Um estudo de especialistas em Santa Catarina analisa a possibilidade de usar plantas para repelir o mosquito da dengue.
Na Universidade Comunitária de Chapecó (Unochapecó), a equipe explora novas abordagens para repelir ou erradicar as larvas do mosquito transmissor.
Isso inclui o estudo do potencial de óleos essenciais extraídos de pelo menos três diferentes espécies de plantas, como o crisântemo, para esse fim.
Embora ainda em fase de pesquisa, as descobertas sobre as propriedades repelentes dessas plantas contra o mosquito Aedes aegypti são preliminares e aguardam revisão por pares, um processo padrão antes da publicação em periódicos científicos.
Paralelamente, na busca por alternativas eficazes para combater a epidemia de dengue no Brasil, cientistas da Universidade Federal do Acre (UFAC) estão explorando o potencial de certos fungos do solo para eliminar as larvas do mosquito transmissor.
Esta linha de pesquisa também está sendo promissora na luta contra a propagação da doença no país, aproveitando a biodiversidade brasileira.
Plantas para repelir o mosquito da dengue
Segundo os cientistas da Unochapecó, existem três espécies de plantas que têm potencial para produzir óleos essenciais eficazes contra os vetores da dengue.
Inicialmente, eles estudam o óleo essencial extraído do crisântemo (Dendranthema grandiflorum). Testes iniciais demonstraram um notável efeito repelente contra o mosquito transmissor da dengue. No entanto, os pesquisadores ainda estudam o que age melhor, sendo o cheiro, textura ou emissão, por exemplo.
Enquanto isso, o óleo essencial da planta unha-de-gato (Uncaria tomentosa) também se mostrou interessante. Isso porque ele traz propriedades larvicidas interessantes para diminuir o contato com o mosquito.
Além disso, é uma alternativa que não prejudica os animais domésticos, desde que permaneça fora do contato.
Ainda, o óleo essencial da planta cataia (Drimys brasiliensis), também conhecida como casca d’anta, apresenta potencial uso como larvicida. Dessa forma, seria uma alternativa para repelir o mosquito da dengue.
A equipe estuda se manter a planta no ambiente é o suficiente, ou será necessário transformá-la em óleo extraído e concentrado. Muitas folhas expelem seus aromas e componentes para o ar, e podem ser eficientes dessa forma.
Essa pesquisa sobre métodos de repelir o mosquito da dengue recebe o apoio do governo de Santa Catarina, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).
Aumento nos casos de dengue
Iniciativas recentes, como aquelas voltadas para a descoberta de repelentes naturais contra o mosquito transmissor da dengue, ganham extrema importância no atual contexto brasileiro.
Isso porque o País está enfrentando uma crise de infestação nos últimos meses. Segundo previsões, o Brasil pode enfrentar até 5 milhões de casos da doença em 2024, conforme previsto pelo Ministério da Saúde.
Desde o início do ano, mais de 217 mil casos prováveis da doença transmitida por mosquitos foram registrados, indicando um aumento na incidência.
E vale reforçar que a preocupação é o desenvolvimento de complicações e tipos mais graves da doença, especialmente a hemorrágica. Pessoas que já tiveram contato anterior podem vivenciar sintomas complexos e até mesmo fatais.
Além das pesquisas envolvendo óleos essenciais, plantas e fungos, novas estratégias estão sendo incorporadas para combater a doença, como a liberação de mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia e o desenvolvimento da vacina Qdenga. Estas representam abordagens inovadoras na luta contra a dengue.
Enquanto isso, o governo reforça a importância de tomar medidas simples, como evitar água parada e acúmulo de entulhos na residência. Lixo, plásticos e caixas acumulados aumentam as chances do mosquito se estabelecer.
Além disso, é fundamental que os residentes interajam com as prefeituras para denunciar terrenos baldios e solicitar a dedetização. Essas ações diminuem a incidência do mosquito, enquanto outras medidas individuais aumentam a erradicação.
Fonte: Canaltech
Imagens: Flickr, Picture This
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