História

Finalmente sabemos o que há dentro de múmias encontradas em 1615

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As múmias de 1615 deram o que falar, mas agora já conseguimos saber o que existia dentro delas.

No ano, o compositor italiano Pietro Della Valle trouxe consigo três múmias de Saqqara, no Egito, para Roma.

No entanto, naquela época, a falta de tecnologia e conhecimento impossibilitou a análise detalhada dessas múmias.

Hoje, graças aos avanços tecnológicos, os cientistas podem examinar internamente múmias e outros artefatos arqueológicos sem danificá-los, não por medo de perturbar supostas maldições, mas para preservá-los em sua integridade.

Em um artigo publicado na revista PLOS One no final de 2020, os cientistas, liderados pela Dra. Stephanie Zesch, antropóloga e egiptóloga do German Mummy Project, descrevem as análises que aconteceram nas três múmias que vieram com Della Valle.

Assim, descobriu que elas correspondem a um homem, uma mulher e uma adolescente do final do período romano do Egito (30 AEC – 395 EC).

Múmias de 1615

Via Só Científica

Embora existam muitos exemplares de múmias em museus e universidades ao redor do mundo, cada múmia é única e tem suas próprias características específicas.

Por exemplo, essas três múmias são as únicas “múmias com retratos e envoltas em estuque” conhecidas, de acordo com os pesquisadores.

Essas múmias são verdadeiramente especiais, pois apresentam pinturas de rostos e ornamentos em sua superfície, representando possivelmente as pessoas que foram mumificadas.

É impressionante que esses detalhes tenham resistido ao teste do tempo por tantos séculos. Além das pinturas, essas múmias de 1615 também estão adornadas com ornamentos em ouro.

É uma verdadeira sorte que essas múmias tenham sobrevivido até hoje. O estudo também explica o crescente interesse pelas múmias que surgiu na Europa durante o Renascimento.

Durante a Idade Média, embora a Europa não estivesse mergulhada nas trevas como às vezes é retratada, também não era um centro acadêmico e intelectual florescente.

Cultura antiga

De fato, grande parte do conhecimento europeu, incluindo áreas como astronomia, navegação, pólvora, bússola e medicina, entre outras, foi transmitida pelos árabes.

As bibliotecas árabes eram ricas em conhecimento técnico, científico e matemático. Portanto, quando o Renascimento começou na Europa, os intelectuais europeus começaram a traduzir obras árabes.

Em determinado momento, traduções incorretas de textos médicos levaram os europeus a acreditar que a múmia poderia substituir o betume medicinal em caso de falta deste último.

Como resultado, os europeus começaram a esmagar múmias e usá-las para fins medicinais, destruindo assim muitos tesouros históricos.

Análises avançadas

As análises das múmias revelaram informações fascinantes. Em geral, os antigos egípcios costumavam remover os órgãos internos para melhor preservação dos corpos.

No entanto, uma das múmias continha seus órgãos internos intactos, incluindo o cérebro. Além disso, ambas as mulheres estavam adornadas com belos colares como ornamentos.

A mulher mais velha apresentava sinais de artrite e morreu por volta dos 30 aos 40 anos de idade. A adolescente faleceu entre os 17 e 19 anos e tinha um tumor benigno na coluna.

No entanto, os cientistas não puderam determinar a causa exata de suas mortes, pois não necessariamente estavam relacionadas às doenças.

Os cientistas explicam que as múmias foram bem preservadas devido à desidratação. Muitas múmias eram embalsamadas com líquidos, mas sem seus órgãos internos.

Via Só Científica

No entanto, embora essas múmias de 1615 ainda contivessem os órgãos internos, o natrão desidratou-as de forma eficaz, permitindo que permanecessem bem conservadas.

É importante lembrar que os antigos egípcios costumavam enterrar suas múmias com joias e alimentos para que conseguissem usar na vida após a morte, acreditando que esses itens seriam necessários.

Neste caso, durante o período de dominação romana, os egípcios absorveram parte da cultura greco-romana.

Dessa forma, as múmias passaram a ser enterradas com moedas para pagar a passagem a Caronte, o ser mitológico grego responsável por transportar os recém-mortos pelos rios Estige e Aqueronte.

 

Fonte: Só Científica

Imagens: Só Científica, Só Científica

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