Quem tem um cãozinho em casa sabe o que é contar sempre com um amor e apoio incondicional. Os animais aparecem no topo da lista de maiores companheiros das pessoas por nunca abandonarem seus donos. E isso pode ser até literal demais, tanto que todos os tutores de cachorro sabem que o animal os segue pela casa toda a todo momento.
Mas será que existe alguma razão para o animal seguir o seu humano? Essa tendência em seguir o humano varia conforme a raça do cachorro. Por exemplo, as terrier prezam pela sua independência, já os chihuahuas que foram criados para serem companheiros, provavelmente irão seguir sempre o seu tutor. E até mesmo raças que são criadas para agirem conforme o comando dado, como Border Collies e Labradores Retrievers, podem ter esse hábito.
Mesmo que pareça uma coisa boba, o fato de o cão seguir seu tutor significa mais do que pode aparentar. O comportamento pode ser parte da rotina diária do animal, ou então uma forma de antecipar o momento do passeio ou da refeição. Isso acontece porque os cachorros são inteligentes e se lembram de padrões e rotinas.
Motivo
No entanto, às vezes, o comportamento pode ser um pedido de atenção. Mas é importante ter cuidado porque ele pode ir de inofensivo a um risco para a segurança do animal se ele for excessivo. Além disso, o medo de fogos de artifício, tempestades, ou algo que o assuste pode fazer com que o cachorro corra para perto do seu tutor por ver nele um porto seguro.
Mas esses não são os únicos motivos. O tédio também pode ser uma motivação. Até porque, se não tem muito acontecendo ao redor dele, o tutor é o centro da atenção. E, às vezes, eles usam isso como uma forma de falar que precisam fazer suas necessidades ou que estão com algum problema de saúde.
Já no caso de cachorros idosos, eles podem ter esse comportamento por causa da síndrome de disfunção cognitiva (CDS), que é parecida com a demência nos humanos. E o aumento do apego com o tutor pode ser um indicativo de outros problemas de saúde.
Controlando o comportamento
Por mais que o comportamento seja uma coisa inofensiva, ele pode acabar sendo um problema se for em excesso. Por isso que existem algumas formas de controlar esse comportamento, como por exemplo, exercícios regulares e recompensas dadas quando o cachorro tem comportamentos independentes.
No caso desse comportamento ficar extremamente frequente ou começar do nada em um cachorro que era independente, o melhor a ser feito é buscar ajuda veterinária. E um exame físico completo pode descartar algum problema médico.
Cachorro
Os tutores de cachorros percebem que esses animais parecem não somente entender o que o dono quer dizer, mas também a forma e o tom que eles dizem as coisas. Justamente por conta desse comportamento, vários estudos recentes mostram percepções bem surpreendentes a respeito das formas como os cachorros estão programados para conseguirem se comunicar com as pessoas.
O estudo mais recente desse tipo descobriu que os cachorros podem entender a diferença entre as ações acidentais e as intencionais dos seus donos. Além desse, outro estudo mostrou que mesmo quando o filhote cresce mais perto de outros cachorros do que de humanos, eles ainda assim conseguem compreender melhor as ações humanas do que filhotes de lobos que são criados com pessoas.
“As habilidades comunicativas dos cães os posicionam de maneira única para preencher o nicho que eles fazem ao lado dos humanos. Muitas das tarefas que eles realizam para nós, agora e no passado, ou seja, pastorear, caçar, detectar, agir como cães de serviço, são facilitadas por sua capacidade de compreender nossas pistas”, disse Emily Bray, pesquisadora de cognição canina da Universidade do Arizona, em Tucson.
Para ter certeza disso, os pesquisadores fizeram um experimento no qual uma pessoa e um cachorro foram separados por uma barreira de plástico que tinha uma lacuna pequena no meio para a mão da pessoa passar. Além disso, essa barreira não estava na sala inteira. Então, os cachorros podiam contorná-la se quisessem.
No experimento, as pessoas passaram a guloseima para os cachorros de três formas diferentes. A primeira, eles ofereceram a guloseima, mas deixavam-na cair do seu lado da barreira e diziam “oops”. Na segunda, tentaram passar a guloseima, mas a lacuna era bloqueada. E na terceira, ofereciam a guloseima, mas depois puxavam o braço para trás e riam.
Ao todo, os pesquisadores tentaram essas formas com 51 cachorros e cronometraram o tempo que cada um deles levou para contornar a barreira e pegar a guloseima.
Feito isso, os resultados mostraram que os animais esperaram bem mais para recuperar a guloseima quando a pessoa a segurou de forma proposital do que quando a pessoa a deixou cair ou não a passou pela barreira. Esses resultados sugerem que os cachorros conseguem distinguir as ações das pessoas, se ela é ou não intencional, e então respondem de acordo.
Fonte: Socientifica, Science alert
Imagens: Socientifica, Science alert
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