Curiosidades

Escute a ”canção dos diamantes” surgindo em erupções vulcânicas

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Os minerais são corpos naturais, sólidos e cristalinos, formados pela interação de processos físicos e químicos em ambientes geológicos. Talvez, o mais famoso deles seja o diamante. E o que muitos não sabem é que as erupções vulcânicas geradas pela quebra de supercontinentes podem arrancar diamantes das profundidades da crosta terrestre e do manto. Eles são trazidos até a superfície em uma velocidade extremamente grande.

Por mais que as pessoas não possam ver esses eventos, até porque eles aconteceram milhões de anos atrás, os especialistas em som criaram uma interpretação sonora desses acontecimentos se baseando nos dados científicos publicados na revista Nature.

Som

No vídeo publicado é possível ver 240 milhões de anos de fragmentação e junção dos continentes. E os pulsos laranjas vistos são uma indicação das erupções de kimberlito, que é um tipo de rocha magmática que pode ter diamantes. Cada pulso tem um tom, e quanto mais alta é a latitude do evento, mais agudo ele é, e quanto mais baixa é essa latitude, mais grave o tom.

Além disso, ao fundo, uma melodia acompanha o movimento das placas tectônicas com acordes maiores que surgem quando os continentes se fragmentam e se afastam. Também são ouvidos acordes menores quando eles estão se juntando.

Diamantes e separação da Pangeia

Canaltech

Mesmo que seja bem interessante acompanhar essa representação visual e sonora do surgimento dos diamantes, é importante se lembrar de que se trata de uma simulação, por mais que se baseie na ciência. As erupções que são vistas no vídeo aconteceram onde hoje em dia diamantes são encontrados com frequência, principalmente no sul da África.

Logo depois que a Pangeia se separa, a atividade vulcânica começa e se espalha pelo mar até formar os continentes atuais. Quem fez a pesquisa na qual a simulação foi baseada foi uma equipe da Universidade de Southampton e publicada em 2023.

Os pesquisadores descobriram que o padrão de erupção é causado por várias instabilidades embaixo dos continentes em separação. Isso também causa uma desestabilização nas áreas perto em progressão e como resultado leva kimberlitas a serem expulsas do manto.

Formação

Natural diamond world

Não é novidade para ninguém que os diamantes estão entre as pedras preciosas mais desejadas do mundo. E não é por acaso que é também uma das mais caras.

Mesmo com todo o fascínio que as pessoas têm pelos diamantes, ainda existe muito o que aprender a respeito de como eles se formam nas profundezas da Terra. De acordo com o descoberto por uma nova pesquisa, dois tipos diferentes de diamantes raros possuem uma origem comum. Eles são frutos de reciclagem de organismos que viviam a mais de 400 quilômetros abaixo da superfície.

Ao todo, existem três tipos de diamantes naturais. Os primeiros são os chamados diamantes litosféricos. Eles se formam na camada litosférica, que fica aproximadamente entre 150 a 250 quilômetros abaixo da superfície da Terra. São os mais comuns e, provavelmente, o tipo que se encontra nos anéis.

Os outros dois tipos são mais raros. São eles os diamantes oceânicos e os superprofundos continentais. Os oceânicos, como o próprio nome diz, são encontrados em rochas oceânicas. Já os superprofundos continentais são os que se formam entre 300 e mil quilômetros abaixo da superfície do planeta. Profundidade que faz com que eles se formem no manto da Terra.

Os diamantes oceânicos e os superprofundos são bem diferentes, como por exemplo, em sua variação na assinatura de isótopo de carbono que se chama δ 13 C, delta carbono treze. Ela pode ser usada para saber se o carbono tem origem orgânica ou inorgânica.

Segundo pesquisas anteriores sugeriram, os diamantes oceânicos, originalmente, se formaram a partir do carbono orgânico que já existia nos seres vivos, enquanto os superprofundos têm uma quantidade bastante variável de δ 13 C. Por isso é difícil dizer se eles são feitos de carbono orgânico ou não.

Contudo, o novo estudo, liderado pelo geólogo Luc Doucet da Curtin University, descobriu que os núcleos de diamantes superprofundos continentais possuem uma composição parecida de δ 13 C. Essa descoberta significa que, assim como os diamantes oceânicos, esses também têm restos de criaturas que já viveram antigamente no planeta.

“Trazendo um novo significado para o velho ditado do lixo ao luxo, esta pesquisa descobriu que o motor da Terra, na verdade, transforma carbono orgânico em diamantes muitas centenas de quilômetros abaixo da superfície. Balões de rochas do manto mais profundo da Terra, chamadas plumas do manto, carregam os diamantes de volta à superfície da Terra por meio de erupções vulcânicas para os humanos desfrutarem como pedras preciosas”, disse Doucet.

Observar esses diamantes pode ajudar os pesquisadores a descobrir seus primeiros momentos, já que a estrutura desses cristais permanece colocada mesmo sob pressão cinco vezes maior do que o núcleo da Terra. E em 2019, eles até descobriram um diamante com outro dentro de si.

Além disso, essa pesquisa está longe de ser o fim da história. Isso porque os cientistas não sabem o motivo de esses diamantes raros e profundos, encontrados mais profundamente na litosfera, estarem usando esse carbono orgânico reciclado.

“Isso pode ter algo a ver com o ambiente físico-químico de lá. Não é incomum que uma nova descoberta científica levante mais questões que requerem mais investigação”, explicou o geólogo Zheng-Xiang Li, da Universidade Curtin.

Fonte: Canaltech

Imagens: YouTube, Canaltech, Natural diamond world

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