Recentemente, dois irmãos australianos foram comprovados como alguns dos seres humanos mais raros já documentados. Eles são ‘Gêmeos Semi-Idênticos’, alguns dos seres humanos mais raros da Terra.
De acordo com especialistas, o irmão e a irmã compartilham do mesmo DNA por parte de mãe. Mas apenas uma parte da composição paterna. Com isso, eles se tornaram o primeiro caso assim a ser identificado ainda na gravidez.
Mais parecidos do que gêmeos comuns
Recentemente, a história dos gêmeos foi detalhada em um relato publicado no The New England Journal of Medicine. Segundo os autores, os dois irmãos pertencem a uma classe de gêmeos conhecida como sesquizigóticos. E são algo como um ponto médio entre gêmeos fraternos e gêmeos idênticos.
Gêmeos fraternos acontecem quando dois espermatozoides diferentes fertilizam dois óvulos diferentes, criando dois zigotos diferentes em um único óvulo. Por outro lado, gêmeos idênticos são criados quando um esperma fertiliza o mesmo óvulo. Em seguida, o zigoto se divide em dois embriões, cada um partilhando a mesma mistura genética da mãe e do pai. Contudo, aqui, a formação dos gêmeos é diferente. “Eles são 100% idênticos no lado da mãe e 78% idênticos no lado do pai, então isso é 89% idêntico”, disse Michael Gabbett, geneticista da Universidade de Tecnologia de Queensland.
De acordo com os médicos, a mãe de primeira viagem tinha 28 anos na época, e havia engravidado naturalmente. “A ultrassonografia, feita com seis semanas de gestação, mostrou uma placenta única. E o posicionamento das bolsas amnióticas indicava que ela estava esperando gêmeos idênticos”, afirmou Nicholas Fisk, líder da equipe que cuidou da mãe e dos gêmeos. No entanto, “uma ultrassonografia realizada com 14 semanas mostrou que os gêmeos eram do sexo masculino e feminino, o que não é possível no caso de gêmeos idênticos“.
Quais as chances do fenômeno acontecer?
Os gêmeos não-idênticos, ou fraternos, são mais comuns em algumas famílias. De fato, esse tipo de fenômeno tem mais chance de ser alcançado por conta de herança genética. Além disso, mulheres mais velhas também são mais propensas a engravidar de gêmeos fraternos. Isso porque, elas têm mais chance de liberar mais de um óvulo durante a parte de ovulação. Contudo, gêmeos idênticos não estão relacionados à herança genética. Mas tratamentos como a Fertilização in Vitro (FIV) podem aumentar essas chances.
Em 2007, o primeiro caso de gêmeos semi-idênticos foi registrado nos Estados Unidos. Para se ter uma ideia, uma pesquisa com dados globais não encontrou nenhum outro gêmeo que entrasse no quadro. De fato, esse é um caso extremamente raro. “Nós primeiro questionamos se havia outros casos que foram classificados incorretamente ou não foram relatados, então examinamos dados genéticos de 968 gêmeos fraternos e seus pais”, disse Fisk. No entanto, “não encontramos outros gêmeos sesquizigóticos nesses dados, nem nenhum caso de gêmeos semi-idênticos em grandes estudos globais sobre gêmeos“.
Atualmente, Nicholas Fisk e sua equipe continuam monitoram os gêmeos em busca de possíveis complicações. Condições como problemas no coágulo de sangue e distúrbios em na genitália eram esperados. Contudo, apesar de tudo, eles parecem estar se desenvolvendo normalmente.