Natureza

Erupções de vulcões podem ser mais fáceis de prever com A ajuda de lasers

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Se antes os vulcões em erupção assustavam, hoje essa preocupação pode ficar para trás. Agora, tecnologias poderão avisar quando um gigante da natureza estiver prestes a expelir lavas e cinzas sobre as cidades.

Afinal, quase uma em cada dez pessoas no mundo vive perto de um vulcão ativo. Além disso, para quem vive perto dos vulcões, os solos férteis e as paisagens também estão em perigo, pois uma simples erupção coloca tudo a perder.

No entanto, perguntas como “quando ele entrará em erupção” ou “quando começar a se prevenir” agora possuem respostas mais sólidas.

Uma nova pesquisa publicada na Science Advances utiliza a tecnologia laser para ler a composição química do magma em erupção durante determinado período.

Como a química dos magmas afeta sua fluidez, explosividade e potencial de perigo, o recurso pode ajudar no monitoramento futuro e na previsão da evolução de erupções vulcânicas.

Mistérios dos vulcões em erupção

Via ScienceAlert

O magma, também chamado de rocha fundida, é composto de líquido, gás e cristais que crescem à medida que a temperatura diminui durante sua jornada até a superfície da Terra.

Quando o magma entra em erupção para se tornar um fluxo de lava, ele libera o gás, que contém vapor de água, dióxido de carbono, dióxido de enxofre e outros compostos, enquanto esfria em uma rocha vulcânica.

Esse formato de rocha cria alguns cristais com o resfriamento dentro do vulcão, mas eles são mais duros de reconhecer na superfície.

O que acontece é que esses cristais formados nas entranhas do vulcão são ótimos indicadores sobre o período que antecedeu a erupção.

No entanto, elas podem atrapalhar pesquisas sobre o derretimento da lava na superfície, que era como as tecnologias realizavam sua varredura.

Agora, para isolar o sinal de fusão, será possível utilizar um laser ultravioleta, semelhante aos usados ​​para cirurgia ocular, para explodir a matriz da rocha entre cristais maiores.

Em seguida, os pesquisadores analisarão as partículas geradas por laser por espectrometria de massa para determinar a composição química da matriz vulcânica. O método permite uma análise química rápida.

Isso traz informações detalhadas sobre a química da reação e como ela aconteceu, permitindo comparar com outras rochas fora do vulcão e verificar como sua composição muda, ou seja, indicando quando foi resfriada e quando a erupção aconteceu de fato.

Mesmo os cristais “grandes” serão relativamente pequenos para a avaliação, do tamanho de um grão de bico, na maioria das vezes.

Estudo nas Ilhas Canárias

De setembro a dezembro de 2021, um total de 160 milhões de metros cúbicos de lava cobriu mais de 12 quilômetros quadrados de terra. Destruiu mais de 1.600 casas, forçou a evacuação de mais de 7.000 pessoas e gerou prejuízos de mais de U$1,4 bilhão.

Com a nova tecnologia, pesquisadores conseguiram avaliar a lava coletada e verificar com precisão o período desses vulcões em erupção.

Estas amostras preciosas permitiram saber o dia exato da erupção, mesmo que tarde demais. No entanto, foi uma forma de provar que funciona.

Usando o método movido a laser, a equipe pode ver variações na química da lava ligadas a mudanças em terremotos e emissões de dióxido de enxofre, bem como qual o estilo de erupção e os perigos resultantes.

Isso incluiu uma mudança na espessura da lava, que cria caminhos maiores para aumentar a velocidade de saída.

Além disso, pesquisadores também encontraram uma mudança importante na química da lava há cerca de duas semanas antes do término da erupção. Isso sugere o resfriamento do magma devido à queda no suprimento de magma.

Assim, mudanças parecidas serão como um padrão de monitoramento em todo o mundo, evitando novos desastres.

Previsão de atividade vulcânica

Via Pixabay

 

Ainda não podemos impedir os vulcões em erupção, ou viajar no tempo para alertar as pessoas próximas. 

No entanto, o monitoramento de vulcões melhorou muito nos últimos anos, e permite acompanhar indiretamente as atividades, com maior precisão nas datas e, claro, evitando desastres maiores.

O trabalho das equipes de avaliação será utilizar e aprimorar essas ferramentas para testar as amostras vulcânicas e obter previsões mais precisas com o laser. O objetivo é entender como as erupções evoluem, por que elas começam e quando terminam.

Com cerca de 50 vulcões em erupção no mundo todo, as notícias continuarão saindo. No entanto, agora existe uma forma de compreender mais sobre essas atividades e evitar maiores tragédias na vida das pessoas.

 

Fonte: ScieceAlert

Imagens: Pixabay, ScienceAlert

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