do Devoniano Superior há 359 milhões de anos. As explosões de raios gama são bastante raras, mas bem mais poderosas do que as supernovas.

Esses dois eventos são ligados aos ciclos de vida das estrelas. É acreditado que as explosões de raios gama sejam lançadas de estrelas em colapso em estrelas de nêutrons ou buracos negros. Além disso, também se sabe que elas podem acontecer quando as estrelas de nêutrons se fundem.

“As supernovas são mais frequentes em regiões de formação de estrelas, onde estrelas massivas são formadas. As explosões de raios gama, por outro lado, preferem regiões de formação de estrelas que ainda são pouco engolfadas por elementos pesados. Nessas regiões, estrelas massivas que são formadas por gás pobre em metais perdem menos massa durante sua vida devido aos ventos estelares. Portanto, essas estrelas são capazes de se manter em rápida rotação, condição necessária para poder lançar, uma vez formado um buraco negro, um poderoso jato”, disse o astrônomo Giancarlo Ghirlanda, do INAF.

Seguros

Então para saber os lugares mais seguros para a vida, os pesquisadores modelaram, de forma cuidadosa, a história da Via Láctea. Enquanto faziam isso eles prestaram atenção ao surgimento de regiões com uma maior probabilidade de abrigar supernova ou então atividade de explosão de raios gama.

Com isso, o modelo deles previu que as regiões internas da galáxia teriam se formado mais rapidamente do que as periferias. Por conta disso, a Via Láctea interna teria sido bem mais  ativa na formação de estrelas e nas explosões cósmicas. Com o passar do tempo a taxa de formação de estrelas nessa região diminuiu. No entanto, ela aumentou nas regiões externas da galáxia.

“Excluindo as regiões muito centrais, a menos de 6.500 anos-luz do centro galáctico, onde as explosões de supernovas são mais frequentes, nosso estudo sugere que a pressão evolutiva em cada época é determinada principalmente por GRBs. “Embora sejam eventos muito mais raros do que as supernovas, os GRBs são capazes de causar uma extinção em massa de distâncias maiores: sendo os eventos mais energéticos, são as bazucas com maior alcance”, ressaltou Spinelli.

Por mais que as periferias da Via Láctea já tenham sido mais seguras do que as regiões do meio, agora a situação parece estar melhor para nós, pelo menos. Segundo a análise feita pelos pesquisadores, nos últimos 500 milhões de anos, os arredores da Via Láctea provavelmente teriam sido esterilizados por conta de duas, ou cinco, longas explosões de raios gama. Por conta disso, a localização do nosso sistema solar ficou mais segura do que nunca.

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