Ciência e Tecnologia

Cientistas estão preocupados que fim dos satélites Terra, Aqua e Aura, da NASA, prejudiquem os estudos do nosso Planeta

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O satélite Terra, Aqua e Aura, mantidos pela NASA, têm vigiado o nosso planeta Terra por mais de duas décadas, mas, agora, são alvo de preocupação por parte dos cientistas.

Suas missões incluem a previsão do clima, a gestão de incêndios florestais e a vigilância de derramamentos de petróleo, fornecendo dados cruciais para os cientistas.

No entanto, em algum momento no futuro próximo, esses satélites serão desativados, encerrando suas transmissões.

O dilema é que uma quantidade significativa dos preciosos dados que esses satélites acumularam ao longo dos anos provavelmente será perdida para sempre.

Além disso, não existem planos para substituir os serviços de monitoramento que esses três satélites oferecem.

Susan Solomon, uma renomada química atmosférica do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, expressou sua preocupação, descrevendo a perda desses dados como tragicamente lamentável.

Ela ressaltou a importância de entendermos melhor como nosso planeta nos afeta e como estamos impactando-o, enfatizando a necessidade urgente de concentração nessa questão.

Áreas afetadas

Via Wikimedia

Uma das áreas críticas que sofrerão é a estratosfera, onde reside a camada de ozônio, cuja monitorização ocorre pelo instrumento a bordo do satélite Aura.

Ross J. Salawitch, cientista atmosférico da Universidade de Maryland, alerta que, após o desligamento do satélite Terra, Acqua e Aura, nossa capacidade de visualizar a estratosfera e seu conteúdo será consideravelmente reduzida.

O especialista enfatizou a importância dos dados fornecidos pela sonda, destacando sua relevância crítica.

Esses dados revelaram, entre outras descobertas, os impactos nos níveis de ozônio resultantes dos incêndios florestais ocorridos na Austrália entre o final de 2019 e o início de 2020, assim como da erupção vulcânica submarina próxima a Tonga em 2022.

Contraponto

Jack Kaye, diretor associado de pesquisa da Divisão de Ciências da Terra da NASA, reconheceu as preocupações expressas pelos pesquisadores em relação ao encerramento da missão Aura.

Contudo, ele argumentou que outras fontes de dados, incluindo instrumentos em satélites mais recentes, tanto na Estação Espacial Internacional (ISS) quanto em órbita terrestre, ainda ofereceriam uma visão substancial das atividades atmosféricas.

No entanto, para muitos cientistas dedicados ao estudo do Planeta Azul, isso não é suficiente.

William B. Gail, ex-presidente da Sociedade Meteorológica Americana, ilustrou esse ponto com um exemplo. No caso de colapso de uma plataforma de gelo na Groenlândia, a confirmação de que a mudança repentina veio de um desabamento só aconteceria se houvesse medições dos níveis do mar antes, durante e depois do evento.

Nasa está se preparando

De acordo com um artigo do jornal norte-americano, no ano passado a NASA consultou especialistas sobre o impacto do término das missões do satélite Terra, Aqua e Aura em seus trabalhos.

Mais de 180 especialistas responderam, expressando preocupações sobre a ampla gama de dados dos satélites. Isso inclui informações sobre partículas na fumaça de incêndios florestais, poeira do deserto, plumas vulcânicas, medições da espessura das nuvens e mapas detalhados de florestas, pastagens, zonas úmidas e culturas em todo o mundo.

Eles destacaram que existem fontes alternativas para essas informações. Contudo, elas podem ser menos frequentes, ter resolução mais baixa ou estar disponíveis apenas em determinados horários do dia.

O término das missões do satélite Terra e Aqua também impactará a monitoração de outro fator climático importante: a quantidade de radiação solar que o planeta recebe, absorve e reflete de volta para o espaço.

Para compreender essa dinâmica, os cientistas dependem do Sistema de Energia Radiante da Terra e das Nuvens (CERES, na sigla em inglês) da NASA.

Atualmente, quatro satélites estão equipados com esses instrumentos: Terra, Aqua e dois mais recentes, que também estão chegando ao fim de suas vidas úteis. No entanto, está prevista apenas uma substituição, que terá uma duração estimada de apenas cinco anos.

Segundo cientistas, nos próximos 10 anos, a redução será de quatro missões para uma e a que permanecer já terá ultrapassado seu ápice.

Via Wikimedia

Trocar o satélite Terra, Aqua e Aura por outros?

Segundo observações do NYT, o futuro pode estar em instrumentos mais compactos e leves, que chegam ao espaço de forma mais econômica e eficiente.

A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) está desenvolvendo uma frota desse tipo para monitorar o tempo e o clima.

Além disso, Norman G. Loeb e outros especialistas da agência espacial dos Estados Unidos estão trabalhando em um instrumento leve para dar continuidade às medições do balanço energético da Terra.

No entanto, Loeb ressalta que, para que essas tecnologias sejam eficazes, é crucial que comecem a ser implantadas antes que os satélites atuais sejam desativados.

Ele aponta a importância de ter um período de adaptação para compreender as discrepâncias e resolver quaisquer problemas. Caso contrário, será desafiador ter confiança nas medições sem a oportunidade de compará-las com as medições atuais.

 

Fonte: Globo

Imagens: Wikimedia, Wikimedia, Wikimedia

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