Curiosidades

Conheça a história de um capitão que perdeu sua fortuna ao ser enganado e comprar “sereia”

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No século 19, o capitão americano Samuel Barrett Eades perdeu sua fortuna ao comprar uma sereia falsa, que seria a mais cara do mundo.

Ele acreditava firmemente na autenticidade da “múmia” e investiu toda a sua fortuna para tê-la. Essa curiosa história foi divulgada pelo Guinness World Records.

A sereia de Fiji tinha uma aparência monstruosa, ao contrário do que se imagina popularmente.

Recentemente, o filme live-action inspirado nessa história, estrelado pela atriz americana Halle Bailey, alcançou grande sucesso nas bilheterias ao redor do mundo e estreou no Brasil em 25 de maio.

No entanto, a Ariel está longe de representar essa falsa sereia, por conta da beleza e história.

Enquanto o filme é popular pelas músicas e história de amor, a suposta “múmia” fez muito sucesso no século 19 devido à sua estranheza.

Acredita-se que esse “fóssil” tenha sido criado costurando o torso e a cabeça de um jovem macaco na metade traseira de um peixe. Essa montagem foi suficiente para convencer Eades da existência dos tritões.

Via Globo

“Hoje em dia, é difícil acreditar que Eades estava disposto a arriscar tudo pela sereia, mas naquela época ainda se debatia sobre a existência dos sereianos”, relata Sarah Peverley, especialista em sereias na cultura, professora da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, e consultora do Guinness, em comunicado.

A falsa sereia do capitão era na verdade objetos devocionais japoneses conhecidos como ningyo, que significa “peixe humano”. Elas eram feitas de arame, papel machê, pele de peixe seca e mandíbulas de símio.

Como surgiu a sereia falsa

Conforme especialistas, do século 17 até meados do século 19, o Japão adotou uma política isolacionista rigorosa, conhecida como Sakoku, que restringia o comércio e o contato com nações estrangeiras. Isso resultou em marinheiros europeus sabendo pouco ou nada sobre essas artes falsas.

Assim, como não eram conhecidas, quando chegavam até os estrangeiros e marinheiros, tornavam-se ídolos impressionantes, valendo muito dinheiro.

Com isso, a sereia de Fiji construiu sua fama, e virou tema de muitos espetáculos. Finalmente, ao ver o objeto em 1822, durante uma exibição em Batávia, onde hoje é a Indonésia, Eades acreditou sinceramente que se tratava de uma sereia real.

História de pescador

O marinheiro decidiu vender um oitavo das ações do navio mercante The Pickering, juntamente com a carga, por 6 mil dólares espanhóis. Com esse dinheiro, ele comprou a sereia falsa de marinheiros holandeses que a haviam adquirido de um pescador japonês.

O valor gasto na aquisição desse artefato foi de 5 mil dólares espanhóis, equivalente a aproximadamente US$ 126,6 mil (R$639,8 mil) nos dias de hoje. Eades utilizou o dinheiro restante da venda do navio para garantir sua passagem de volta para a Inglaterra.

Durante sua viagem de retorno, o marinheiro fez uma parada na Cidade do Cabo, na África do Sul, para exibir a “sereia”. A notícia da presença dela na cidade despertou especulações e curiosidade.

Posteriormente, milhares de pessoas pagavam para ver as exibições da múmia, lotando as ruas por meses.

No entanto, a glória de Eades foi breve. Stephen Ellery, proprietário dos outros sete oitavos do The Pickering, processou Eades por vender o navio e a carga, resultando na derrota de Eades no caso. Por isso, ele foi obrigado a passar o resto de sua vida no mar para saldar sua dívida.

Via MegaCurioso

Lenda

A “múmia de sereia” acabou sendo considerada falsa por cientistas. Apesar disso, ela se tornou uma curiosidade e foi levada para a Grã-Bretanha e possivelmente para outros países europeus ao longo dos anos.

Posteriormente, o filho de Eades vendeu o artefato para Moses Kimball, do Museu de Boston, nos Estados Unidos, que o levou ao famoso showman americano P.T. Barnum.

Barnum, que foi tema do filme “O Rei do Show” (2017), criou uma história fictícia sobre a origem da sereia, alegando que ela era prisioneira em Fiji, no Pacífico Sul, o que a tornou famosa como a sereia de Fiji.

O showman Barnum soube aproveitar a mídia e a ajuda de um falso cientista para despertar um grande interesse do público. Hoje, apenas desenhos da sereia permanecem.

Por fim, acredita-se que o artefato desapareceu em um dos incêndios que ocorreram nas coleções de Barnum nas décadas de 1860 e 1880.

 

Fonte: Revista Galileu

Imagens: MegaCurioso, Globo

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