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É possível um mosquito guardar DNA de dinossauros? A ciência tem uma resposta para o que acontece em Jurassic Park

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Assistir filmes como Jurassic Park e imaginar que a realidade vista nele pode acontecer é uma coisa que várias pessoas pensam e tem dúvidas se é realmente possível. Mesmo que o longa já tenha 30 anos desde seu lançamento essas perguntas ainda são feitas. Como por exemplo, se realmente é possível extrair material genético de um mosquito.

Por mais que os filmes dessa franquia tenham uma base científica que sustente seu enredo, como a extração de DNA de mosquitos pré-históricos que fez com que fosse possível clonar as espécies extintas, na realidade a ciência diz que não é possível extrair um material genético viável dos insetos, Isso não pode ser feito nem mesmo em partes de dinossauros que estejam bem preservadas.

Ou seja, é impossível que um mosquito tenha armazenado o DNA de um dinossauro por milhares de anos como é mostrado no filme. Outro ponto que não faz sentido cientificamente é que o mosquito preservado em âmbar é um  mosquito-elefante, e ele é a única espécie de inseto que não suga sangue. Logo seria impossível que ele tivesse dentro de si o DNA de um dinossauro.

É possível ou não?

Adoro cinema

De acordo com o  entomologista Joe Conlon, os mosquitos existiam na época dos dinossauros e provavelmente se alimentavam do sangue desses animais. No entanto, não seria o mosquito da espécie vista em Jurassic Park.

 “Infelizmente, a espécie retratada em Jurassic Park, Toxorhynchites rutilus, não se alimenta de sangue. De fato, é o único tipo de mosquito que não se alimenta”, disse.

Outro ponto é que o mosquito visto no longa tem antenas peludas e isso sugere que ele é um macho. Isso é mais um ponto que reforça a improbabilidade, visto que apenas as fêmeas se alimentam de sangue. Além disso, em Jurassic Park é dito que o mosquito em âmbar foi encontrado na República Dominicana, local onde os fósseis antigos nunca foram encontrados.

Mesmo assim, segundo o Daily Mail, o motivo pelo qual  Steven Spielberg escolheu a espécie em questão do mosquito foi por conta de ele ser a maior conhecida pelo homem e isso teria feito a filmagem dele ficar mais fácil.

E se essa espécie não se alimentava de sangue, do que ela se alimentava? O mosquito-elefante é um predador, e suas presas mais comuns são os microcrustáceos, rotíferos e outros hexápodes.

Mosquito

Socientifica

Como visto, não é possível que um mosquito guarde o DNA de um dinossauro por milhares de anos dentro de si. E também foi visto que esses insetos existem praticamente desde que o mundo é mundo.

Mesmo assim, os mosquitos não são as criaturas mais queridas das pessoas. Até porque, além do barulho e da picada, sua existência é um problema que afeta praticamente todas as pessoas do mundo todo e é uma questão de saúde pública, especialmente nos locais mais isolados e remotos.

Isso porque os mosquitos transmitem várias doenças, como por exemplo, a malária, febre amarela e o zika vírus. Todas essas doenças causam milhares de morte todos os anos. Por isso que o combate a esses insetos é realmente muito importante.

Dentre as formas de combatê-los, os métodos químicos tradicionais podem ser tóxicos e acabarem colocando a saúde das pessoas que entram em contato com ele em risco, além de também serem prejudiciais ao meio ambiente. Existem também os métodos físicos, que são os que dependem de altas tensões elétricas, que precisam de uma energia contínua e podem ser bem perigosos.

Por conta disso que os pesquisadores chineses criaram um novo projeto de nanogeradores triboelétricos (TENGs) que são autoalimentados e seguros para fazer essa eliminação dos mosquitos e, consequentemente, diminuir as doenças que eles transmitem.

Esses TENGs são uma solução bastante promissora com relação aos métodos tradicionais para eliminar mosquitos. Eles funcionam convertendo a energia mecânica de baixa frequência do ambiente em energia elétrica via eletricidade estática. E como eles têm uma tensão alta e uma corrente baixa, eles podem ser fabricados de forma simples, usando vários materiais, tendo um custo baixo e sem perder sua eficiência energética.

Essa tecnologia já tinha sido usada antes para coletar a energia que vinha do movimento humano, ondas oceânicas e outras fontes de baixa frequência. Assim, os TENGs não tiveram seu desempenho máximo por conta de um fenômeno conhecido como quebra do ar.

Por isso que os pesquisadores liderados por Xiaoyi Li, da Ocean University of China, propuseram uma nova forma de fabricar os TENGs usando um modelo teórico personalizado para quebra do ar e tem uma camada intermediária de nanocompósitos ferroelétricos, o chamado nanogerador triboelétrico rotativo de alto desempenho (R-TENG). Dessa forma, a quebra do ar é evitada e o desperdício de energia é diminuído.

Esse R-TENG tem uma camada intermediária com nanopartículas de titanato de bário altamente orientadas. Isso faz com que ele tenha sua densidade da carga superficial aumentada e sua retenção das cargas triboelétricas seja melhor.

Com isso, os pesquisadores conseguiram confirmar que o R-TENG consegue fazer tensões de saída por volta dos 6 kV, o que é uma das maiores que já foram registradas pelos geradores triboelétricos. Por conta disso foi possível alimentar mais de 3.420 LEDs ao mesmo tempo.

Esse sistema autossuficiente e inovador pode ser um potencial método para acabar com os mosquitos de uma forma efetiva e também para combater as bactérias no local. E como os resultados até o momento foram positivos, o foco dos pesquisadores agora é melhorar o desempenho dos TENGs e buscar aplicações comerciais.

Fonte: Adoro cinema, Socientifica

Imagens: Adoro cinema, Socientifica

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