Por A desertificação dos oásis está se tornando uma ameaça cada vez mais real, e está preocupando os cientistas!
Essas preciosas ilhas verdes em meio aos desertos áridos desempenham um papel crucial como habitats vitais e fontes de água. Ao longo dos séculos, eles ajudaram a sustentar comunidades, impulsionar o comércio e estimular a imaginação humana.
Essenciais para a sobrevivência de diversas formas de vida nas terras áridas, os oásis representam uma parte significativa da produtividade e biodiversidade dos desertos.
Sua existência depende da presença constante de fontes confiáveis de água potável. Hoje, se encontram em 37 países, predominantemente na Ásia (77%) e em menor escala na Austrália (13%).
Apesar de ocuparem apenas uma fração mínima da superfície terrestre, aproximadamente 1,5%, sua importância é sem tamanho. Os oásis sustentam cerca de 10% da população mundial, proporcionando uma salvação vital em ambientes naturalmente adversos e secos.
No entanto, muitos desses locais mágicos estão agora sob ameaça devido às consequências das mudanças climáticas e das atividades humanas.
Estudo e possível desertificação dos oásis
Via Wikimedia
Um recente estudo publicado na revista Earth’s Future revela a expansão ou contração dessas unidades geográficas ao longo dos últimos 25 anos, à medida que os padrões de disponibilidade de água mudaram e a desertificação avançou sobre esses oásis úmidos.
O objetivo do grupo de pesquisadores era entender a distribuição global dos oásis e suas mudanças dinâmicas, examinando como eles respondem a um ambiente em transformação.
Este estudo destaca a importância dos oásis na realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e na promoção do desenvolvimento sustentável em áreas áridas.
O estudo se baseou na análise dos dados de ocupação do solo fornecidos pela Agência Espacial Europeia, abrangendo os últimos 25 anos, para examinar suas mudanças ao longo do tempo.
Ficaram evidentes as alterações na vegetação, indicando mudanças no uso e ocupação da terra, assim como na saúde desses sistemas, influenciadas tanto pela atividade humana quanto pelas mudanças climáticas.
Anteriormente vistos como locais de imaginação, esses oásis agora sustentam importantes habitats e fontes de água para as regiões áridas, demandando um desenvolvimento sustentável.
O estudo concluiu que a desertificação dos oásis foi adiada em todo o mundo. Grande parte teve um aumento líquido de 86.500 quilômetros quadrados de área entre 1995 e 2020.
Isso se impulsou por um acréscimo de 220.149 quilômetros quadrados, principalmente devido a projetos intencionais de expansão de oásis no continente asiático.
Atenção
Apesar de aparentar um avanço positivo, há uma advertência crucial a ser considerada. A maior parte desse crescimento não é resultado de processos naturais, mas sim de intervenções humanas.
Essa expansão decorre da transformação intencional de terras desérticas em oásis, alcançada através do direcionamento e bombeamento de água de aquíferos subterrâneos, para criar pastagens e áreas agrícolas.
Essa prática se concentrou especialmente na China, onde os esforços de gestão contribuíram com mais de 60% do aumento.
Apesar dos esforços humanos para expandir as áreas, a desertificação dos oásis surge como uma séria ameaça.
Em todo o mundo, os pesquisadores observaram uma perda de mais de 134.000 quilômetros quadrados de área nos últimos 25 anos. Estima-se que as mudanças nos oásis tenham impactado diretamente cerca de 34 milhões de pessoas globalmente.
O estudo ressalta a importância de reconhecer o risco que as mudanças climáticas e as atividades humanas representam para esses refúgios úmidos.
Impossível manter a longo prazo
Via Flickr
As conclusões do estudo mostram que o aumento resultou de uma expansão artificial desses sistemas, levantando preocupações sobre sua sustentabilidade a longo prazo.
Isso destaca a importância de reconhecer o risco imposto pelas mudanças climáticas e pelos fatores de estresse humanos para esses ecossistemas úmidos.
Além disso, salienta a natureza vulnerável desses ambientes, levantando questionamentos sobre se essa expansão artificial é apenas uma solução de curto prazo, com potenciais consequências devastadoras no futuro.
Esses resultados também servem como alerta para uma gestão eficiente e conservação dos recursos hídricos, visando promover o desenvolvimento sustentável das regiões áridas e uma adequada gestão do uso e ocupação do solo, especialmente diante do cenário de desregulação climática.
Muitos oásis artificiais se baseiam em práticas hídricas insustentáveis, como a exploração de fontes de água subterrânea que se esgotam rapidamente ou o desvio de água de ecossistemas que dependem desses recursos para sua própria sobrevivência.
Essa dependência de formas insustentáveis de uso da água projeta uma sombra sobre o futuro desses oásis.
À medida que os recursos hídricos diminuem e os ecossistemas são afetados, a manutenção da expansão artificial se tornará cada vez mais difícil.
Fonte: Tempo
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