Ciência e Tecnologia

Estudantes organizam vaquinha para apresentar pesquisa sobre exoplanetas nos EUA

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As pesquisas sobre astronomia no Brasil estão cada vez mais avançadas. Mesmo que não haja tanta divulgação, o nosso país também tem feito um trabalho importante nessa área. Exemplo disso são os estudantes Pedro Henrique Soares e Raquel Farias, que realizam investigações científicas que podem ajudar a localizar condições de vida em planetas além do nosso Sistema Solar.

Os dois estudantes pretendem apresentar os seus projetos de pesquisa na AbGradCon 2019. A Conferência de Astrobiologia de Pós-Graduando acontecerá no próximo mês, entre os dias 22 e 26 de julho, na Universidade de Utah, nos Estados Unidos. Para isso, Pedro e Raquel organizaram uma vaquinha online para arrecadar fundos para financiar a viagem ao exterior. Embora os dois projetos apresentados pelos estudantes sejam diferentes, ainda assim compartilham o mesmo objetivo, que é investigar os exoplanetas.

Detecção de exoplanetas

Pedro Henrique Soares é formado em Astronomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). E agora está fazendo mestrado na área no Observatório Nacional. Embora o seu projeto de pesquisa ainda esteja em andamento, o jovem estudante pretende apresentar a sua ideia na Conferência. A sua pesquisa é focada na detecção de exoplanetas que estão localizados próximas às estrelas menos brilhantes observadas pelo Telescópio Kepler.

“Estamos ainda em processo de investigação, mas a ideia é que pelo menos 1% das estrelas que a gente detecte possa ter exoplanetas. Estamos estudando um pouco mais de 4 milhões de estrelas. Acredito que no final do projeto, a gente possa encontrar de centenas até alguns milhares de planetas”, explica o aluno de mestrado ao site Galileu.

Usando uma técnica chamada “trânsito planetário”, o estudante busca detectar os exoplanetas observando uma estrela e calculando o seu brilho. “Temos milhões de estrelas que ainda não foram estudadas, pois elas têm brilho fraco e o telescópio não obteve dados sobre essas variações. Mas com várias imagens conseguimos entender a variação do brilho delas”, disse Soares.

De acordo com o estudante, caso algum astro passe na frente de uma estrela, como um exoplanetas por exemplo, a sua luminosidade diminui. Dependendo da interferência na luz é possível identificar as características desse corpo celeste a partir das medidas do seu raio. “É extremamente importante estudar planetas fora do nosso Sistema Solar para entender os planetas do nosso próprio sistema”, destaca Soares.

Com os cortes crescentes nas áreas da educação a pesquisa brasileira tem sido afetada. O Observatório Nacional não teve condições de conceder suporte financeiro para o estudante. Pedro precisa alcançar o valor de R$ 8 mil para arcar com a viagem ao exterior. Ele tem uma vaquinha virtual aberta onde qualquer pessoa pode contribuir.

Características dos exoplanetas

Assim como Pedro, a estudante Raquel Farias, também pretende apresentar a sua pesquisa na AbGradCon 2019. Raquel cursa graduação em Biotecnologia na UFRJ. A estudante está fazendo um projeto de iniciação científica sobre a caracterização da atmosfera de exoplanetas. A sua pesquisa visa encontrar características similares às do nosso planeta, em planetas fora do nosso Sistema Solar.

Em entrevista à Galileu, a estudante explica que o seu projeto é focado em analisar os dados de planetas rochosos e de baixa massa. O objetivo da investigação é definir se um planeta está na zona habitável de uma estrela. E mais ainda, se a temperatura do planeta permite a existência de água em forma líquida. “Pelos dados, consigo também descobrir se ele é um planeta rochoso ou gasoso, ou se tem um tamanho similar à Terra ou não”, disse Raquel.

Para conseguir viajar para os Estados Unidos, Raquel precisa conseguir um total de R$ 6 mil. Qualquer um que queria contribuir para a sua ida e volta ao congresso pode estar ajudando através da vaquinha online. “É importante que pessoas saibam que o nosso país faz pesquisas nessa área”, afirma. “Gosto muito de usar os conhecimentos moleculares que tive na faculdade e extrapolar isso para o ambiente macro do universo”.

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