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Igreja da Espanha pede desculpa por abuso sexual e contesta pesquisa que mostra gravidade do problema

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A Igreja Católica da Espanha emitiu um pedido de desculpas às vítimas de abuso sexual por parte de padres nesta terça-feira (31).

O caso foi um escândalo em todo o país, além da repercussão negativa que obteve ao redor do mundo. No entanto, os representantes foram rápidos em expressar suas condolências em nome dos ordenados que cometeram o crime.

Por outro lado, a Igreja também expressou dúvidas sobre a precisão de uma nova pesquisa que indicava uma disseminação mais ampla desse tipo de abuso em todo o país do que as investigações anteriores sugeriram.

O estudo, que saiu na sexta-feira (27) em um relatório do ombudsman de direitos humanos da Espanha, revelou que 0,6% de uma amostra de pouco mais de 8.000 entrevistados afirmaram ter sido vítimas de abuso.

Esse número aumenta para 1,1% quando categorias como professores de escolas católicas são incluídas na definição de abusadores.

Via CNN

Ombudsman é um termo de origem sueca que se refere a uma pessoa ou entidade designada para representar e defender os interesses do público em relação a uma organização, governo, empresa ou instituição.

O papel do ombudsman é atuar como um intermediário imparcial entre o público e a entidade em questão, investigando reclamações, respondendo a perguntas e garantindo a transparência e a responsabilidade.

Nesse caso, a figura responsável atuava em prol da proteção dos direitos humanos do país, e foi o intermediário direto na resposta. A Igreja Católica da Espanha se apressou em enviar um pronunciamento sobre o caso.

Comunicado

Após uma reunião extraordinária, a Conferência Episcopal Espanhola expressou sua “dor pelos danos causados por alguns membros da Igreja com os abusos sexuais e reiterou seu pedido de perdão às vítimas”, conforme divulgação e tradução do documento.

A Igreja, que enfrentou escândalos semelhantes em vários países nas últimas décadas, incluindo nos Estados Unidos, na Irlanda e na França, só viu a questão se tornar objeto de debate público na Espanha após uma investigação histórica da mídia em 2021, onde quase 60% da população se identifica como católica.

A Conferência Episcopal Espanhola, criticada pelo ombudsman por não cooperar plenamente com a investigação, expressou desconhecimento sobre a metodologia da pesquisa e as perguntas feitas.

Em publicação, afirmaram que existe uma falta de clareza para chegar a uma conclusão correta. Além disso, indicaram que não consideraram o resultado lógico. É o que afirma o presidente da Conferência, cardeal Juan Jose Omella, aos repórteres.

Os resultados da pesquisa sugerem que mais de um em cada 200 espanhóis pode ter sido vítima de abuso de um ordenado da Igreja Católica da Espanha.

Apesar de a extrapolação não ser necessariamente precisa, o ombudsman destacou que as porcentagens oferecem uma ideia do panorama geral do abuso.

Uma investigação interna da Igreja, publicada em junho, identificou 728 supostos abusadores sexuais entre o clero da Espanha e 927 vítimas desde a década de 1940.

Ainda, seguiu outra reportagem de 2021 do jornal El Pais, que identificou mais de 1.200 supostos casos.

Isso significa que não existem números exatos sobre esse cenário, mas ele se mostra preocupante.

Compensação da Igreja Católica da Espanha

Via Metrópoles

Além disso, o relatório do ombudsman também recomendou a criação de um fundo estatal para compensar as vítimas.

Isso porque a relação entre a instituição e o Estado ainda é significativamente forte. Assim, é importante que os representantes oficiais se preocupem com o bem-estar das vítimas.

No entanto, um posicionamento como o enviado pelo representante católico ajuda na descredibilização das pessoas que denunciam os ordenados e líderes religiosos.

Dessa forma, além dos fundos de compensação, algumas pessoas apontam para que o Estado considere iniciativas que protejam as vítimas e promovam a correta punição dessas pessoas, mesmo que façam parte do Clero.

 

Fonte: CNN

Imagens: CNN, Metrópoles

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