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Homem faz procedimento para alterar cor dos olhos de forma permanente e viraliza

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Um vídeo em que um homem passa por um procedimento de mudança da cor dos olhos tem viralizado pela internet.

Contudo, especialistas o reprovam veementemente por essa prática, enfatizando os potenciais riscos aos pacientes.

De acordo com o oftalmologista Renan Ferreira Oliveira, o procedimento em questão é denominado queratopigmentação, originalmente concebido para casos em que um dos olhos estava completamente cego.

Inicialmente desenvolvida para situações em que a córnea estava comprometida, essa técnica de pigmentação corneana foi criada para harmonizar esteticamente um olho com o outro.

Consiste, basicamente, na aplicação de pigmentos no tecido da córnea, visando a obtenção de uma semelhança com o aspecto de um olho saudável.

O autor da divulgação do vídeo é o médico Alexander Movshovich, um especialista sediado em Nova York, nos Estados Unidos.

Ele assegura a segurança e permanência do procedimento. Além disso, em menos de 10 dias, o vídeo já angariou mais de 5 milhões de visualizações nas redes sociais.

Via G1

Riscos da mudança da cor dos olhos

Apesar das afirmações do médico Alexander Movshovich sobre a segurança do procedimento de queratopigmentação para a mudança de cor dos olhos, especialistas em oftalmologia destacam alguns riscos potenciais que os pacientes devem levar em consideração antes de optar por esse tipo de intervenção.

Qualquer procedimento invasivo que envolva a córnea, uma parte altamente sensível do olho, pode aumentar o risco de infecções.

A córnea é uma das principais defesas do olho contra patógenos externos, e perfurá-la para introduzir pigmentos pode expor o olho a bactérias e outros micro-organismos prejudiciais, que podem levar a infecções dolorosas e até mesmo comprometer a visão.

Além disso, a aplicação de pigmentos na córnea pode alterar a forma como a luz é refratada e entra no olho.

Isso pode potencialmente resultar em uma restrição do campo visual do paciente, prejudicando a qualidade da visão e causando distorções visuais.

Afinal, a córnea é responsável pela focalização da luz que entra no olho, e qualquer mudança nessa estrutura delicada pode ter consequências imprevisíveis para a visão.

Sensibilidade

Ainda, existe possibilidade de desenvolver fotofobia, ou sensibilidade excessiva à luz. É uma reação comum quando o olho é submetido a estímulos desconhecidos ou traumáticos.

A aplicação de pigmentos na córnea pode causar uma resposta negativa do sistema visual, resultando em desconforto ou até dor ao expor os olhos à luz.

Posteriormente, isso pode levar a uma redução na qualidade de vida do paciente, dificultando atividades diárias em ambientes iluminados.

Além desses riscos específicos, é importante notar que procedimentos invasivos nos olhos carregam consigo um potencial de complicações.

Isso inclui inflamações, cicatrização inadequada e outros problemas que podem afetar a saúde ocular a longo prazo.

Esse não é um procedimento aprovado pelo Conselho Federal de Medicina, e, no Brasil, pode ocorrer somente para reconstruir a córnea de pessoas cegas, mas não em visões saudáveis.

O que determina a cor dos olhos?

A cor dos olhos é determinada principalmente pela quantidade e pelo tipo de pigmento presente na íris, a parte colorida do olho.

O principal pigmento responsável pela coloração dos olhos é a melanina, o mesmo que também influencia a cor da pele e dos cabelos.

A genética desempenha um papel fundamental na determinação da quantidade e distribuição de melanina na íris, o que, por sua vez, resulta na cor dos olhos de uma pessoa.

Existem basicamente três tipos de cores de olhos principais: azul, verde e castanho. A variação na cor é resultado da interação entre diferentes genes que controlam a produção e distribuição da melanina.

Via Freepik

Pessoas com olhos azuis têm uma quantidade relativamente baixa de melanina na íris.

A cor azul é uma consequência da dispersão da luz na íris, que aparece azul devido à estrutura da própria íris e à ausência de grande quantidade de pigmentos.

Enquanto isso, a cor verde dos olhos é resultado da presença moderada de melanina, combinada com a interação de outros fatores genéticos.

Os olhos verdes podem parecer mais verdes ou mais acinzentados dependendo da iluminação e da quantidade exata de pigmento presente.

Por fim, a mais comum é a melanina concentrada, que gera olhos castanhos, o que resulta em uma coloração marrom.

Olhos castanhos podem variar em tons, desde castanho claro até castanho escuro, dependendo da quantidade de melanina e de outros pigmentos presentes.

Além disso, outros fatores genéticos também podem influenciar nuances na cor dos olhos, como a presença de pigmentos amarelos ou esverdeados.

Mudança saudável

Nesse caso, como se trata de um fator genético e natural, a mudança na cor dos olhos deve ocorrer somente de maneira externa e temporária, como uso de lentes.

Outras interferências cirúrgicas comprometem a qualidade da visão e colocam o paciente em risco.

Por isso, se você deseja ter uma mudança na cor dos olhos e deixá-los mais claro, procure alternativas menos invasivas e aprovadas pelo Conselho de Medicina brasileiro.

 

Fonte: G1, Viva Oftalmologia

Imagens: G1, Freepik

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