Uma curiosidade de muitas pessoas é sobre como era feita a higienização bucal na Idade Média. De acordo com um manuscrito egípcio do século 4 a.C. naquela época foi utilizada uma pasta feita da mistura de flores de íris, folhas de menta, pimenta e sal. Nesse mesmo período, na Grécia Antiga, o médico Diócles de Caristo começou a recomendar o uso de hortelã pulverizada. Já os romanos utilizavam um pó produzido das cinzas dos ossos e dentes de animais, ervas e areia.
No entanto, a primeira fórmula do creme como conhecemos hoje foi inventada por químicos ingleses no século 18. A receita tinha sal, carvão vegetal, pó de porcelana e de tijolo.
Já sobre as escovas de dentes, o objeto mais antigo encontrado com essa finalidade foi o ramo de planta com fibras desfiadas na extremidade, que foi descoberto numa tumba egípcia de 3 mil a.C. Já a primeira escova para higienizar os dentes foi criada em 1498, com pelos de porco, que acabavam mofando. Esse problema só foi solucionado em 1938, quando foi criada a escova com cerdas de náilon.
Pesquisa sobre a higiene bucal
Uma pesquisa realizada com os restos mortais do rei da Inglaterra Richard III objetivou descobrir como era a saúde bucal na Idade Média. Segundo o British Dental Journal, Richard III tinha uma péssima higiene bucal e possuía diversas cáries. Isso poderia indicar que os mais afortunados da época possuíam uma pior saúde bucal devido à alimentação mais rica em açúcares.
Os restos esqueléticos de Richard III foram descobertos em setembro de 2012 debaixo de um estacionamento. Anteriormente, o local era utilizado pela Igreja de Grey Friars, onde o rei foi enterrado, em 1485. De acordo com os pesquisadores, muitos dentes estavam faltando, acredita-se que por conta das cáries.
Segundo o estudo, os dentes teriam sido arrancados por cirurgiões que praticavam a odontologia na época.
Apesar do estado em que os dentes do rei foram encontrados, anos antes, entre 1412 e 1427, o professor de medicina e cirurgia da Itália, Giovanni de Arcoli, criou regras para auxiliar na prevenção dentária.
Entre as recomendações estavam evitar comer doces, enxaguar e limpar os dentes depois de cada refeição utilizando “pequenos pedaços de madeira”.
A odontologia na Idade Média
Durante a Idade Média, a medicina era praticada na maioria das vezes nos mosteiros cristãos. Já em 1163, quando a Igreja proibiu os monges de fazer as cirurgias, os barbeiros se tornaram parte da odontologia. Eles aprenderam como fazer tais procedimentos enquanto iam aos mosteiros cortar o cabelo e aparar a barba dos monges. Vale lembrar que nesse período a odontologia se resumia à extração dentária.
Os pacientes que procuravam os médicos devido a dores de dente eram encaminhados aos barbeiros, visto que eles acreditavam que o procedimento poderia deixar suas mãos grossas, roubando-lhes a destreza necessária nas cirurgias.
O serviço era realizado em ruas, casas e em barbearias. O material utilizado era precário e não usava anestesia, com isso, as extrações dentárias eram um show de horrores. Uma curiosidade é que os dentes de pessoas jovens, com grande quantidade de osso para sustentá-los, geralmente eram extraídos da cora à raiz, causando fraturas, que resultavam em diversos tipos de infecções.
Por causa da falta de higiene neste período, era comum que os dentes estivessem doentes. Com isso, tornou-se comum chamar o especialista bucal de “tiradentes”.
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