Natureza

Como baleias podem ensinar cientistas a falar com alienígenas

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Se tem alguma coisa que a ciência nunca imaginou antes era falar com baleias para descobrir como contatar alienígenas.

Tudo começou em 2021, na região de Frederick Sound, no Alasca, onde uma equipe de seis cientistas do Instituto de Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI), localizado na Califórnia, emitiu sons por meio de um alto-falante subaquático para um grupo de baleias jubarte.

Essa foi a quarta tentativa da equipe para interagir com os mamíferos marinhos. No entanto, desta vez, uma baleia se separou do grupo e se aproximou do barco da equipe, respondendo ao som.

A equipe está certa de que essa conversação pode ter sido a primeira “conversa” intencional entre pessoas e baleias em toda a história.

Os sons emitidos pelos cetáceos são complexos e inteligentes, semelhantes à linguagem usada pelos seres humanos ou, possivelmente, por extraterrestres.

Agora, finalmente conseguimos uma decodificação do “baleiês”, e as previsões ajudariam a nos comunicarmos com seres de outros planetas, se algum dia encontrarmos algum.

Via Pexels

Transcrição

A pesquisadora Brenda McCowan, encarregada da transmissão dos sons, ajustou a cadência dos ruídos das baleias para corresponder à dos humanos e conseguir falar com baleias.

Para manter o animal envolvido, ela começou a sincronizar a latência com a nossa. Se o animal esperava dez segundos, a equipe esperava também. Com isso, foi possível se sincronizar.

Existem gravações em que baleias imitam a linguagem de outras espécies, e até mesmo tentam reproduzir os sons humanos. No caso de Twain, os pesquisadores utilizaram a “linguagem” das baleias jubarte, o que pode explicar algum nível de reconhecimento ou até mesmo de compreensão por parte do animal.

Diferentes línguas

Ao contrário dos humanos, o sentido principal para falar com baleias vem da audição.

Os cetáceos misticetos, como as baleias jubarte, francas e azuis, possuem uma laringe especial que produz sons de frequência ultrabaixa capazes de viajar grandes distâncias no mar.

Por exemplo, as baleias azuis emitem sons tão baixos quanto 12,5 hertz, chamados infrassons, que estão abaixo do limite da audição humana.

Os cetáceos evoluíram ao longo de 50 milhões de anos para desenvolver e perceber uma variedade de sons complexos.

Eles dependem do som para se comunicar entre si, navegar, encontrar parceiros e alimentos, proteger seus territórios e evitar predadores.

Mesmo assim, o canto das baleias jubarte é considerado um dos mais complexos no reino animal. A primeira gravação foi feita em 1952 pelo engenheiro da marinha dos EUA, Frank Watlington. Mas apenas 20 anos depois biólogos conseguiram identificar os padrões para avançar na pesquisa.

Falar com baleias é inédito

Via Pexels

Acredita-se que a interação entre humanos e baleias na linguagem das jubartes seja a primeira já feita.

Esta interação ocorreu com o grupo familiar de Twain, indicando possivelmente algum reconhecimento, talvez até autorreconhecimento.

No entanto, estudar baleias têm seus desafios. Por exemplo, é difícil encontrar a localização certa. E para realizar estudos precisos, os pesquisadores precisam repetir o experimento com diferentes grupos de baleias.

Ainda, classificar e entender os sinais de cada baleia também demora, apesar da tecnologia estar acelerando isso.

Será que deveríamos?

A questão de se devemos falar com as baleias levanta preocupações sobre como essa habilidade poderia ser usada, por exemplo, para caçá-las.

Tecnologias como o sonar já foram usadas para localizar e perturbar as baleias, facilitando o abate.

Samantha Blakeman, do Centro Nacional de Oceanografia dos EUA, sugere que talvez devêssemos ouvir mais e falar menos quando se trata de interação com as baleias.

Ela adverte sobre o perigo de estudar esses animais, enfatizando a importância de abordar a pesquisa de forma imparcial.

Blakeman destaca a importância das baleias no ecossistema marinho, e como eles estão ameaçados de extinção. Além disso, as baleias desempenham um papel crucial ao produzir fertilizantes naturais, melhorando os nutrientes da água.

Além disso, as baleias desempenham um papel importante no ciclo do carbono da Terra. O plâncton marinho captura carbono por meio da fotossíntese, e ajuda a alimentar as baleias.

Quando elas morrem, afundam no oceano, armazenando o carbono fora da atmosfera por longos períodos.

Por isso, é preciso ter atenção ao usar essa tecnologia de falar com baleias, usando a linguagem para estudos e, quem sabe, comunicação extraterrestre.

No futuro, espera-se que esse trabalho aprofunde a conexão entre os humanos e a natureza, permitindo uma compreensão mais profunda dos sistemas de comunicação de diversas formas de vida.

 

Fonte: Aventuras na História, Terra

Imagens: Pexels, Pexels

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