Natureza

Como é o ‘tubarão fantasma’ achado no breu do fundo do mar

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Cientistas identificaram uma nova espécie de tubarão fantasma nas profundezas do Mar de Andamão, ao largo da costa da Tailândia.

Conhecida como Chiamera supapae, esta criatura é um peixe cartilaginoso caracterizado por uma cabeça volumosa e olhos fluorescentes e proporções gigantescas, conforme relatado pela revista Live Science.

Este tubarão fantasma recém-descoberto pertence à ordem dos quimeriformes. Eles estão entre os peixes mais antigos ainda existentes no planeta.

A descoberta foi documentada em um artigo publicado na revista Raffles Bulletin of Zoology.

De acordo com David Ebert, diretor do Centro de Pesquisa de Tubarões do Pacífico da Universidade Estadual de San Jose, na Califórnia, EUA, “do ponto de vista evolutivo, esses quimeriformes estão entre algumas das linhagens de peixes mais antigas, tendo 300-400 milhões de anos”.

Via UOL

Espécie

Os quimeriformes são uma ordem de peixes cartilaginosos que inclui algumas das espécies mais primitivas ainda vivas no planeta. Eles têm uma longa história evolutiva que remonta a centenas de milhões de anos.

Cientificamente, pertencem à classe Chondrichthyes, que também inclui tubarões e raias.

Uma característica famosa dos quimeriformes é a presença de uma única nadadeira dorsal, o que os diferencia de outros grupos de peixes cartilaginosos que possuem duas nadadeiras dorsais.

Além disso, muitas espécies de quimeriformes possuem corpos alongados e cabeças distintas, com características morfológicas únicas.

Esses peixes vivem, frequentemente, em grandes profundidades nos oceanos, habitando encostas continentais e dorsais oceânicas. Suas adaptações os tornam capazes de sobreviver em ambientes de baixa luminosidade e altas pressões.

Os quimeriformes são geralmente predadores, alimentando-se principalmente de crustáceos, moluscos e outros animais que habitam o fundo do mar.

Sua distribuição geográfica é ampla, sendo encontrados em várias partes do mundo, desde águas temperadas até as regiões mais frias dos oceanos.

Tubarão fantasma

Via Wikipedia

Esse novo exemplar masculino foi descoberto e capturado em uma rede de arrasto nas profundezas do oceano, situada a uma profundidade entre 772 metros e 775 metros abaixo da superfície.

Os cientistas rapidamente identificaram o peixe como uma espécie desconhecida devido à sua “cabeça volumosa e focinho curto”, conforme relatado pela Science.

Os grandes e ovalados olhos do animal, que representam 32% do comprimento total da cabeça, são de cor verde e proporcionam vantagem visual nas águas escuras. Sua pele é de tonalidade marrom-escura, e destaca-se um espinho dorsal localizado no topo da cabeça.

De acordo com a revista, este novo tubarão fantasma possui 51 centímetros de comprimento e apresenta barbatanas peitorais ampliadas.

David Ebert indicou em um artigo que as expansões em forma de penas do animal provavelmente estão associadas à “sua habilidade de manobrar em ambientes rochosos de relevo elevado”.

Papel na cadeia

A descoberta desse novo tubarão fantasma é uma vitória para a classe científica-marítima, especialmente por ser de uma classe tão antiga de animais.

No entanto, ainda se sabe pouco sobre ele, de maneira específica. Por exemplo, qual sua rotina, sua forma de reprodução e seu papel na cadeia alimentar.

Vivendo nas profundezas, é difícil para os cientistas monitorarem esse animal e registrarem mais sobre suas rotinas e formas de sobrevivência. Por isso, muito do que se sabe provém de características gerais da classe.

É o caso da alimentação com crustáceos, mas as habilidades de manobra no fundo do mar seriam atrativas para um predador também de pequenas espécies.

A localização profunda, somada a esses detalhes ainda em aberto, tornam o tubarão fantasma uma espécie curiosa, ainda em estudo por parte dos especialistas.

Nos próximos meses, é possível esperar novas propostas de acompanhamento da espécie, para entender como ela se movimenta e qual o seu verdadeiro papel na natureza marinha.

No entanto, apenas a existência e catalogação desse tubarão já é um grande passo para a ciência, que descobre, cada vez mais, sobre espécies antigas de diferentes biomas.

 

Fonte: UOL

Imagens: Wikipedia, UOL

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