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Existem animais gays?

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A homossexualidade é um tema de constantes e acalorados debates em inúmeras sociedades. Aceito em algumas culturas e duramente reprimido em outras, o comportamento homoafetivo é tão antigo quanto a civilização humana mas saiba que ele não está condicionado apenas à nossa espécie.

O termo “homossexualidade” designa a característica ou qualidade de um indivíduo ou ser (humano ou não) que sente atração física e afetiva por outro do mesmo sexo. Ainda não há consenso sobre o que torna uma pessoa homossexual (que é uma orientação sexual que difere do padrão), mas existem teorias: uma que diz que a pessoa nasce gay, e outra que ela se torna – influenciada pelo ambiente e experiências. Mas será que só os seres humanos são homossexuais? Ou também existem animais gays?

De acordo com a maioria dos pesquisadores e estudiosos do comportamento animal, existem sim. Há, inclusive, animais que não só apresentam comportamentos homossexuais “de vez em quando”, como são gays por natureza por instinto! O primeiro livro que abordou de maneira científica o possível comportamento homossexual dos animais foi publicado no ano de 1999, por Burce Bagemihl.

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Intitulado “Biological Exuberance”, o texto do livro cita inúmeros exemplos de relações homossexuais em uma vasta variedade de espécies, que logo viraram alvo de pesquisa e estudo para cientistas e especialistas em animais.

Fêmeas lésbicas do Macaco-japonês

Um desses estudos influenciados pelo livro de Bagemihl provou o quanto os animais podem também fugir do padrão heterossexual. Conduzido pelo psicólogo Paul Vasey, da Universidade de Lethbridge no Canadá, o estudo constatou um fenômeno interessante em algumas espécies de animais, como o macaco-japonês. Segundo a pequisa, durante o período de acasalamento o macho desse tipo de macaco tem que disputar a fêmea não só com outros machos, mas com outras fêmeas também.

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Os pesquisadores notaram que a fêmea do macaco subia uma em cima da outra e estimulava suas genitais esfregando-as na parceira. Depois disso, as duas tendiam a permanecer por semanas juntas.

Casal gay de Albatroz-de-laysan

Um outro grande exemplo que prova que a homossexualidade no reino animal é uma realidade, é o albatroz-de-laysan (encontrado no arquipélago americano do Havaí). O interessante dessa ave é que ela pode ser exclusivamente homossexual. Foi percebido que algumas fêmeas e machos do albatroz se unem a outros do mesmo sexo e passam a vida toda ‘casados’!

Segundo os cientistas, o comportamento da fêmea dessa ave que escolhe outra fêmea como par é a insuficiência de albatrozes machos e a necessidade de uma “ajuda” para chocar os ovos.

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Carneiros gays

Do mesmo jeito são os carneiros domesticados. Segundo cientistas, 8% dos machos dos rebanhos desse animal prefere outros machos mesmo quando há fêmeas férteis no grupo, permanecendo juntos por muito tempo. Um dos pesquisadores responsáveis pela constatação, Simon LeVay, endossa que os carneiros selvagens não apresentam o mesmo comportamento diferenciado.

De acordo com sua tese, o animal domesticado foi gradativamente “manipulado” por criadores a produzir fêmeas que reproduzissem o mais frequentemente possível, o que pode ter possibilitado uma mudança nos machos. Tais machos dessa espécie demonstram, então, um claro atrativo para os outros do mesmo sexo no rebanho.

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Golfinho nariz-de-garrafa

O golfinho é outro animal que pode manter um “relacionamento” homoafetivo de longa duração. O mamífero, em quesito de capacidade cognitiva e social é comparado ao chimpanzé e ao ser humano, e o mesmo também demonstra certa predisposição à homossexualidade.

Há um caso extraordinário de um par de golfinhos machos de mantiveram um “relacionamento amoroso” pelo tempo incrível de 17 anos! Ou seja, para eles parece não importar o sexo do parceiro para se manter uma relação.

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Galo-da-serra peruano

No caso do Galo-da-serra peruano, uma ave rara de cor chamativa, foi percebido que cerca de 50% dos machos praticam o ato homossexual. Nessa espécie, diferente das outras, apenas os machos tendem à homossexualidade, onde os mesmos procuram aves do mesmo sexo apenas para “obter prazer”.

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Libélulas

Até os insetos como as libélulas apresentam comportamento homossexual. Foi constatada uma alta frequência de encontros entre libélulas do mesmo sexo, comportamento que possivelmente pode ser influenciado pela química ambiental e a falta de parceiros do sexo oposto.

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Jovens girafas gays

No caso das girafas, é fato que os jovens machos dessa espécie costumam ter contato sexual com outros do mesmo sexo antes de poderem ter relações com outras fêmeas. As atividades homossexuais incluem até beijo de língua e “abraços” pescoçudos.

A teoria é que o objetivo desses contatos é desenvolver familiaridade com as técnicas acasalamento que se concretizarão mais à frente.

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Pinguins

Um casal de pinguins gays num zoológico chamou a atenção depois de virarem até manchete no site The Star. Os pinguins, ambos machos, estabeleceram uma relação estável, e demonstraram até disposição em criar filhotes.

Os pinguins machos tentaram roubar ovos de casais heterossexuais, até que ganharam seu próprio ovo, que chocou e gerou um filhote que foi criado pelos dois.

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Leão africano

Leões africanos machos já foram documentados mantendo relações sexuais com outros machos da mesma espécie, e existem inúmeros casos registrados em zoológicos e cativeiros de leões que abandonaram a fêmea para formarem um casal com outro leão.

O motivo para a “associação” homossexual de leões ainda é desconhecida pela ciência, mas acredita-se que, por serem felinos de grande porte e terem maior desejo sexual que algumas espécies, acabam encontrando em outro macho suas satisfações.

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Bonobos e suas brigas de amor

Os bonobos são muito parecidos com os chimpanzés, e podem ser nossos parentes mais próximos. Eles vivem em colônias bem sociais e frequentemente se envolvem sexualmente com bonobos do mesmo sexo, protagonizando até brigas e desentendimentos por ciúmes de outros bonobos.

Segundo os estudos, esses encontros e brigas sexuais acontecem com frequência, e para as fêmeas que procuram outras fêmeas, isso aumenta o “status” na colônia.

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Um fator interessante é que, de todos os estudos realizados, um resultado foi unânime: as espécies que apresentavam comportamento homossexual não o faziam com finalidade de se reproduzir, mas sim de obter prazer! Ou seja, além de saírem do padrão heterossexual, a bicharada também pode praticar o ato sexual apenas por “diversão”.

Seguindo a linha de todos esses estudos que comprovaram que um animal também pode ser gay, é possível considerar que a sexualidade de um indivíduo pode variar naturalmente (passando longe de ser uma “anomalia”), e que taxar o comportamento homoafetivo de “aberração” é simplesmente ignorância e imposição à vontade da natureza.

Fonte: BBC

 

 

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