Imagina só fazer uma viagem por aí, sem rumo no Brasil, e conhecer o maior número de cidades possível? Poderíamos ver o quão grande e vasto é o nosso país. Entre cidades e vilarejos, muitas culturas são seguidas e, embora estejamos todos no mesmo território, a variedade brasileira é imensa. Para se ter uma noção, no Sul e no Norte, as pessoas vivem de forma totalmente oposta. E por falar em lugar “diferente”, com cultura legal, não poderíamos deixar de apresentar “Não-Me-Toque”, um município localizado no Sul.
Você provavelmente já viu alguma cidade com nome diferente. Exemplos não faltam, mas Não-Me-Toque vai um pouco além. Não tem como olhar para o nome e não achá-lo no mínimo curioso. Esse município, assim como vários outros da região onde está localizado, teve a presença dos indígenas como primeiros habitantes.
Localizado no Rio Grande do Sul, a cidade começou a receber na região do Planalto Médio, em 1827, pessoas que começariam com a atividade pecuária por lá. Obviamente, isso mudaria totalmente o rumo do município. Em meados do século XX, descendentes de italianos e alemães começaram a chegar na região em busca de melhores condições de vida.
Foi só a partir de 1949 que começaram a chegar os imigrantes holandeses. O lugar tornou-se o berço da imigração holandesa no Rio Grande do Sul. Anos depois, em 1954, foi oficialmente criado o município Não-Me-Toque. Hoje a população é composta pela maioria descendente de alemães, italianos, holandeses e portugueses.
Todo mundo fica curioso ao ver o nome da cidade. De onde surgiu essa ideia e o que realmente inspirou tal nome? Existem diversas versões que explicam a origem do nome. No entanto, duas delas possuem mais força e se destacam.
Segundo alguns habitantes, uma árvore de tronco curto e recorto de espinhos, conhecida por muita gente como não-me-toque, foi a responsável pelo nome. Isso porque, segundo eles, era possível encontrar muitas delas na região. Sendo assim, escolheram o nome como uma espécie de “homenagem”.
Outra versão diz respeito a um fazendeiro da região. De acordo com as histórias, ao falar algo como “não me toque nestas terras”, referindo-se à sua grande fazenda, da qual não queria se desfazer, resultou no nome que conhecemos hoje. Não sabemos qual é a verdadeira e seguimos intrigados com esse nome.
A variedade de cultura na região sempre foi bem forte e intensa. Por lá, o forte é a produção de sementes. Por anos o trigo foi considerado o “cereal rei” das plantações. Foi aí que decidiram, em 1971, mudar o nome para “Campo Real”.
No entanto, depois de muitas campanhas e “protestos” dos habitantes, através de um plebiscito, o lugar voltou a se chamar “Não-Me-Toque” em 1976. No meio religioso, na Bíblia, “não me toque” é uma frase dita por Jesus quando conhece Noli me tangere, bastante famoso no Cristianismo.
Se você ficou curioso sobre a cidade e gostaria de passar um tempinho por lá, saiba que existem muitas festividades ao longo do ano. Impossível é ficar entediado por lá. O ano de festanças começa em março com a Expodireto Cotrijal. Em abril dá para curtir no Baile do Alemão e Páscoa Étnica.
Maio traz o Torneio de Laço. Em junho é hora de os italianos festejarem na Noite Italiana Festijanta. Julho conta com a Festa do Imigrante e Festival Municipal de Corais. Em setembro os não-me-toquenses aproveitam as Comemorações Farroupilhas. Outubro tem a edição maravilhosa da Oktober Fest e o Encontro Estadual de Corais. Em dezembro, finalizando o ano bem, tem o Baile do Chope do Clube União, Festa de São Nicolau, Rodeio Crioulo e Natal Étnico.
Fontes: Observador Regional; Cidade Brasil