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Astrônomos japoneses fotografam foguete abandonado na órbita da Terra

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As pessoas são fascinadas com o espaço e as coisas que existem nele. Mas o que muitos podem não saber é que o espaço é o lar de meio milhão de toneladas de lixo espacial. Trata-se de fragmentos de detritos pequenos. Esses possuem, em média, o tamanho de uma bolinha de gude e são como “poluições” na órbita da Terra.

Mesmo tendo um tamanho relativamente pequeno, o lixo espacial é um problema grande e pode trazer riscos. Na última semana, o satélite ADRAS-J, operado pela empresa japonesa Astroscale, fotografou o foguete H-2A abandonado na órbita do nosso planeta. Esse foguete se rompeu em 2019.

“Eis a primeira imagem mundial de detritos espaciais capturada por meio de operações de encontro e proximidade durante nossa missão ADRAS-J”, disse a empresa em um post em sua conta no Twitter.

Pedaço de foguete

Gizmodo

Por conta disso que a empresa defendeu que seu registro é algo inédito e mostra, pela primeira vez, o lixo espacial deixado pelos humanos. “Marca um passo crucial para a compreensão e abordagem dos desafios colocados pelos detritos espaciais, impulsionando o progresso em direção a um ambiente espacial mais seguro e sustentável”, disse a empresa em um comunicado.

Embora a Astroscale diga que seu registro seja algo inédito, a imagem não é tão inédita assim. Até porque, em 2003, o Laboratório de Pesquisa da Força Aérea dos Estados Unidos registrou um lixo espacial com seu satélite XSS-10.

A sigla do satélite da empresa japonesa significa “Active Debris Removal by Astroscale-Japan”, ou “Remoção ativa de detritos pela Astroscale-Japão” em portugês. O objetivo dele era chegar perto do foguete H-2A, que foi lançado em 2018 e se rompeu em 2019 em mais de 70 pedaços. Os cientistas querem estudar os restos para compreender melhor o acidente em si e como o lixo espacial se movimenta.

Eles pensam que os dados conseguidos nessa missão ajudem no momento de desenvolver outros foguetes para que eles consigam fazer a manutenção nos satélites ou até mesmo tirá-los do espaço.

Lixo espacial

Jornal da USP

O lixo espacial é um verdadeiro problema. Para se ter uma noção, segundo o estudo publicado na revista científica Nature Astronomy, existem 651 pedaços de lixo espacial que tem risco de cair descontroladamente nos próximos 10 anos.

Por conta disso e de outros riscos, a Administração Federal de Aviação (FAA) está tentando diminuir a quantidade de lixo espacial na órbita do nosso planeta. De acordo com a proposta dela, o tempo que os estágios superiores de empresas privadas podem ficar em órbita pode ser limitado.

Segundo uma versão preliminar, a FAA explicou que o objetivo dessa nova regra é “limitar o crescimento de novos detritos orbitais, e de reduzir o potencial de colisões com naves e satélites para promover um ambiente espacial sustentável”.

Para que isso seja alcançado, as operadoras de lançamentos comerciais podem descartar os estágios superiores, que são a parte do foguete que libera a carga útil, de cinco maneiras diferentes, além de fazer uma reentrada controlada ou então levá-los para uma órbita que seja menos congestionada.

Uma outra opção dada pela FAA foi o descarte atmosférico descontrolado. Ele consiste em deixar o estágio superior perder altitude com o arrasto atmosférico e cair pela órbita baixa da Terra. No caso de a empresa decidir fazer isso, ela tem que fazê-lo em até 25 anos.

Mesmo assim, o documento feito tem uma abertura para que esse cronograma seja diminuído por conta do risco que esses estágios superiores têm no aumento do lixo espacial se eles ficarem por muito tempo em órbita. “Pode ser apropriado ter um tempo de descarte menor, de cinco anos, ou de um período menor que 25 anos”, sugeriu a FAA.

De acordo com a FAA, em julho desse ano tinham mais de 23 mil detritos orbitais com pelo menos 10 cm de diâmetro. “As projeções atuais de detritos estimam um total de meio milhão de objetos com diâmetro entre 1 e 10 cm órbita, e mais de 100 milhões de objetos maiores que 1 milímetro”, pontuou.

Fonte: Gizmodo, Olhar digital

Imagens: Gizmodo, Jornal da USP

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