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Exclusivo: império de Geraldo Rufino, o “catador de sonhos”, está na mira da polícia

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Geraldo Rufino, um empresário de 64 anos, está sendo alvo de investigações da polícia.

Essa figura renomada ganhou fama com uma história inspiradora e clássica de superação. Saindo de uma origem modesta, ele se transformou em um self-made man de sucesso graças ao seu espírito empreendedor e sua resiliência.

Sua trajetória de sucesso o levou a conquistar mais de dois milhões de seguidores nas redes sociais, participar de talk shows populares e receber convites para palestrar em todo o país, tudo girando em torno de sua expertise no mundo dos negócios.

Sobre Geraldo Rufino

Nascido em Campos Altos, Minas Gerais, e criado na favela do Sapé, na zona oeste de São Paulo, Geraldo Rufino é muitas vezes referido como o “catador de sonhos”, um título que ele próprio adotou em sua autobiografia.

Sua história é enaltecida por sua determinação, otimismo e capacidade de superação.

Em diversas aparições na televisão e em reportagens jornalísticas, Rufino compartilha sua jornada desde os oito anos de idade, quando começou a trabalhar em uma fábrica de carvão.

Seus dois livros, incluindo o segundo intitulado “O Poder da Positividade”, seguem a tradição do gênero de autoajuda e venderam mais de 50 mil cópias no total.

Via Metrópoles

Uma parte significativa da história de Geraldo Rufino diz respeito à sua superação de cinco falências, que ele aborda em videoaulas online, nas quais compartilha conselhos sobre como lidar com dívidas.

Rufino enfatiza a importância de guardar dinheiro onde for possível, até mesmo em locais como colchões. Também encoraja as pessoas a enfrentarem a pressão dos credores sem esperar por mudanças milagrosas.

Problemas legais

Apesar do sucesso, Geraldo Rufino não está conseguindo escapar das graves suspeitas que pairam sobre ele.

Elas vêm não apenas dos credores que o pressionam incessantemente, mas também das autoridades policiais e judiciais.

Documentos obtidos pela mídia revelam que o império construído por Rufino está sob investigações.

Ele se orgulha de possuir a maior rede de desmanche de veículos pesados na América Latina, com um faturamento anual de R$ 50 milhões.

No entanto, decisões judiciais relacionadas a fraudes milionárias e uma série de crimes, incluindo falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e clonagem de veículos, estão interferindo.

Tanto a Polícia Civil de São Paulo quanto a Polícia Federal estão conduzindo inquéritos que focam na família do empresário e suas empresas.

No âmbito das dívidas, decisões judiciais têm exposto o uso de testas de ferro para que Rufino evite pagamentos e evada execuções judiciais de grande montante.

Os credores acusam Rufino de enriquecer usando um método comum de autoajuda: adquirir empréstimos e nunca pagar.

Essa falta de pagamento é total. Quando recebe ação judicial para cumprir o acordo, descobre-se que ele não tem nada em seu nome.

Seus ativos frequentemente são registrados em nome de familiares ou até mesmo de terceiros, como a secretária da JR Diesel, sua empresa de desmanche fundada em 1985.

Milionário sem dinheiro

Geraldo Rufino possui dívidas acumuladas de R$ 15 milhões. No entanto, a tentativa de confiscar os ativos para pagar essas contas encontrou apenas R$9 na conta.

Essa quantia insignificante contrasta  com o estilo de vida luxuoso que Rufino e sua família desfrutam em Alphaville.

Diante desses bloqueios de bens, os juízes argumentam que o padrão de vida ostentado pelos Rufino é “incompatível” com seus recursos bancários.

Credores estão buscando recuperar o que lhes é devido, confiscando os saldos das empresas da família. No entanto, essa tarefa está se revelando desafiadora.

Além disso, há 45 empresas registradas em nome de parentes de Rufino, todas ligadas à venda de peças de caminhões. Algumas dessas empresas sequer têm existência fora do papel.

Durante investigações, a Polícia Federal apontou para a relação entre as empresas de seu filho, Guilherme Rufino, e as de Geraldo Rufino.

Recentemente, o empresário tentou negociar a compra de um carro de luxo Porsche Cayenne, mas acabou não cumprindo o acordo.

Relatórios indicam que Guilherme movimentou mais de R$ 5 milhões em suas contas em um ano, período que coincide com o incidente do Porsche.

Via Metrópoles

Entregador laranja

Na lista de empresas investigadas, que supostamente pertencem aos parentes de Geraldo Rufino, está a Perfil Diesel. Seu único sócio é Pedro Henrique de Santana, sobrinho-neto de Rufino, com 25 anos de idade.

Pedro Henrique ganha R$ 1,3 mil por mês como entregador terceirizado para o Mercado Livre.

Oficialmente, ele herdou a empresa de sua avó, irmã de Geraldo Rufino, de 78 anos, de acordo com registros da Junta Comercial de São Paulo.

Quando a Polícia Civil de São Paulo visitou a sede da Perfil Diesel, quem se apresentou como proprietário foi Aristides Bispo de Santana, pai de Pedro e sobrinho de Geraldo.

Ao examinar os registros de Pedro Henrique como proprietário da Perfil Diesel, os investigadores constataram que ele nunca esteve no local.

Agora, os investigadores pretendem interrogar os parentes de Rufino e sugerirem que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) analise as movimentações financeiras suspeitas da família.

Embora o inquérito não mencione Geraldo Rufino nominalmente, ele representa mais uma investigação que questiona o império construído pelo empresário.

No entanto, o advogado da família Rufino, Arthur Migliari, recusou-se a responder às perguntas da mídia.

 

Fonte: Metrópoles

Imagens: Metrópoles, Metrópoles

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