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Conheça Éris, o “quase gêmeo” de Plutão que parece um queijo

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Quase vinte anos atrás, pesquisadores desvendaram os mistérios de um mundo distante e gélido chamado Éris, situado a bilhões de quilômetros após Netuno.

Embora seja considerado um “quase gêmeo” de Plutão, este corpo celeste permaneceu como um enigma, aparecendo apenas como um pequeno ponto de luz em nossas observações da Terra. No caso, ele se difere de seu irmão, que foi minuciosamente estudado pela sonda New Horizons da NASA em 2015.

As informações sobre Éris são escassas, limitando nosso conhecimento. Até agora, sabe-se apenas sobre sua atmosfera congelada, formando neve em sua superfície devido à sua localização nos confins do Sistema Solar, cerca de 68 vezes mais distante do Sol do que nós.

No entanto, recentemente, modelos baseados em dados de uma série de radiotelescópios no Chile lançaram uma nova luz sobre esse misterioso mundo.

Com isso, descobriram que o calor remanescente do nascimento deste planeta anão está escapando de seu núcleo. Com isso, está gradualmente “amolecendo” sua superfície congelada e transformando sua natureza rochosa em algo mais maleável.

Nas palavras do cientista Francis Nimmo, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, Éris está se tornando “um queijo mole”.

Nimmo é o principal nome que assina pesquisas recentes sobre as descobertas do Éris. Ele apareceu nas publicações da revista Science Advances.

Via Wikimedia

Gêmeo de Plutão

Quando avistaram o Éris pela primeira vez em 2005, ele parecia ser ligeiramente maior que Plutão. Isso gerou debates acalorados entre os cientistas.

Essa controvérsia resultou na redefinição de planetas pela União Astronômica Internacional, rebaixando Plutão à categoria de planeta anão. Além disso, a situação inspirou o nome do novo objeto descoberto, uma vez que Éris é a deusa grega da discórdia.

No entanto, de acordo com a mais recente pesquisa, Éris revelou-se, na verdade, praticamente do mesmo tamanho do que antes era o último planeta do Sistema Solar.

A decisão de reclassificar Plutão como um “planeta anão” foi tomada pela União Astronômica Internacional (IAU) em 2006. Antes dessa reclassificação, Plutão era considerado o nono planeta do Sistema Solar.

Contudo, ele não apresentava todos os requisitos para ser parte da nossa classificação padrão.

Isso porque Plutão compartilha sua órbita com outros objetos no Cinturão de Kuiper, uma região cheia de corpos celestes além da órbita de Netuno.

Um dos critérios estabelecidos pela IAU para a definição de um planeta é que ele deve “limpar” sua órbita. Ou seja, ser dominante em sua vizinhança orbital.

Além disso, é significativamente menor do que os outros planetas clássicos do Sistema Solar. A IAU definiu um novo termo para incluir objetos que são esféricos em forma, mas não têm órbita limpa e não são dominantes em suas regiões orbitais.

Posteriormente, a exploração do Cinturão de Kuiper revelou a presença de vários corpos semelhantes a Plutão, como o Éris. Nesse caso, a denominação dele como planeta é meramente conveniência.

Via PICRYL

Massa do Éris

Os pesquisadores também calcularam a massa da microlua de Éris, chamada Disnomia. Éris e seu satélite natural estão mutuamente ligados, o que significa que ambos exercem a mesma força um sobre o outro.

Esse efeito ocorre por conta da lua, que cria marés em Éris, resultando em um lento giro ao longo de bilhões de anos.

As descobertas indicam que provavelmente abriga um núcleo rochoso sob uma camada gelada.

O calor liberado por esse núcleo está provocando o movimento gradual do gelo em sua superfície, resultando em uma aparência aparentemente lisa e nivelada, sem vestígios de irregularidades.

Como explicam os especialistas, seu núcleo rochoso contém elementos radioativos, os quais geram calor. E esse calor precisa se dissipar de alguma forma. Consequentemente, à medida que o calor escapa, ele impulsiona essa movimentação lenta do gelo.

Com a nova maleabilidade, os cientistas conseguirão estudar mais sobre o Éris e explicar esse fenômeno de temperatura.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Wikimedia, PICRYL

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