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Estudo de projeto da ONU aponta que 33% do plástico que entra no Brasil pode acabar no oceano

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Um diagnóstico nacional apontou que aproximadamente 33% de todo o plástico que entra anualmente no mercado brasileiro, quase 3,5 milhões de toneladas, pode acabar no oceano. A pesquisa foi apresentada em Santos, no litoral de São Paulo, dentro da programação “Diálogos para a Cultura Oceânica”, feita pela Unesco.

Na Baixada Santista, os secretários de Meio Ambiente assinaram um acordo para desenvolver ações conjuntas para combater o lixo do mar na região.

O estudo foi elaborado pelo Blue Keepers, projeto ligado à Plataforma de Ação pela Água e Oceano do Pacto Global da ONU Brasil. A pesquisa informou que cada brasileiro pode ser responsável por poluir os mares com 16 kg de plástico por ano.

Ainda de acordo com a pesquisa, as fontes de resíduos que chegam ao mar são variadas e a maioria pode ser encontrada em terra.

A pesquisa, realizada entre julho de 2021 e abril de 2022, faz parte dos dois primeiros relatórios produzidos pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. A coordenadora do Blue Keepers, Gabriela Otero, informou que a próxima etapa será identificar o tipo de plástico que está sendo produzido em cada região do Brasil e mapear quais caminhos estão levando o produto para os oceanos.

Logo em seguida, a Blue Keepers vai desenvolver iniciativas que possibilitem diminuir em 30% os descartes nos oceanos até 2030. O objetivo é propiciar soluções preventivas e corretivas, por meio de parcerias, em 100 cidades brasileiras.

Quais são os perigos do plástico para o corpo humano?

Além de poluir os oceanos, os plásticos podem impactar a saúde dos humanos. De acordo com cientistas canadenses, foi identificado que aproximadamente 121 mil partículas são ingeridas por pessoa a cada ano.

Veja abaixo quais são os maiores perigos para o corpo humano.

Como os microplásticos se formam?

Foto: Getty Images

A demanda por plástico aumenta em todo o mundo por causa do baixo custo e da alta durabilidade do material. No entanto, as organizações mundiais estão procurando alternativas para combater a disseminação das micropartículas do plástico no meio ambiente.

Quando o material não é reciclado ou reutilizado, o descarte costuma ser feito de maneira incorreta. Com isso, o plástico se degrada em forma de microplásticos, que podem chegar ao meio ambiente de diferentes maneiras.

Entre elas, estão a lavagem de roupas, já que muitas peças são produzidas com poliéster e as partículas se desgrudam durante a lavagem. Além disso, produtos de higiene e cosméticos podem conter partículas de polietileno, um tipo comum de polímero.

Por fim, uma das maneiras mais comuns é por meio da destinação incorreta de compostos, que chegam a oceanos, lagos, rios e florestas.

Quais são os impactos na saúde humana?

Foto: DidiPho/ Shutterstock

Uma pesquisa feita na Universidade de Victoria (Canadá) apontou que os microplásticos podem ser encontrados em diversos alimentos (como peixes e moluscos), em temperos (como sal), na água da torneira e de garrafas e no ar.

Dessa forma, o corpo humano está em constante exposição a substâncias que podem causar diversas complicações para a saúde, contribuindo para maior chances de desenvolvimentos de problemas como:

  • aborto;
  • diabete;
  • infertilidade;
  • reações alérgicas;
  • tipos diferentes de câncer;
  • doenças cardíacas e psíquicas;
  • síndrome do ovário policístico (SOP).

Além disso, outros estudos relacionam a ingestão do material a mudanças endócrinas, que podem causar problemas comportamentais.

Estudo recente investiga melhor os impactos do plástico

Foto: Shutterstock

Pesquisadores associados a diferentes instituições globais se juntaram para compor a Comissão de Plásticos e Saúde Humana de Mônaco, com o objetivo de pesquisar sobre os efeitos do uso e do descarte do material na saúde humana.

Os pesquisadores revelaram que os riscos do plástico em todo o seu ciclo de vida. Eles apontaram até mesmo extração de óleo e gás, que são as principais matérias-primas do material, e os passos envolvidos no processo, como transporte, fabricação, consumo, reciclagem, combustão, etc.

Todas essas atividades contaminam as águas, os solos e o ar, expondo a população a gases tóxicos e compostos que podem provocar doenças infantis e maior incidência de câncer, especialmente nos trabalhadores que lidam diretamente com plásticos e químicos.

O estudo com o relatório completo relacionado à saúde humana tem previsão de ser publicado em março de 2023.

Fonte: G1, Summit Saúde

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