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Imigrantes japoneses recriam pratos típicos da amazônia e o resultado é surpreendente

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O Brasil é considerado o país com a maior população japonesa fora do Japão. Não é atoa que a cultura desse povo tenha se integrado tão fortemente na nossa. No período da Segunda Guerra Mundial, muitos japoneses procuraram refúgio no Brasil. Consequentemente eles tiveram que se adaptar a nova casa que escolheram. Isso se refletiu também na culinária desse povo de fortes tradições e rica cultura.

Muitos dos ingredientes que antes usavam no Japão não eram utilizados aqui. Como então poder apreciar um gostinho mais familiar da terra do sol nascente? Simples, buscando novos ingredientes que, de certo modo, poderiam substituir ou somar no sabor dos pratos típicos nipônicos. A pesquisadora Linda Midori Tsuji Nishikido (USP) resolveu adentrar nesse universo culinário. Ela estudou os hábitos alimentares dos imigrantes de 1959 a 1963. Esse trabalho foi fruto de sua dissertação de mestrado e traz um pedacinho esquecido da história das duas nações.

Hoje a Fatos Desconhecidos traz para você uma parte do Japão que existe no Brasil e como isso se misturou em nossa cultura tão diversificada. Com certeza, ao fim dessa matéria, você estará louco para experimentar alguns desses pratos. Afinal de contas, seja aqui ou do “outro lado do mundo”, comer é algo muito bom!

Imigrantes japoneses

Os primeiros japoneses a se estabelecerem em solo brasileiro chegaram em 1908. Muitas dessas pessoas vieram buscar oportunidades no país devido as rígidas transformações que o Japão tinha passado na transição da era Tokugawa para a era Meiji em 1868. Em 1883 e em 1885 aconteceram as primeiras grande imigrações nipônicas. Muitos deles resolveram fazer vida na Austrália e Havaí. Em 1908, com um tratado que foi fechado entre o Brasil e o Japão, 3.000 Japoneses desembarcaram em São Paulo para trabalharem nas plantações de café, já que faltava mão de obra no Brasil. Essa foi a primeira imigração japonesa ao nosso país.

Em 1953 ocorreu a “Nova Imigração”, onde vários japoneses, por motivos diferentes da primeira imigração, resolveram vir para o Brasil, se alocando principalmente na parte norte do país. Muitos desses começaram a viver no estado do Amazonas, que é onde acontece o relato da nossa matéria. Essas pessoas tiveram que lutar muito para se adaptar ao novo clima, as nossas tradições e aos nossos hábitos. Linda resolveu se aprofundar um pouco mais no que aconteceu nesse estado.

Pratos típicos

Quando os primeiros novos imigrantes chegaram, era de se esperar que muitos dos ingredientes típicos da culinária nipônica não fossem encontrados aqui. Coisas como shoyo, miso, nori, kombu ou wakame não eram achados aqui, logo eles tiveram que “adaptar” sua culinária para realidade brasileira. Um exemplo de um “substituto” para esses produtos é o shoyo à base de tucupi, ou o miso a base de feijão de praia.

O Makisuzhi, na foto acima, foi feito utilizando massa de feijão esmagado para fazer o recheio. Dá mesma forma que mamão verde era bastante utilizado como substituto de verduras. Eles utilizavam o mamão refogado para fazer o tsukemono (que é parecido com picles) e o sonomono (que é uma salada normalmente feita com pepino e vinagre). As raízes do mamão eram utilizadas para fazer o Kinpira Gobo (que é um refogado a base de bardana).

Outra reinvenção para o Tsukemono, foi uso de bananas muito maduras (quase ao ponto de perder) para criar a pasta base do alimento. Isso dava a comida um sabor mais adocicado. No sashimi, prato muito conhecidos por amantes da comida japonesa, eram utilizados peixe naturais do rio amazônico… Dando um sabor especial aos mesmos.

Brasil e diversidade

Linda, autora citada na introdução, diz que o grande motivo dela fazer sua tese em cima da culinária nipo-brasileira vem da complexidade da ideia de “comer”. Se alimentar é algo que envolve emoções, prazer e uma complexa rede de sentimentos, da mesma forma que isso se mistura com cultura. Nosso país é reconhecido por sua diversidade e esses imigrantes fazem parte da cultura do país. Esses trabalhos não somam só na nossa realidade brasileira, mas dentro dos próprios estudos japoneses. Esse povo passou por grandes dificuldades e encararam uma realidade completamente diferente de sua terra natal.

Linda fala da dificuldade de construir as primeiras casas da região e de achar ingredientes. Tudo era novo para essas pessoas, inclusive as barreiras linguísticas. Quando se fala em imigração japonesa, é estudado o eixo Pará-São Paulo. Esse trabalho de Linda evoca uma história nunca antes contada. Uma história de determinação, tradição e criatividade.

E aí, o que achou dessa matéria? Deixe seu comentário aqui em baixo e até a próxima, pessoal!

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