Ciência e Tecnologia

Evento raro que criou vegetação da Terra aconteceu outra vez

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A formação da vegetação da Terra por si só já é um evento impressionante, mas outro fenômeno, documentado apenas três vezes em toda a nossa história, voltou a repetir esse ato!

Uma bactéria marinha e seu organismo hospedeiro evoluíram juntas por um período prolongado, gerando uma bactéria que se assimila como uma organela.

Esse evento singular elevou as algas à posição de primeiros eucariontes a possuir organelas com a capacidade de fixar nitrogênio.

O que aconteceu?

Em um evento surpreendente que deu origem à nossa história evolutiva, uma bactéria marinha, conhecida como UCYN-A, entrou em um processo de coevolução com suas algas hospedeiras.

Esse processo persistiu por um período tão significativo que a bactéria foi efetivamente assimilada como uma organela pelas algas. Na prática, significa que ela mudou de forma, saindo de um organismo e evoluindo para outro, assim como aconteceu com a vegetação da Terra nos primórdios dos tempos.

Esse fenômeno único confere às algas uma espécie de poder especial: a chance de serem os primeiros eucariontes a abrigar organelas capazes de fixar nitrogênio, um passo evolutivo crucial.

Tal ocorrência, até então, só foi documentada em outras três ocasiões na história da Terra, resultando na formação das mitocôndrias e dos cloroplastos, estruturas vitais encontradas em células eucariontes.

Via ResearchGate

Dois estudos recentes, destacados nas renomadas revistas científicas Cell e Science, lançam luz sobre esse fascinante processo evolutivo.

Eles revelam que a bactéria UCYN-A coevoluiu em estreita associação com as algas, gradualmente se tornando parte integrante de suas próprias células.

Os cientistas estão entusiasmados com essa descoberta, pois ela oferece insights valiosos sobre como a organela recém-nomeada nitroplasto pode ser transformada e utilizada em plantas cultivadas.

Impactos

Esse conhecimento potencialmente revolucionário pode ter implicações profundas para a agricultura e a biotecnologia, promovendo avanços na compreensão e manipulação dos processos metabólicos das plantas.

Assim, o estudo desses eventos extraordinários não apenas enriquece nossa compreensão da história da vida na Terra, mas também lança luz sobre possibilidades futuras no domínio da ciência e da tecnologia.

Tyler Coale, autor de um dos artigos que documentam a descoberta, falou em um comunidade à imprensa. Em suas palavras, é ‘muito raro’ que organelas surjam desse tipo de processo.

Esse tipo de evento é tão excepcional que os cientistas sequer conseguiram reproduzir em laboratório, mesmo parecendo tão simples.

Em termos de evolução celular, foi algo que levou milhões e milhões de anos para se concretizar e gerar a vegetação da Terra como conhecemos. Agora, está acontecendo novamente enquanto podemos estudar esse evento, surpreendendo o cenário científico.

Evolução

Via Wikimedia

Foram dois estudos recentes que chegaram à conclusão de que a bactéria UCYN-A passou por um processo de coevolução com a alga, eventualmente integrando-se completamente à célula hospedeira, e não sendo outro tipo de eevnto.

O primeiro artigo, publicado em março de 2024 na revista Cell, revela que os metabolismos tanto da UCYN-A quanto de suas algas hospedeiras estão intricadamente entrelaçados.

O segundo artigo, publicado em abril na revista Science, destaca a capacidade da bactéria de importar proteínas das células hospedeiras.

Tyler Coale diz que este sistema oferece uma nova perspectiva sobre a fixação de nitrogênio. Além disso, pode oferecer insights sobre como uma organela desse tipo poderia ser manipulada em plantas cultivadas.

A organela resultante recebeu o nome oficial de nitroplasto, com os cientistas datando sua evolução em cerca de 100 milhões de anos atrás. Embora a UCYN-A não seja a única bactéria desse tipo, ela é a primeira com identificação até o momento.

Assim, abre margem para novas descobertas no meio, motivando cientistas no estudo da vegetação da Terra e na expectativa de uma reprodução futura, possivelmente artificial.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Wikimedia, ResearchGate

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