Ciência e Tecnologia

Experimento de cientista brasileira mostra como plantar em Marte

0

Plantar em Marte, antes, parecia uma missão impossível, longe da realidade. Víamos em filmes, mas não imaginávamos que seria algo concreto. Agora, já existem as primeiras pesquisas falando sobre como cultivar alimentos no planeta vermelho.

Afinal, quando os primeiros astronautas chegarem a Marte terão que plantar seus próprios alimentos. Não se sabe se a viagem terá duração longa ou se existirá empecilhos no caminho. Seja como for, a volta será igualmente longa.

Ou seja, mesmo todo o estoque de comida planejado pode ser pouco. E para quem deseja firmar colônias no espaço, é fundamental ter um plano B, e saber como plantar em Marte.

Diante dessa necessidade, a astrobióloga Rebeca Gonçalves conduziu um experimento inovador envolvendo consorciamento. Essa é uma técnica agrícola que combina plantas de maneira benéfica umas para as outras em um único campo.

Os resultados desse estudo podem ser fundamentais para os cientistas encontrarem soluções que otimizem a produção alimentar no Planeta Vermelho.

Via PICRYL

Experimento

O experimento de Gonçalves e sua equipe revelou os desafios de promover o crescimento das raízes das plantas no regolito marciano, um substrato rico em minerais, porém carente em nutrientes essenciais.

Nesse contexto, o consorciamento emerge como uma estratégia promissora: ao intercalar diferentes espécies vegetais, é possível compensar a escassez de nutrientes no solo.

Para investigar esses desafios, os pesquisadores conduziram o plantio consorciado de tomates, ervilhas e cenouras, utilizando diferentes tipos de substratos, incluindo solo comum, areia e uma simulação de regolito marciano.

A escolha da ervilha, uma leguminosa, foi estratégica, já que esta planta estabelece uma simbiose com bactérias capazes de fixar o nitrogênio atmosférico, proporcionando um suprimento adicional desse nutriente essencial para o crescimento das plantas.

Tal como retratado no filme “Perdido em Marte”, dirigido por Ridley Scott, os pesquisadores cultivaram vegetais em condições simuladas semelhantes às da Terra.

As plantas foram expostas à mesma atmosfera que os astronautas respirarão, porém, devido à impossibilidade de transportar solo terrestre para Marte, utilizaram regolito como substrato.

Resultados

Os resultados revelaram que os tomateiros alcançaram um maior crescimento e produziram mais frutos.

Observou-se que as plantas cultivadas por meio do consorciamento apresentaram um desenvolvimento superior em comparação com aquelas cultivadas em monocultura.

No entanto, a técnica não beneficiou o crescimento da ervilha e da cenoura. A cientista explicou que isso se deve ao regolito marciano, que é extremamente fino e poeirento, adquirindo uma textura de argila compacta quando irrigado.

Essa condição prejudica a difusão de oxigênio, dióxido de carbono e outros gases essenciais para as bactérias.

Por outro lado, o cultivo em areia, que é relativamente estéril, obteve sucesso significativo, com os vegetais crescendo bem por meio do consorciamento.

Esse resultado valida a técnica de cultivo para aplicação em nosso próprio planeta, especialmente em áreas afetadas pela atividade humana ou pelas mudanças climáticas.

Via GoodFun

Vamos plantar em Marte?

Ainda não existe nenhum prazo de que astronautas precisarão, de fato, plantar em Marte. No entanto, a Nasa e outras agências espaciais já planejam dar o próximo passo na história da exploração intergalática.

A agência dos Estados Unidos, por exemplo, está com programas de voluntários aberto para pessoas que desejam explorar Marte. Além disso, sua missão de envio de foguete até o outro planeta também voltou a ser planejada, apesar do adiamento.

A questão é que, inicialmente, planeja-se enviar somente pessoas para reconhecimento e conseguir chegar com segurança para o pouso. Em seguida, será possível estudar viagens de permanência por mais tempo, nas quais plantar em Marte seria um dos objetivos.

Ter plantas e substrato seria o primeiro passo para conseguir uma sobrevivência a longo prazo, mas tudo ainda está longe de se concretizar. Por enquanto, temos pesquisas e estudos que ajudarão a entender como contornar elementos como solo, atmosfera e a falta de nutrientes.

E isso se torna ainda mais importante com a participação de brasileiros nas equipes de pesquisa, visto que o País é um dos líderes em plantio e diversidade de agricultura.

Agora, existem formas e alternativas viáveis para testar, mas apenas em um futuro longínquo, em algumas dezenas de anos para frente.

 

Fonte: Canaltech

Imagens: PICRYL, GoodFun

Antártica está mudando e os pesquisadores estão preocupados

Artigo anterior

Cientistas australianos descobrem o que impulsiona a formação de ondas gigantes

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido