Ensaio retrata chinesas forçadas a deformar os pés no passado

Não é de hoje que as mulheres se submetem a sacrifícios inomináveis para se enquadrarem em um padrão e serem consideradas pessoas bonitas. Apesar de atualmente dietas mirabolantes e inúmeras cirurgias plásticas estarem em alta, no passado costumes mais dolorosos eram colocados em prática, ainda na infância das meninas, para garantir que elas conseguissem se casar algum dia.

Esse é o caso, por exemplo, da cultura do “pé de lótus”, costume que se difundiu na China durante a dinastia Sung (960-976 aC) e que só foi proibido de vez no século 20, mais precisamente em 1949. Conforme pregava a tradição, mulheres com pés grandes não eram consideradas atraentes e, por isso, passavam por sessões torturantes de deformação forçada da anatomia dos pés a partir dos 3 anos de idade.

Algumas senhoras chinesas, na casa dos 80 anos ou mais, ainda apresentam os resultados devastadores de que a prática causava. Com os pés atrofiados e infinitamente menores que o natural (entre 8cm e 10cm), alguma dessas vítimas do machismo toparam mostrar suas cicatrizes para a fotógrafa Jo Farrel, que pretende lançar um livro com os registros que conseguiu.

Conforme as próprias mulheres que foram submetidas à “violência”, suas mães se encarregavam de colocar as ataduras em seus pés. Em seguida, eles eram dobrado para dentro e enfaixados, a fim de que os quatro dedos menores se curvassem até a sola do pé, forçando o calcanhar e acabando por quebrar os ossos.

De acordo com as anciãs fotografadas, a beleza e a virtude da mulher chinesa estava vinculada ao tamanho de seu pé, que tinha que se assemelhar ao tamanho de uma pequena “flor de lótus. Além disso, durante muitos séculos, os homens chineses consideraram esse formato de pé algo extremamente erótico.

Veja, na galeria, algumas das fotos mais polêmicas desse ensaio, que levou cerca de 8 anos para ser concluído: