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Estudo revela a origem da calça mais antiga do mundo

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As calças mais antigas do mundo foram encontradas nos anos 1970 em um corpo mumificado no oeste da China. Com 3.200 anos de idade, o fóssil pertence a um cavaleiro que ficou conhecido como “Turfan Man”, devido à sua cova ser próxima da cidade chinesa de Turfan. 

Após o registro, a peça de roupa começou a chamar a atenção dos cientistas. No entanto, foi apenas em março de 2022 que um estudo publicado no Science Direct divulgou ter descoberto de que forma foi confeccionada a famosa calça.

A técnica usada

Foto: M. Wagner/ Archaeological Research in Asia

O primeiro tecido identificado foi a sarja, que exige uma técnica complexa de tecelagem para a sua criação. Por meio de linhas paralelas e linhas diagonais, permite que a lã adquira um caráter elástico.

Outra técnica utilizada foi uma tecelagem de tapeçaria, que configura os joelhos da calça, uma área onde um tecido mais espesso é utilizado para proteger a articulação. Também foi usada uma técnica no cós, para permitir que a pessoa que use a peça consiga mover as pernas com liberdade, uma característica útil para alguém montando um cavalo, de acordo com o Science News.

A troca cultural

Foto: M. Wagner/ Archaeological Research in Asia

A descoberta dessa mistura de técnicas de tecelagem surpreendeu os pesquisadores, mas ao mesmo tempo era algo esperado por causa do local onde o Turfan Man foi encontrado.

O dono das primeiras calças conhecidas da história humana foi enterrado em uma área de grande compartilhamento cultural. Nesse local, os comerciantes de diversas partes se encontravam. Anos depois, o lugar ficou conhecido como Rota da Seda. 

“Uma diversidade de técnicas e padrões têxteis de diferentes origens, tradições e épocas locais se fundiram em algo novo nesta peça. A Ásia Central Oriental era um laboratório onde pessoas, plantas, animais, conhecimentos e experiências de diferentes direções e fontes vinham… e se transformavam”, explica a arqueóloga Mayke Wagner, que é diretora do Instituto Arqueológico Alemão e esteve envolvida na pesquisa.

Quando se tornou comum as mulheres vestirem calças?

Foto: Reprodução

Na Idade Média, as calças ficaram populares entre os bizantinos e logo foram adotadas, por causa da praticidade, pelos homens na Europa Ocidental.

Apenas no fim do século 19 as mulheres começaram a vesti-las, inclusive, em Paris, uma lei de 1800 proibia mulheres de usar calças.

No entanto, foi justamente uma francesa, Coco Chanel, quem deu um passo fundamental para mudar a questão. A estilista foi movida pela dificuldade em cavalgar usando vestidos e por isso decidiu trazer a peça para os guarda-roupas femininos.

Com calças femininas e o icônico pretinho básico, Coco Chanel elevou o padrão da moda no século 20 e continua sendo uma influência no estilo elegante e simples.

Como as calças entraram definitivamente no guarda-roupa feminino?

Foto: Reprodução

Enquanto a França tinha Coco Chanel, os Estados Unidos tinham a jornalista, editora e ativista social Amélia Bloomer, defensora dos direitos femininos, que já usava em 1851 um vestido curto junto com calças soltinhas chamadas de calças turcas, que foram renomeadas como “bloomers”.

Bloomer foi uma das líderes do movimento pela reforma do vestuário, que defendia o uso de roupas mais racionais e confortáveis para as mulheres, substituindo os espartilhos e as anáguas.

Por causa desse estilo de roupa, também usado pelas sufragistas, as mulheres que aderiram essa peça recebiam ameaças públicas, o que impediu a disseminação desse modo de vestir.

Foto: Reprodução

O item de influência masculina ganhou a atenção nos anos de 1930, com as pantalonas se tornando símbolo de força e magnetismo nas grandes telas do cinema em Hollywood.

Por causa da elegância do corte de linhas retas, a peça se tornou popular e as mulheres se encantaram pela modernidade das calças, um item presente no guarda-roupa da maior parte da população mundial.

Fonte: Aventuras na História¹, Aventuras na História²

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