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Garoto de 12 anos morre baleado em aniversário no RJ; polícia apura disputa entre milicianos

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Um jovem de 12 anos perdeu a vida após ser alvejado por um tiro durante uma festa de aniversário ocorrida no sábado (8), na cidade de Nova Iguaçu, situada na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.

A polícia está investigando se o adolescente foi atingido durante um confronto entre membros de uma milícia.

O projeto social no qual a vítima, Yan Gabriel Marques, participava, decretou um período de luto em sua homenagem nesta segunda-feira (10).

De acordo com informações da polícia, está sendo apurado se criminosos associados a Gilson Ingrácio de Souza Junior, conhecido como Juninho Varão, trocaram tiros com traficantes ligados a Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho. Há suspeitas de que o pai do aniversariante tenha participado do tiroteio.

Junior possui histórico criminal por homicídio, tortura e envolvimento em organizações criminosas.

Via TNH1

Segundo denúncias do Ministério Público, ele é responsável por ações de extorsão a comerciantes e pelo monopólio da venda de gás em áreas como Cabuçu, Palhada, Valverde e Grão Pará, em Nova Iguaçu.

Braga teria ascendido ao comando da maior milícia do Rio de Janeiro, de acordo com informações da polícia, após a morte de seu irmão em junho de 2021. Ambos estão foragidos e não apresentaram advogado.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. Em comunicado, a Polícia Civil informou que foi instaurado um inquérito para investigar o ocorrido. “Estão sendo realizadas diligências para apurar a autoria e a motivação do crime”, declarou.

Reincidência

No mesmo sábado, duas pessoas faleceram e uma ficou ferida após suspeitos dispararem contra frequentadores de um bar na Travessa Barbosa, no bairro Austin, de dentro de um veículo.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, Fábio da Silva Assumpção, de 58 anos, foi a óbito no local. Alessandro Barata recebeu socorro, passou por uma cirurgia no hospital, mas não resistiu.

A filha dele, cujo nome e idade permanecem anônimos, recebeu um tiro na perna esquerda e seu estado de saúde é estável.

Infelizmente, casos como esse se tornaram comuns em determinados locais metropolitanos, especialmente em favelas e comunidades da periferia. A violência armada atinge não apenas os criminosos, mas também inocentes.

Por outro lado, residentes e internautas também debatem sobre a falta de propostas para melhorar acontecimentos como esses. No momento, não existem indicações de atuações na segurança pública para reduzir o comando de milícias e promover proteção para as famílias expostas a essas condições.

Jovem de 12 anos não foi o primeiro

O jovem de 12 anos atingido no confronto não foi o primeiro nessas condições nos últimos anos.

Isso porque as áreas controladas por milícias e facções associadas ao tráfico de drogas no Rio de Janeiro apresentam taxas semelhantes de homicídios dolosos.

De 2006 a 2021, ocorreram 218,3 e 210,5 mortes a cada 100 mil habitantes, respectivamente. Esses números questionam a ideia de que as milícias seriam um “mal menor” para a população das comunidades.

No entanto, as atividades e a letalidade das forças de segurança estão concentradas em bairros dominados pelo tráfico, especialmente pelo Comando Vermelho.

Esses locais representaram pelo menos 59% das operações no período analisado, e as mortes ocorridas nessas áreas, com predomínio da facção, representaram 65% do total.

Esses dados são resultado de uma pesquisa realizada pelo Instituto Fogo Cruzado em parceria com o Geni (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos), da Universidade Federal Fluminense (UFF).

O estudo reuniu informações do ISP (Instituto de Segurança Pública), do governo do Rio de Janeiro, sobre homicídios dolosos e mortes decorrentes de intervenção policial; do Geni, que coleta informações sobre operações policiais e chacinas envolvendo agentes do Estado; e do Instituto Fogo Cruzado, que registra chacinas ocorridas dentro e fora de operações policiais.

Via EM

Eventos

Os pesquisadores classificam como chacina eventos nos quais ocorrem três ou mais mortes, podendo envolver grupos rivais ou a participação de forças policiais.

Os dados são de mais de 13 mil sub-bairros, conjuntos habitacionais e favelas na região metropolitana do Rio de Janeiro. Assim, formam um mapa do histórico de ocupação por grupos armados.

Os diferentes grupos armados considerados na pesquisa, como o Comando Vermelho (CV), Terceiro Comando Puro (TCP), Amigos dos Amigos (ADA) e as milícias, utilizam a violência de maneiras diferentes para controlar os territórios.

 

Fonte: Folha de S. Paulo, Folha de S. Paulo

Imagens: TNH1, Estado de Minas

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