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Como uma aposta em cavalos ajudou o cinema?

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A história do cinema é uma das mais pesquisadas e estudadas. Essa arte criou grandes amantes ao redor do mundo desde a sua criação. Mas você sabia que uma aposta em cavalos ajudou o cinema a se tornar esse que conhecemos hoje?

Tudo começou no ano de 1872, quando dois homens influentes no mercado empresarial e político dos Estados Unidos entraram em desacordo devido a uma corrida apostada de cavalos. Em um lado estava Leland Stanford, ex-governador da Califórnia, o maior defensor de que em um determinado momento, durante a corrida, um cavalo poderia conseguir tirar as quatro patas do solo e “flutuar” durante o galope. No outro lado estava Frederick MacCrellish, que afirmava ser impossível realizar tal ação.

Mesmo que os dois olhassem atentamente cada movimento do animal, era impossível que eles chegassem a um acordo. Para solucionar esta incógnita,  Leland decidiu financiar uma pesquisa de Eadweard Muybridge, um grande fotógrafo que acabou se tornando famoso devido aos registros de paisagens e padrões arquitetônicos. Ele chegou a ser chamado para tirar fotos de uma das expedições do exército dos Estados Unidos ao, na época, recém-adquirido território do Alasca.

A idéia de Muybridge

Foto: Getty Images

Com a ajuda financeira do político, em 1878, Muybridge utilizou alguns lençóis brancos e um conjunto de câmeras que disparavam quando o cavalo passava diante delas. Para isso, usou um dispositivo elétrico, criado por John D. Isaacs.

Em seguida, em 11 de junho daquele mesmo ano, ocorreu a primeira tentativa bem sucedida. Naquele momento, foram utilizadas 12 câmeras estereoscópicas, a uma distância de 21 polegadas uma das outras. Por causa disso, conseguiram capturar os 20 pés tomados por um galope de um cavalo. Essa técnica permitiu registro com milésimos de segundos diferentes.

As fotos ficaram conhecidas como The Horse in Motion e ajudaram a comprovar a teoria de Leland. As imagens mostram que todos os cascos do cavalo ficam, por segundos, sem tocar o solo.

Ao mostrar as doze fotos rapidamente, uma sequência após a outra, era possível ter a sensação de assistir as imagens ganhando movimento. Por causa disso, Muybridge decidiu criar o zoopraxiscópio, uma máquina semelhante ao Zootrópio, mas que apresentava movimentos mais realísticos. Esse conceito foi muito importante para o princípio básico utilizado para o desenvolvimento do cinema.

A carreira como fotógrafo

Simulação do Zoopraxiscópio / Foto: Wikimedia Commons

Admirada pelo público e pelos cientistas, a invenção de Muybridge chegou até a Exposição Universal de 1893, em Chicago. No local, o fotógrafo realizou diversas palestras sobre a locomoção de animais. Também havia um grande salão com o zoopraxiscópio, que mostrava retratos em movimentos para o grande público presente. Por causa disso, a exposição foi considerada o primeiro cinema comercial da história.

Zoopraxiscópio/Foto: Wikimedia Commons

Porém, a carreira de Muybridge não se resumiu apenas à grande criação. Entre os anos de 1883 e 1886, ele fez um total de 100.000 imagens trabalhando com a ajuda financeira da Universidade da Pensilvânia. Nessa época, foram publicadas 781 placas com 20.000 de suas fotografias em uma grande coleção nomeada como Animal Locomotion.

Muybridge fez vários estudos de movimento com vários personagens diferentes. Entre eles estão pessoas descendo as escadas, pássaros voando e até um brasão galopando. Outras das suas obras conhecidas são “Um casal e Movimento” e “Mulher Descendo as Escadas”.

Fonte: Aventuras na História

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