Inovação

Game usa vozes geradas por inteligência artificial e enfurece dubladores

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O jogo THE FINALS causou um alvoroço entre diversos dubladores e jogadores devido à utilização de inteligência artificial para transformar textos em vozes.

A Embark Studios, desenvolvedora do jogo, empregou um sistema automatizado visando reduzir o tempo de produção.

No podcast oficial, os designers de áudio Carl Strandberg e Andreas Almström explicaram que consideram as vozes geradas pela inteligência artificial bastante autênticas, embora ainda dependam de pessoas reais para representar respirações, saltos, grunhidos ou elementos menores.

Em fala, disseram que a razão pela qual optaram por esse caminho é que a conversão de texto em fala por meio de IA é incrível. Dessa forma, levou a produção a um novo patamar de qualidade.

Além dos resultados satisfatórios, também permite que sejam ágeis nas entradas, trabalhando com novas ideias. Se um designer de jogos propõe algo no jogo, é possível ter uma narração representando isso em questão de horas, ao invés de meses.

Via Freepik

Dubladores são substituídos por inteligência artificial

De acordo com o ator Gianni Matragrano, a decisão da empresa foi totalmente equivocada, contestando a justificativa da redução de tempo.

O profissional afirmou que estão sempre trabalhando com urgência, agendando sessões sem descansar. No entanto, as pessoas acham que é fácil, quando, na verdade, é difícil.

Com o uso da tecnologia, os dubladores são ainda mais desvalorizados, tendo sua profissão questionada.

O dublador Zane Schacth também criticou a produção ao discutir sobre economia de tempo.

Em comunicado, ele questiona “por que raios as pessoas usam vozes por IA como se fossem atores de verdade”. Ele também defende que as sessões são rápidas, e já gravou jogos inteiros em questão de horas.

Dessa forma, a justificativa proposta pelos desenvolvedores de THE FINALS não tem uma base sólida.

Problemática e oposição

Os dubladores e artistas, diante da crescente utilização de inteligência artificial na indústria do entretenimento, manifestam uma preocupação palpável em relação ao possível impacto em seus empregos e na qualidade artística das produções.

Enquanto a automação promete eficiência e redução de tempo, os profissionais argumentam que a complexidade e a riqueza de suas performances estão em risco.

Críticos reforçam que as sessões podem ser facilmente acomodadas dentro de um cronograma tradicional de gravação.

A perspectiva destaca a flexibilidade dos dubladores humanos, capazes de atender às demandas de produção sem abrir mão da qualidade e profundidade emocional.

Enquanto isso, outros dizem que a agilidade humana não fica atrás da automação em termos de eficiência.

Via Freepik

Conexão

Além disso, a resistência dos artistas à IA vai além da preocupação com a preservação de seus empregos.

Eles destacam a complexidade emocional e a capacidade de transmitir nuances sutis que a inteligência artificial ainda não consegue reproduzir com a mesma autenticidade.

A conexão emocional entre o público e as performances humanas é uma peça-chave na experiência do usuário, algo que a IA pode não conseguir replicar com o mesmo detalhamento artístico.

Em última análise, os dubladores e artistas estão defendendo não apenas seus meios de subsistência, mas também a arte intrínseca de suas profissões.

A narrativa emocional, os detalhes expressivos e a singularidade de cada interpretação humana são elementos irreplicáveis pela inteligência artificial. Assim, geram uma discussão profunda sobre o equilíbrio entre eficiência tecnológica e a preservação da essência artística.

Dessa forma, enquanto alguns são favoráveis a explorar novas tecnologias para tornar o trabalho mais dinâmico, outros se preocupam com a naturalidade, conexão humana e, claro, qualidade no desenvolvimento.

É possível esperar que outros jogos sigam essa tendência, mas muitos irão protestar e tentar se manter na tradição.

 

Fonte: EiNerd

Imagens: Freepik, Freepik

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