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Eclipse é um evento astronômico que acontece quando objetos celestes em trânsito ficam na mesma posição ou atravessam uns aos outros. O termo é mais usado para descrever um eclipse que envolve o Sol, a Terra e a Lua. O eclipse solar acontece quando a lua esconde o sol, e o lunar quando a sombra da terra esconde a lua.
Claro que para nós hoje isso é mais que óbvio, mas isso não quer dizer que o fenômeno não possa significar outras coisas para determinados povos. Como por exemplo, o chamado “Grande eclipse norte-americano” que irá acontecer dia oito tem um significado para as comunidades indígenas da América do Norte.
Uma dessas comunidades são os povos navajo, ou como eles se autodenominam, diné. Eles vivem atualmente em um planalto que ocupa regiões dos estados do Arizona, Novo México e Utah. E ao contrário da cultura ocidental, eles veem o mundo como um universo holístico e ordenado, em que todas as peças presentes nele estão relacionadas e envolvidas.
Contudo, segundo Nancy C. Maryboy, fundadora e presidente do Instituto de Educação Indígena, mesmo tendo essa visão, para esses povos, cada peça representa um universo inteiro, o que cria uma rede de relações e processos que não para nunca.
“Ao contrário da astronomia ocidental, a astronomia Navajo tradicional é altamente espiritual, de acordo com uma visão de mundo onde tudo é considerado vivo e sagrado”, disse ela.
Significado do eclipse
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Como os povos nativos norte-americanos têm uma relação muito pessoal com o céu, na visão dos dinés, os eclipses são um evento em que o sol, lua e Terra estão interligados.
Por conta disso, eles se preparam para esse evento com um tom mais sério e forte reverência. Além do respeito pelo cosmos que está enraizado na cultura. O eclipse é um momento de renovação e contemplação.
Segundo Nancy, alguns navajos ficam em casa durante o fenômeno sem comer e beber. Contudo, a forma como cada pessoa da comunidade vê o eclipse é uma escolha individual.
“Ao longo dos anos, as pessoas devem ter percebido que olhar diretamente para o sol durante um eclipse pode machucar os olhos, danificar os olhos, então é uma restrição. Quando há um eclipse, eles dizem às pessoas: ‘Vá para dentro’. Respeite o ciclo e deixe o tempo passar”, explicou ela.
As pessoas que querem assistir o eclipse em locais abertos podem ter uma abordagem mais moderna, como usar óculos de segurança. Então, por mais que alguns navajos optem pelos rituais e tradições originais, essas possibilidades modernas dão opções para as famílias desses povos.
No entanto, independente da forma como eles passam pelo fenômeno, ao fim de cada eclipse o que os navajos esperam para o próximo é que as pessoas fora da comunidade entendam suas crenças e a importância que esses ciclos tem para eles.
“Eu gostaria de ver as pessoas perceberem o quão complexa e bela é a astronomia Navajo e como as pessoas vivem de acordo com ela. Não é apenas algo que você sai e pula para cima e para baixo, grita e fica tão animado… é mais como expressar que você está todo sobre isso. Você está vendo um evento único na vida e quer dar a ele a honra e o respeito que ele merece”, concluiu Nancy.
Significado
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O fenômeno tem seu significado para os povos navajos, mas ele também já tentou ser explicado por outras culturas das mais variadas formas. Até porque não é comum ver a lua ou o sol “desaparecer” e não se preocupar com isso.
Jaguar faminto
O povo Inca tinha um conhecimento grande de astronomia, mas não previam os eclipses. Então eles tinham esse mito de que um jaguar faminto atacou e comeu a lua, por isso ela tinha a cor vermelho-sangue. Os Incas temiam que depois da lua o lobo viria à Terra comer pessoas, então eles realizavam vários rituais para evitar que isso acontecesse.
Rei substituto
O povo da Mesopotâmia tinha uma capacidade razoável de prever os eclipses e para eles esse evento não era visto com bons olhos. Na visão deles a lua estava sendo atacada por demônios. E eles faziam a relação do que acontecia no céu com o que acontecia na Terra. E como naquela época quem representava a Terra era o rei eles achavam que o ataque era ao próprio rei. Como conseguiam prever quando o evento fosse acontecer, no dia do eclipse o rei era substituído por um cidadão comum para que se houvesse um ataque quem sofreria não era o rei.
Curando a lua
Para os Hupas, uma tribo nativa da Califórnia, o eclipse também era sinal de que a lua estava sendo atacada. Eles acreditavam que a lua tinha 20 esposas e vários animais de estimação. Mas todos os animais eram ferozes como lobos e cobras e quando a lua esquecia de alimentá-los eles a atacavam. A lua saia do seu sofrimento quando suas esposas iam ajudá-la. Os membros da tribo cantavam cantos ou orações para trazer a saúde de volta.
Fonte: Olhar digital
Imagens: Olhar digital
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