Após três anos de La Niña, o fenômeno climático que aconteceu no Oceano Pacífico Equatorial, chegou ao fim em fevereiro, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), dando lugar ao El Niño.
Agora, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) dos Estados Unidos emitiu uma atualização alertando sobre a aproximação do efeito oposto, devido ao aumento da média de temperatura da superfície do Oceano Pacífico Tropical. Essa informação corrobora os avisos anteriores da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Os meteorologistas preveem que o El Niño que está se formando será intenso, elevando as temperaturas globais a níveis recordes nos anos de 2023 e 2024, o que pode facilitar a ocorrência de eventos climáticos extremos.
Esse fenômeno climático pode ter impactos significativos em várias regiões do mundo. Por exemplo, espera-se a perda de florestas tropicais, o branqueamento de corais, o aumento de incêndios florestais e o degelo polar.
Na América do Norte, especialmente no norte, é esperado um clima mais seco e quente como resultado do El Niño. Por outro lado, na América do Sul, as variações serão entre períodos de secas severas e grandes volumes de chuva, causando impactos nas atividades agrícolas e na disponibilidade de água.
Na Austrália, Índia e no Sudeste Asiático, é comumente registrado um clima quente e seco durante o El Niño.
Preocupação
No entanto, a maior preocupação dos pesquisadores em relação à ocorrência do El Niño está relacionada às mudanças climáticas globais.
O aquecimento das temperaturas oceânicas pode levar ao aumento das temperaturas em todo o planeta.
Isso agrava ainda mais os efeitos das mudanças climáticas, contribuindo para eventos climáticos mais extremos e impactos ambientais negativos.
Diante desse contexto, é crucial que a comunidade internacional continue a monitorar e estudar os padrões climáticos, como o El Niño, a fim de compreender melhor as suas causas e consequências.
Essa compreensão é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Além disso, influencia diretamente na implementação de medidas que promovam a sustentabilidade ambiental e a resiliência das comunidades afetadas por esses eventos climáticos extremos.
Sobre El Niño
O El Niño é um fenômeno climático que ocorre periodicamente e está relacionado com o aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, especialmente na região central e no leste do Pacífico.
Esse aquecimento das águas tem um impacto significativo nos padrões climáticos globais, levando a alterações nos ventos, na temperatura da atmosfera e na distribuição de chuvas em diversas regiões do mundo.
O El Niño é considerado o oposto do La Niña, sendo caracterizado pelo aquecimento das águas do Pacífico, enquanto o La Niña é caracterizado pelo resfriamento.
Esses fenômenos climáticos são parte do sistema climático conhecido como Oscilação Sul (ENSO, na sigla em inglês). Ele envolve interações complexas entre o oceano e a atmosfera.
Durante um episódio de El Niño, as águas mais quentes do Oceano Pacífico afetam os padrões de circulação atmosférica, resultando em mudanças climáticas significativas em várias partes do mundo.
Impactos
O aquecimento das águas do Pacífico pode influenciar a formação de nuvens e a ocorrência de chuvas em diferentes regiões.
Isso pode levar a secas em algumas áreas, como o sudoeste dos Estados Unidos e partes da América do Sul. No entanto, outras regiões podem experimentar chuvas mais intensas e inundações.
Além disso, o El Niño pode afetar as temperaturas médias em várias regiões do mundo.
Por exemplo, durante um episódio de El Niño, é comum observar um aumento das temperaturas em muitas partes da América do Norte e do Sul, bem como em algumas áreas da Ásia e da África.
Ainda, o aquecimento das águas do Oceano Pacífico durante o El Niño pode ter efeitos negativos em ecossistemas marinhos, como o branqueamento de corais e a redução da abundância de plâncton, afetando a cadeia alimentar e a biodiversidade marinha.
As mudanças nos padrões de chuva podem afetar a produção agrícola e a segurança alimentar em várias regiões do mundo. Secas prolongadas ou chuvas excessivas podem levar à redução das safras e à escassez de alimentos.
É importante ressaltar que o El Niño não ocorre de forma regular e seus efeitos podem variar de um evento para outro.
Além disso, o El Niño não é o único fator que influencia o clima global, uma vez que existem outros fenômenos climáticos e influências humanas.
É o caso das mudanças climáticas decorrentes das atividades humanas, que também desempenham um papel importante na configuração do clima mundial.
Nesse caso, o monitoramento contínuo dos padrões climáticos, incluindo o El Niño, é fundamental para prever e entender os impactos potenciais desses eventos climáticos extremos.
Isso permite que governos, cientistas e comunidades adotem medidas de mitigação e adaptação para lidar com as consequências desses fenômenos climáticos.
Fonte: Olhar Digital
Imagens: Correio Braziliense, Globo Rural