História

Corujas de pedra de 5 mil anos podem ter sido esculpidas por crianças

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Há muitos anos, a ciência e a arqueologia utilizam objetos antigos para tentar entender mais sobre nossos antepassados, e, hoje, corujas de pedra podem ter nos ensinado um pouco sobre as tradições do povo ibérico.

Os objetos foram encontrados há alguns anos, e, desde então, são alvos de estudos para se entender qual era o seu objetivo e por que eles foram esculpidos.

Agora, um grupo de pesquisadores espanhóis sugeriu que essas corujas de pedra de ardósia foram, na verdade, fabricadas por crianças. As peças remontam à Idade do Cobre, e até então, acreditava-se que eram instrumentos de rituais elaborados pelos líderes das tribos.

Essa teoria pode mudar a forma como a ciência vê as sociedades europeias pré-históricas e ajuda a entender melhor sobre a sua organização, desde a infância.

Essa hipótese surgiu porque cientistas da Estação Biológica de Doñana do Conselho Superior de Investigação Científica (EBD-CSIC) começaram a comparar os itens com mais de 100 desenhos feitos por crianças de 5 a 13 anos. Nesse processo, encontraram diversas semelhanças nos traços e nos moldes.

Isso indicaria que talvez tenham sido pessoas de menor idade ou desenvolvimento a esculpir as corujas de pedra.

Via UOL

Corujas de pedra eram de rituais funerários

Ao que se sabia até o momento, as corujas de pedra da Península Ibérica faziam parte de oferendas, especificamente em rituais funerários. Essa hipótese recebe fundamento de outros documentos e objetos cujo resgate foi feito nas proximidades.

Por outro lado, com a nova teoria, não é necessário excluir essa hipótese, pois as crianças poderiam ter esculpido os objetos como totens para honrar os mais velhos que estavam de passagem.

Acredita-se que as sociedades da Idade do Cobre tinham crenças sobre a vida pós-morte, e buscavam se preparar para que a passagem fosse protegida pelos deuses que cultuavam.

Essa cultura poderia estar passando entre gerações, e as crianças receberiam incentivo desde o princípio a participar ativamente desses rituais sagrados.

Como foram feitos

As corujas de pedra possuem data estimada de 5,5 e 4,7 mil anos atrás, e os cientistas espanhóis acreditam que as crianças teriam usado ferramentas pontiagudas para chegar no nível de detalhe. Era comum esculpir com quartzo ou cobre, pelas pontas afiadas.

Além disso, os totens possuíam buracos nos topos das placas. No passado, a teoria era de que ajudaria a pendurá-los, por exemplo. Agora, com essa descoberta, os especialistas indicam que se trata de buracos para colocar penas e simular uma plumagem de coruja.

É mais complicado determinar todo o processo criativo que esses povos possuíam em relação às corujas de pedra, mas os níveis de detalhamento eram rústicos. A explicação para isso seria o envolvimento de habilidades com menor desenvolvimento de crianças.

As formas irregulares também foram parecidas com os desenhos propostos pelos cientistas com voluntários, para comparar os traços infantis.

Via Freepik

Divergências na comunidade

Por outro lado, não foi toda a comunidade científica que aceitou essa teoria proposta pelo grupo de pesquisadores.

Isso porque afirmam não existir provas concretas de que crianças teriam feito aquele tipo de arte, especialmente relacionada a rituais funerários importantes para os povos.

Vale dizer ainda que pessoas mais céticas indicam que as placas em formato de corujas de pedra deviam ser mais comuns do que se pensava. Isso justificaria os traços ou a imitação em desenho.

Por outro lado, até o momento, somente 4% dos objetos encontrados na Península Ibérica são placas similares a aves, de modo que se trata de uma categoria mais restrita, mesmo dentro da própria comunidade.

Assim, cientistas de outras localidades seguem debatendo sobre essa nova hipótese, mas sem chegar a uma conclusão definitiva. Seria necessário realizar novos testes e comparações para descobrir mais sobre as intenções artísticas dos povos passados.

E, mesmo assim, ainda não é possível saber tudo sobre eles. Por isso, ficamos com o mistério, e com teorias que ajudem a entender nossos ancestrais distantes.

 

Fonte: UOL

Imagens: UOL, Freepik

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