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Doença mortal do século 18 ameaça voltar por conta de estilo de vida atual

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Quando pensamos na volta de doenças, ainda mais se forem antigas, imediatamente viramos nossos olhos para países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Nunca imaginaríamos que uma das nações mais ricas atualmente teria esse problema. Mas é exatamente isso que está acontecendo.

A falta de uma vitamina está aumentando nos Estados Unidos, um país que desperdiça um quarto de toda a sua comida anualmente. Em 1912, foi descoberta a vitamina C, mas antes disso, James Lind, um médico escocês tinha descoberto que frutas cítricas poderiam curar o escorbuto. Doença que é causada pela falta da vitamina C.

Essa doença nos remete aos tempos de longas viagens pelos mares, onde vários marinheiros sucumbiram aos sintomas dessa doença, devido aos seus poucos recursos alimentícios, até que uma cura fosse encontrada.

Mas engana-se quem pensa que essa doença ficou nos tempos antigos. Ela está fazendo um retorno quase que triunfal nos dias de hoje, e isso pode ser visto no documentário do youtube intitulado ‘Vitamina’, apresentado por Derek Muller.

Casos

Sonny Lopez Springfield, de Massachusetts, foi até o consultório do médico Eric Churchill com sangramento nas gengivas, dentes em decomposição, queda de cabelo e um cansaço esmagador. Sinais esses que estão ligados ao escorbuto, doença que às vezes nem entra nas possibilidades consideradas pelos médicos, mas que pode se tornar mortal se não tratada direito. Felizmente, Sonny não foi o primeiro paciente que Churchill viu com esses sintomas.

“Diagnosticamos nosso primeiro caso há cinco ou seis anos. O caso inicial veio pelo hospital e foi bastante dramático, alguém com um problema de saúde mental que só comia pão e queijo”, disse Churchill. “Entre aquele tempo e agora nós diagnosticamos algo entre 20 e 30 casos de escorbuto”.

O médico, juntamente com sua equipe do Centro de Saúde Baystate High Street, questionou sobre a dieta dos pacientes. Ele atualmente lidera um projeto de pesquisa sobre escorbuto no ambiente urbano.

“Eu achava que tinha algum tipo de doença maligna e estava realmente com muito medo”, diz Lopez em Vitamina. “Isso é uma palavra feia – escorbuto”.

Situação de risco

Lopez vive na linha da pobreza, e durante anos fazia apenas uma refeição por dia. Sua prescrição foi comer uma laranja por dia para corrigir e prevenir a deficiência da vitamina C que estava prejudicando sua saúde.

“Muitas pessoas que têm dificuldade em obter comida tendem a consumir alimentos com alto teor de gordura, alto teor calórico e muito recheio”, explica Churchill no filme.

“Se você tem um orçamento limitado para comida, essas são as refeições que vão te encher e irão satisfazê-lo mais do que comer frutas e verduras”.

Esses casos nos mostram que para obter vitaminas suficientes não quer dizer o mesmo que se alimentar o suficiente. Vários dos pacientes cuidados por Churchill são obesos ou estão acima do peso.

Pelo mundo

E o escorbuto não é só um privilégio dos EUA. Em 2016, um relatório da Austrália mostrou uma incidência parecida em pacientes diabéticos.

“Quando perguntei sobre sua dieta, uma pessoa estava comendo pouca ou nenhuma fruta e vegetais frescos, mas o resto comia quantidades justas de vegetais”, disse a médica e pesquisadora Jenny Gunton, do Instituto Westmead de Pesquisa Médica.

“Eles estavam simplesmente cozinhando-os, o que destruia a vitamina C”.

A pesquisa feita por Guton não revelou um padrão social específico, mas com os pacientes de Churchill pode-se ver que a desigualdade social prejudica a saúde das pessoas.

“As pessoas que foram diagnosticadas com escorbuto têm muito poucos recursos à sua disposição para responder ao estresse ou à interrupção de suas atividades a ponto de, às vezes, não conseguirem satisfazer suas necessidades nutricionais básicas”, disse Churchill.

Desigualdade

Essa marginalização de pessoas e desigualdade social tão grande faz com que lembremos que escorbuto e qualquer outra deficiência não é um privilégio de países subdesenvolvidos ou em campos de refugiados.

“A pobreza em todo o mundo prejudica as pessoas de muitas maneiras – desde a exposição à violência, à falta de voz e oportunidade, ao acesso limitado a alimentos saudáveis ​​e cuidados de saúde”, diz Churchill.

“Escorbuto se destaca em nossas mentes como algo básico e fácil de evitar, e ainda assim essas pessoas acabaram sendo vítimas de uma doença que simplesmente não deveria existir em um país desenvolvido”.

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