Saúde

FDA faz alerta sobre smartwatches que medem açúcar sem agulhas; entenda

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O FDA (Food and Drug Administration) dos EUA emitiu um alerta esta semana, destacando os potenciais perigos associados ao uso de smartwatches e anéis que pretendem medir a glicose e os níveis de açúcar no sangue de diabéticos sem a necessidade de perfurar a pele.

A agência reguladora enfatizou a necessidade de evitar tais dispositivos para fins médicos. Ela aponta que qualquer acessório, independentemente da marca, que reivindique a capacidade de medir os níveis de glicose no sangue de forma não invasiva deve ser utilizado com cautela.

É importante ressaltar que o aviso do FDA não abrange aplicativos de smartwatch conectados a sensores. Por exemplo, sistemas de monitoramento contínuo de glicose, os quais medem diretamente os níveis de açúcar no sangue.

Com cerca de 37 milhões de americanos vivendo com diabetes atualmente, a necessidade de controlar a doença através de métodos tradicionais, como picadas no dedo ou sensores que requerem inserção de agulhas logo abaixo da pele para monitoramento contínuo da glicose, permanece essencial.

Segundo Robert Gabbay, da Associação Americana de Diabetes, o uso de smartwatches e anéis inteligentes não aprovados pode resultar em medições imprecisas de açúcar no sangue.

Via Freepik

Como consequência, os pacientes podem tomar doses incorretas de medicamentos. Isso resulta em níveis perigosos de açúcar no sangue e possivelmente causando confusão mental, coma ou até mesmo a morte.

Apesar de várias empresas estarem desenvolvendo dispositivos não invasivos para medir o açúcar no sangue, nenhum deles criou até o momento um produto suficientemente preciso e seguro para obter a aprovação do FDA.

Os especialistas afirmam que, apesar da tecnologia que permite aos smartwatches e anéis medir métricas como frequência cardíaca e oxigênio no sangue, ela ainda não é precisa o suficiente para medir a glicose no sangue.

Como medir a glicose então?

Medir a glicose de maneira correta e confiável é fundamental para o gerenciamento eficaz do diabetes e para garantir resultados precisos. Nesse caso, vale adotar os métodos mais tradicionais.

É preciso ter um dispositivo limpo, sem suor ou sujeiras, o que acaba acontecendo com os dispositivos inteligentes.

Após higienizar a mão, o equipamento e a pele, é importante preparar o local do furo, para estar seco e sem a interferência de loções.

Também certifique-se de que o medidor de glicose esteja calibrado corretamente e que as tiras de teste estejam dentro do prazo de validade.

Siga as instruções do fabricante para inserir corretamente a tira de teste no medidor. Em seguida, faça a picada no local, como ponta dos dedos ou palma da mão, evitando áreas muito machucadas.

Se estiver usando um dispositivo de punção (lancetador), ajuste a profundidade de acordo com as instruções. Com isso, aplique a punção com firmeza e rapidez para minimizar o desconforto.

Por fim, aplique a gota de sangue na tira de teste e aguarde, sem contaminar o local. Dessa forma, será possível verificar um resultado mais concreto e verídico.

Via Freepik

Smartwatch para detectar Parkinson

Além de medir a glicose do sangue, os dispositivos inteligentes estão evoluindo para acompanhar a saúde das pessoas.

Desde 2006, um estudo em andamento pelo Reino Unido tem acompanhado meio milhão de pessoas com mais de 40 anos. Dez anos depois, 103.712 participantes receberam smartwatches para registrar suas atividades ao longo de uma semana.

Esses dados visavam a detecção precoce do Parkinson, algo que a comunidade científica tem buscado mais intensamente.

Quando os participantes começaram a usar os relógios, 273 deles já tinham o diagnóstico clínico. Desde então, mais 196 foram diagnosticados.

Os dados desses dois grupos foram cruciais para identificar um sinal anormal que indica disfunção na substância negra, uma região do cérebro que degenera com a progressão da doença.

Por conta dos sintomas motores, como movimentos lentos, rigidez, dificuldades de coordenação e tremores, os dispositivos foram úteis no monitoramento.

Na pesquisa, os cientistas aproveitaram os dados fornecidos pelo acelerômetro integrado nos smartwatches.

Esse sensor registrou a aceleração e o início de cada movimento, apresentando essas informações em um sistema tridimensional que se altera a cada segundo.

Os resultados deste estudo revelaram uma redução da mobilidade entre as 7 da manhã e as 12 da noite em indivíduos que já tinham Parkinson no momento em que receberam os relógios.

Através do uso de inteligência artificial, os pesquisadores foram capazes de distinguir esse padrão entre os pacientes e começar uma estratégia mais eficaz de interferência médica.

Assim, espera-se que os dispositivos inteligentes tenham uma função igualmente eficaz no futuro, acompanhando doenças crônicas e degenerativas.

 

Fonte: Globo

Imagens: Freepik, Freepik

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