Curiosidades

Da fama à queda do ”restaurante mais famoso do mundo”

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O restaurante francês Maxim’s é uma instituição parisiense que remonta a 1893, quando foi fundado por Maxime Gaillard.

Desde então, o restaurante tornou-se sinônimo de luxo, sofisticação e elegância, atraindo uma clientela rica e famosa de todo o mundo.

Localizado na Rue Royale, perto da Place de la Concorde, o Maxim’s é um edifício histórico que exala o charme do velho mundo, da Belle Epóque Francesa.

Ele tem uma decoração Art Nouveau requintada e uma atmosfera de glamour intemporal.

O restaurante foi imortalizado em livros, filmes e canções, e é considerado um marco da cultura francesa.

O menu do Maxim’s foi famoso por sua alta qualidade, com pratos tradicionais franceses como foie gras, lagosta, vieiras e carne de cordeiro, além de uma extensa carta de vinhos.

O restaurante também trazia diversos espetáculos noturnos, que incluíam música ao vivo, dança e cabaré.

Ao longo dos anos, o Maxim’s atraiu uma clientela ilustre, incluindo celebridades como Brigitte Bardot, Elizabeth Taylor, Salvador Dali e Jean-Paul Sartre.

O restaurante também foi frequentado por membros da realeza europeia, como o rei Eduardo VII da Inglaterra e a rainha Astrid da Bélgica.

Inspirações

Via UOL

De acordo com a biografia “Toulouse-Lautrec: A Life”, de Julia Frey, o pintor chegou a retratar alguns de seus vizinhos em noites inspiradoras no restaurante Maxim’s.

Infelizmente, Toulouse-Lautrec não viveu o suficiente para testemunhar a ascensão do Maxim’s como um ícone da elegância.

Ele faleceu em 1901, um ano antes do restaurante adquirir sua decoração Art Nouveau característica e se tornar um ponto de encontro de veludos e diamantes, como descrito por Cocteau.

Além disso, a famosa opereta “A Viúva Alegre”, do compositor húngaro Franz Lehár, que estreou em 1905, se passa no Maxim’s.

A obra era um sucesso internacional, gerando inúmeras adaptações nas décadas seguintes, e ainda está em cartaz com diversas companhias de ópera.

Com seus vitrais e murais retratando ninfas, o Maxim’s continuou atraindo uma clientela refinada e influente durante as primeiras décadas do século XX, inclusive durante a Segunda Guerra Mundial.

Líderes como Hermann Göring, comandante da Luftwaffe e braço direito de Hitler, frequentavam o restaurante.

No entanto, após a guerra, essa associação com o regime nazista prejudicou a reputação do Maxim’s. Ele ficou fechado por um tempo antes de reabrir em setembro de 1946, um mês antes de Göring se suicidar na prisão, após ser condenado.

Recuperação do Maxim’s

Via UOL

Após a Segunda Guerra Mundial, a família Vaudable, proprietária do restaurante desde 1932, trabalhou duro para recuperar e expandir a marca.

Franquias do Maxim’s surgiram em Chicago, Tóquio e Cidade do México, e a icônica companhia aérea Pan Am começou a servir pratos do Maxim’s de Paris a bordo de seus aviões.

O luxo no restaurante só não era maior que o glamour da clientela que o frequentava na Rue Royale nos anos 1950.

Celebridades e magnatas desfilavam pelo local, como o Duque de Windsor e a Duquesa Wallis, o magnata Aristóteles Onassis, a lendária soprano Maria Callas, Orson Welles, Rita Hayworth e Grace Kelly.

Entre as décadas de 1950 e 1970, o Maxim’s era considerado o restaurante mais famoso do mundo.

Em 1981, o governo francês declarou seu interior como um monumento histórico, reconhecendo sua importância para a cultura e história francesas.

Início da queda

Em 1981, a família Vaudable procurou um comprador francês para o restaurante Maxim’s, a fim de evitar que ele fosse parar nas mãos de estrangeiros.

Pierre Cardin adquiriu o restaurante, embora já mantivesse uma parceria com a família desde o final dos anos 1970.

Cardin, famoso por transformar quase tudo em marca, vendia cerca de 900 produtos com o nome Maxim’s em suas lojas, as Maxim’s Boutiques.

Com o foco no merchandising, o restaurante perdeu seu lugar de destaque na alta gastronomia.

O Guia Michelin, que por muitos anos havia concedido a nota máxima de três estrelas ao restaurante, retirou-o de sua lista em meio a uma controvérsia.

Embora o restaurante tenha tentado manobras para manter o reconhecimento, não conseguiu o pedido. Dessa forma, ficou de fora do famoso guia. Assim, passou a investir na sua marca de luxo.

Via UOL

Tendência

Por fim, a tendência de focar na grife em detrimento da alta gastronomia continuou nas primeiras décadas do século XXI, resultando na diminuição do público do Maxim’s.

Em 2010, o restaurante deixou de servir almoço e passou a receber jovens privilegiados que dançavam e bebiam, mas não jantavam. Algumas mesas ainda eram ocupadas, mas o salão costumava ficar vazio.

Embora tenha perdido sua posição de destaque, o Maxim’s ainda é de propriedade do grupo de Pierre Cardin, mesmo após a morte do empresário em 2020.

Dessa forma, o restaurante continua sendo um monumento francês e uma atração turística popular, localizado perto da Place de la Concorde.

 

Fonte: UOL

Imagens: UOL, UOL, UOL

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