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Foi difícil para Bill Gates, mas ele aprendeu: a ciência sabe há anos que o vício no trabalho diminui a produtividade

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Todo mundo já ouviu que o trabalho dignifica o homem. Para a maioria das pessoas, ele é mais que isso. É como a pessoa se mantém e consegue comprar suas coisas. Mas ele também pode ser um grande ponto para definir quem a pessoa é. Até porque, uma das primeiras perguntas que as pessoas geralmente fazem umas às outras é “o que você faz?”

Nesse ponto, as pessoas que são workaholic, ou seja, viciadas em trabalho, podem se definir quase que única e exclusivamente por ele. Contudo, esse comportamento não é uma coisa boa para a saúde. 

E isso pode ser difícil das próprias pessoas enxergarem. Esse foi o caso de Bill Gates, que teve dificuldade em aprender essa lição, mas desde que descobriu os efeitos ruins do vício em trabalho para a saúde, ele se tornou um defensor ferrenho a respeito do descanso.

Malefícios

Conceitos

Existe uma linha tênue entre a pessoa ser apaixonada por seu trabalho e o vício nele. E existem vários estudos, como o feito pela Universidade de Brasília, que relacionam o estresse e a falta de descanso com a perda de habilidades cognitivas. Por isso que uma produtividade tóxica apenas prejudica o desempenho que quem sofre com horas de trabalho em excesso.

Estudos feitos pela Universidade Ariel, em Israel, confirmam que o vício no trabalho é um problema real, com vários mitos e tabus que lhe dão uma aparência de heroísmo. Contudo, isso é relacionado pelo estudo da Universidade ELTE Eötvös Loránd de Budapeste a pessoas com características como perseverança ou perfeccionismo que não conseguiram criar limites corretos.

Até porque, se a pessoa precisa de tanta dedicação, alguma coisa está errada. Dentre os sintomas do vício no trabalho, um dos mais imediatos são as horas em excesso. Por exemplo, se é necessário 13 horas para fazer o trabalho que deveria ser feito em uma jornada de oito horas, isso é um sinal de que ou a pessoa não está conseguindo se organizar de forma certa ou que o tempo que cada tarefa exige não está sendo calculado corretamente. E trabalhar por mais horas não faz uma pessoa ser mais apaixonada pelo que faz, mas sim menos eficiente.

De acordo com um estudo feito pelo Hospital Universitário Clermont-Ferrand, na França, ter uma dependência do trabalho afeta a saúde a médio e longo prazo. Além de aumentar o risco de depressão, ansiedade, distúrbios do sono, estresse e problemas de saúde cardíaca.

Por conta disso que estabelecer limites claros é uma coisa fundamental para que se mantenha um equilíbrio saudável. Quando uma pessoa se desliga do trabalho, ela pode recuperar suas energias e melhorar a capacidade de lidar com o estresse diário. Por conta disso é essencial que a pessoa escute seu corpo e faça pausas ao invés de tentar acabar com a exaustão com o café. Tanto que, às vezes, a pausa é mais produtiva do que tentar continuar a todo custo.

Por isso que as férias não são somente um direito, elas são uma necessidade. E esse direito a desconectar digitalmente e descansar não é algo exclusivo dos funcionários, mas também dos patrões. Até porque, as férias são essenciais para a pessoa se recuperar física e mentalmente e promover uma chance de analisar o que está fazendo bem e o que não está.

Vício em trabalho

Portal pós

O estudo feito pela Università di Bologna e publicado no periódico Journal of Occupational Health Psychology, mostrou que pessoas viciadas em trabalho têm um risco maior de doenças cardiovasculares.

Conforme o estudo, esse tipo de comportamento tem várias semelhanças com outros vícios, como por exemplo, o alcoolismo. Outro ponto levantado é que o humor negativo que essas pessoas têm pode ser um indicativo dos níveis altos de estresse diário, o que por sua vez pode ser a principal causa para essas pessoas terem síndrome de Burnout e problemas cardiovasculares.

Por conta disso que os pesquisadores dizem que as empresas devem desencorajar qualquer tipo de comportamento que sejam contribuintes para esse vício. Isso porque, quem sofre com ele tende a trabalhar excessiva e compulsivamente. Esse comportamento acaba afetando a saúde, o bem-estar psicológico e as relações com amigos e família de forma negativa.

As pessoas que são workaholic tendem a experimentar um mal-estar, geralmente acompanhado de emoções negativas, como ansiedade, hostilidade e culpa quando não conseguem trabalhar o tanto que queriam.

Contudo, na visão de alguns pesquisadores, os workaholics sentem um bem-estar e satisfação em seu dia de trabalho. Já outros estudos pontuam que essas emoções positivas se transformam rapidamente em um estado disfórico caracterizado por irritação e depressão.

Nesse estudo em questão, os pesquisadores fizeram a análise de 139 trabalhadores em tempo integral. E um teste psicológico foi usado pela primeira vez para fazer a avaliação do nível de dependência do trabalho de cada um.

Mesmo assim, os pesquisadores também fizeram a análise do humor dos trabalhadores e a percepção de cada um da carga de trabalho através de um app no telefone deles. Com isso, os pesquisadores conseguiam mandar pequenos questionários a cada 90 minutos durante três dias úteis.

Como resultado foi visto que aqueles que eram workaholics tinham, em média, um humor pior que os outros. “Assim, não parece ser verdade que as pessoas viciadas em trabalho obtenham mais prazer na sua atividade laboral; muito pelo contrário, os resultados parecem confirmar que, tal como em outras formas de dependência comportamental e de substâncias, a euforia inicial dá caminho para um estado emocional negativo que permeia a pessoa mesmo durante o trabalho”, concluíram os pesquisadores.

Esses resultados mostram que, geralmente, as pessoas viciadas em trabalho têm consistentemente um estado de espírito mais negativo durante o dia e sem variações significativas mesmo com o passar do tempo.

Fonte: IGNCanaltech

Imagens: Conceitos, Portal pós

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