Ciência e Tecnologia

Colisões fizeram planeta rico em água ser mais denso que o aço; saiba como

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O TOI-1853b é um gigante planetário que surgiu de forma curiosa, e colisões o fizeram mais denso do que o aço terrestre.

Ele possui o tamanho de Netuno, porém, com quase o dobro da massa de qualquer outro planeta de tamanho semelhante já detectado.

Embora atualmente seja predominantemente composto por rochas, estudos recentes sugerem que, em um passado distante, este astro era rico em água.

De acordo com uma nova pesquisa publicada por uma equipe internacional na revista Nature em 30 de agosto, a composição incomum deste recém-descoberto mundo foi moldada por prováveis colisões planetárias, desafiando as teorias convencionais de formação e evolução planetária.

Os cientistas propõem que TOI-1853b tenha se originado a partir de impactos gigantescos que eliminaram grande parte de sua água e atmosfera mais leve, resultando em uma abundância de rochas.

Atualmente, sua densidade é notavelmente elevada, indicando que ele é composto por uma proporção maior de material rochoso do que o que seria normalmente esperado.

TOI-1853b é surpreendente

O coautor do estudo, Phil Carter, da Escola de Física da Universidade de Bristol, na Inglaterra, observa que conhecemos muito sobre os sistemas exoplanetários, mas eles ainda nos surpreendem. Com o TOI-1853b não foi diferente, pois sua massa e composição se aproximam bem mais de elementos não-terrestres, como o gelo de Netuno e Urano.

Para compreender mais sobre a existência de uma densidade tão alta em um exoplaneta, os cientistas tentaram modelar prováveis impactos de alta velocidade. Eles seriam capazes de remover a atmosfera mais leve e a água.

“Descobrimos que o corpo planetário inicial provavelmente precisaria ser rico em água e sofrer um impacto gigante extremo a uma velocidade superior a 270.000 km/h para deixar o TOI-1853b da forma como ele é observado hoje”, afirma Carter.

Descoberta

Para Jingyao Dou, coautor da pesquisa e também especialista da Escola de Física de Bristol, TOI-1853b é “muito surpreendente”. Afinal, especialistas esperam que planetas formados com tanta rocha se tornem gigantes gasosos como Júpiter, que têm densidades semelhantes à da água.

Agora a equipe tentará obter observações mais específicas e acompanhar esse astro denso como aço.

Zoë Leinhardt, professora associada de Bristol, afirma que não tinha como investigar esses impactos antes, pela falta de tecnologia. Por isso, não era algo esperado.

Ela colaborou com a pesquisa e continua nos estudos, afirmando que existe muito a realizar ainda. Simulações e análises permitirão saber mais sobre como funciona esse planeta extremamente gelado e líquido.

Sem perspectiva de vida

Apesar das comprovações de que TOI-1853b teve água em seu passado distante, é importante ressaltar que as condições atuais desse planeta não oferecem perspectivas favoráveis para a existência de vida como a conhecemos. Ele se caracteriza por sua densidade extrema e composição rochosa predominante.

A combinação de fatores como a ausência de uma atmosfera significativa e temperaturas provavelmente extremamente hostis tornaria altamente improvável que formas de vida complexas ou mesmo micro-organismos pudessem sobreviver ou se desenvolver nesse ambiente planetário singular.

Portanto, TOI-1853b, embora intrigante do ponto de vista científico, parece ser um mundo inóspito em termos de habitabilidade.

Alguns cientistas procuram nesses planetas indícios de outras sobrevivências, e não apenas humana, mas também microbiótica. Isso seria um salto surpreendente na ciência, gerando esperança para outras descobertas nesse sentido.

Contudo, apesar das novidades que acompanham esse e outros planetas recentemente descobertos, ainda caminhamos lentamente para conhecer o universo em toda sua composição. Além disso, estamos a anos-luz de encontrar outras formas de vida em planetas com as mesmas condições da Terra.

Por isso, permanecem os estudos para entender mais sobre o TOI-1853b, mas somente em sua estrutura e composição física.

 

Fonte: Revista Galileu

Imagens: Revista Galileu, Tecmundo

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