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Sentiu cheiro ruim no vinho? Estudo descobriu o culpado

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O vinho é uma das bebidas mais antigas que se tem conhecimento na história da humanidade. E com o passar do tempo, o amor pela bebida se manteve entre as pessoas. Contudo, uma coisa que mudou foi a maneira como o vinho pode ser vendido.

No Brasil, os vinhos enlatados ainda não fazem muito sucesso, mas é possível que em breve mais opções dessa maneira sejam vistas ao lado das latas de refrigerante nos supermercados.

Contudo, por mais que essa forma de se vender e beber vinho possa ser bem prática, ela enfrenta um problema que pode ser algo que faça com que sua popularidade não fique tão alta: o cheiro ruim. Mas ao contrário do que muitos podem pensar, isso não está relacionado com a qualidade do vinho.

De acordo com um novo estudo, o culpado por isso foi descoberto. E o cheiro ruim vem pela combinação de fatores da interação da bebida, com o revestimento interno e a lata. A descoberta começou quando produtores de vinho abordaram Gavin Sacks, professor de ciência de alimentos na Faculdade de Agricultura e Ciências da Vida da Universidade Cornell, que é uma das principais instituições agrícolas do mundo, para falar a respeito dos problemas com a qualidade da bebida em lata. Dentre os problemas ditos pelos produtores estava a corrosão, vazamentos e cheiro ruim, parecido com o cheiro de ovo podre.

Além disso, os produtores garantiram que seguiam todas as recomendações dos fornecedores de lata, mas que mesmo assim o mau cheiro podia ser sentido. E isso não era visto quando a bebida estava em garrafas.

Estudo

Revista ADEGA

Por conta disso, Sacks foi investigar para descobrir qual era o problema na relação do vinho com as latas. Para seu estudo ele se uniu à outra professora da faculdade, Julie Goddard.

Os dois então começaram a fazer vários experimentos, tendo como base a composição química dos vinhos comerciais. Depois disso, eles fizeram a avaliação dos aspectos de corrosão e dos cheiros estranhos que foram relatados.

O estudo foi bem intenso porque existiam vários compostos que poderiam ser o problema. Durante oito meses, os pesquisadores armazenaram amostras de vinho em diferentes latas com diferentes revestimentos internos, sob diferentes condições de armazenamento. Além disso, eles também criaram o próprio vinho, que tinha compostos específicos, para poderem avaliar se algum deles iria ser a razão do problema.

Mau cheiro do vinho

Olhar digital

A conclusão a que eles chegaram em todas suas abordagens foi que o culpado da corrosão e do mau cheiro era uma forma molecular de dióxido de enxofre. Os produtores usam esse composto como um antioxidante e antimicrobiano.

Contudo, o revestimento interno das latas não impedia totalmente que existisse uma interação entre o dióxido de enxofre do vinho com o alumínio da lata. Como resultado dessa interação, um terceiro produto era formado, o sulfeto de hidrogênio. É justamente ele que tem um cheio ruim descrito como sendo de ovo podre.

E qual seria a solução para esse problema? De acordo com os pesquisadores, os produtores têm que diminuir a concentração de dióxido de enxofre e mudar o revestimento interno das latas.

De acordo com o Phys,org, a solução é trabalhar abaixo do “limite” do que daria errado. Mesmo assim é possível que existam problemas na oxidação, mas ela diminui com as soluções propostas pelo estudo.

Produção

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Para os amantes de vinho e que não querem comprar a bebida enlatada e nem as engarrafadas já prontas, é sim possível fazer o próprio em casa. “É possível, mas é trabalhoso. E, em geral, um vinho caseiro será um vinho mais simples”, ponderou Deco Rossi, especialista em vinhos da Winet.

Para que se produza o vinho em casa é preciso, claro, de um mínimo de conhecimento e da aparelhagem necessária, como por exemplo, o recipiente para maceração, tanque para fermentação e garrafas para colocar o líquido. Além disso, também é importante escolher uma boa uva.

Com as chamadas “uvas de mesa”, do tipo bordô ou isabel, é possível fazer um vinho mais simples, mais suave e docinho. No entanto, conforme Rossi pondera, essas uvas não têm muito açúcar para sua fermentação. Por conta disso, é preciso adicionar açúcar no preparo.

Já as uvas Vitis vinifera, que são usadas para vinhos mais complexos, como por exemplo cabernet sauvignon, malbec e sirah, têm menos água e mais açúcar em sua composição natural. É isso que as ajuda a fermentar, de forma espontânea, para dar origem ao álcool. “No entanto, às vezes, é preciso comprar levedura para fazer essa fermentação”, ressalta o especialista.

Em comparação com a cerveja artesanal, que virou moda e uma realidade há alguns anos no Brasil por conta da grande oferta dos seus ingredientes, o vinho artesanal não é tão popular. Até porque é preciso levar em consideração a sazonalidade das uvas Vitis vinifera, que acontece uma vez por ano.

Se mesmo assim você quiser fazer um vinho em casa, é preciso ter uma atenção com o ambiente, que deve ser esterilizado para evitar contaminações, e também ter sulfito para a conservação do seu vinho e as garrafas com rolha para armazenar a bebida.

Por fim, Rossi destaca que sem investir em equipamentos e cursos de aprofundamento, o resultado que a pessoa conseguirá em casa será um vinho simples que estará ali à disposição para qualquer ocasião em casa.

Fonte: Olhar digital

Imagens: Olhar digital, Revista ADEGA

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