Curiosidades

Criaturas bizarras são vistas em expedição no fundo do mar

0

O nosso planeta esconde segredos que nem mesmo os maiores cientistas conseguiram compreender. Por causa de sua imensidão e tempo de vida, diversas coisas ainda são segredos para nós, ou então pensadas de uma forma equivocada. E um dos lugares que mais escondem segredos é o fundo do oceano, cheio de criaturas estranhas e interessantes.

Tanto é que essa expedição feita no fundo do mar na Zona Clarion-Clipperton (CCZ), no pacífico central, encontrou porcos-do-mar, unicumbers e outras  criaturas estranhas. Os pesquisadores têm feito expedições a essa região por conta da sua biodiversidade e seu potencial de mineração.

Essa expedição é parte do projeto SMARTEX, que tem o objetivo de conhecer melhor o ecossistema desse local e a maneira como os componentes dele reagem. Ela foi financiada pela Natural Environment Research Council (NERC) e teve apoio do Centro Nacional de Oceanografia.

Criaturas

Olhar digital

A biodiversidade onde essas criaturas foram encontradas e que está sendo estudada pelos pesquisadores vive no fundo do oceano, entre quatro e cinco mil metros.

Quem liderou a expedição foi drian Glover, pesquisador de águas profundas do Museu de História Natural de Londres (NHM). Através de câmeras ele conseguiu fazer vários registros das criaturas bizarras que habitam o local, como por exemplo, uma espécie de pepino-do-mar transparente, conhecida como unicumber, e o peixe rattail, que é um dos poucos vertebrados que habitam esse ecossistema.

Conforme explicou o biólogo marinho Regen Drennan, várias criaturas que foram capturadas provavelmente vão ser novas espécies para a ciência. Visto que, por mais que elas já tenham sido observadas anteriormente, elas não foram descritas de maneira formal.

“Todos os espécimes recolhidos serão trazidos de volta ao museu, onde serão identificados e estudados pelos investigadores daqui. Algumas podem ser descritas como novas espécies, e muitos dos espécimes serão usados ​​para pesquisas que observem padrões de diversidade no fundo do mar nesta área”, disse Eva Stewart, estudante de doutorado do NHM.

O que motiva os pesquisadores a estudar a CCZ é a existência de grandes campos de batatas do mar, conhecidas também como tubérculos de profundidade ou nódulos de manganês. Mesmo com esse nome, na realidade, esses “tubérculos” são rochas negras que são ricas em cobalto, níquel e manganês. Todos eles são elementos essenciais para que carros elétricos sejam produzidos.

Exploração

Olhar digital

Mesmo que essa região represente somente 0,5% do fundo do mar, ela tem a maior fonte do mundo desses minerais. Para se ter uma ideia, é estimado que a quantidade seja suficiente para produzir 280 milhões de carros elétricos, o que equivale a um quarto da frota mundial.

Se a mineração fosse feita no fundo do mar, isso teria menos impacto ao meio ambiente do que com ela sendo feita na terra. Dessa forma, essa expedição também pode analisar como a mineração desses materiais pode afetar as criaturas estranhas que vivem na região.

“A distribuição destes animais parecia ser bastante irregular — o pepino-do-mar dominante num mergulho com ROV pode estar completamente ausente noutro local, sendo um diferente mais comum. Mas em termos de densidade a que estamos habituados, por exemplo, em sistemas terrestres ou marinhos mais rasos, o mar profundo em geral (e esta área da CCZ) é caracterizado por densidades populacionais muito baixas, em grande parte porque a alimentação é tão limitada nestas regiões profundas”, disse Drennan.

O próximo passo é que mais investigações sejam feitas a respeito das criaturas e do ecossistema local antes que a mineração da região de fato possa começar.

Fundo do mar

Mistérios do mundo

Como dito, o fundo do mar é o lar de criaturas estranhas e fascinantes, como por exemplo, a Monorhaphis chuni, uma esponja de vidro, que revela segredos sobre a história da Terra. Isso foi possível graças a um grupo de cientistas que estavam explorando o fundo do Mar da China Meridional, a uma profundidade de mais de mil metros.

Essa criatura é um tipo de esponja do mar único, que é parte da classe Hexactinellida. Mesmo sendo um ser vivo estacionário, discreto e antigo, ele é fundamental para a compreensão do clima passado do planeta. No caso dessa esponja descoberta, ela tem impressionantes 17 mil anos. Isso faz com que ela seja o ser vivo mais antigo do planeta.

Essa criatura antiga passa sua vida filtrando o oceano e consumindo, de forma silenciosa, os plânctons, bactérias, vírus, nutrientes e detritos. Mas isso não quer dizer que ela seja somente uma alimentadora simples, ela tem um papel essencial para o ecossistema do oceano: transformar a composição química da água do mar.

Então, se pelos anéis dessa criatura é possível desvendar o passado, o que os pesquisadores descobriram analisando-os? Os pesquisadores fizeram a análise dos isótopos de silício nos anéis com o foco em uma era que corresponde ao final da última Idade do Gelo. Como resultado, eles viram que a concentração sílica era 12% maior do que as atuais. E o que isso quer dizer?

Isso pode ser explicado de duas formas. A primeira: é possível que fontes externas, como por exemplo, rios e ventos deem mais sílica para o oceano. Outra possibilidade é que o próprio oceano poderia ter reciclado a sílica de forma mais eficiente por conta das mudanças nas correntes e na maneira como os diatomáceos mortos foram processados.

Essas duas hipóteses fariam com que acontecesse um aumento da produção de diatomáceos. Eles são algas microscópicas que transformam dióxido de carbono em carbono orgânico. Por conta disso, eles ajudam muito na luta contra o efeito estufa. Por isso que, aumentando a produção de diatomáceos, o CO2 da atmosfera poderia ser diminuído, o que consequentemente faria com que o clima ficasse mais fresco em uma época que a Terra estava se aquecendo.

A descoberta feita pelos pesquisadores mostra uma complexa dança entre o oceano, a atmosfera e própria vida. Por isso que a história dessa criatura é uma lição sobre o equilíbrio delicado do sistema climático do planeta.

Fonte: Olhar digital, Mistérios do mundo

Imagens: Olhar digital, Mistérios do mundo

Eclipse solar total tem um significado especial para as comunidades indígenas

Artigo anterior

Uma em cada 6 crianças foi vítima de cyberbullying em 2022, aponta OMS

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido