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Incidente no Lago Nyos, um dos mais mortais de História

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Quem vê o lago Nyos, localizado no noroeste de Camarões, à primeira vista acha que aquele é um lago tranquilo e silencioso. Nyos é um lago de cratera, ou seja, aquela água ali é o resultado de uma erupção vulcânica altamente explosiva que aconteceu há séculos atrás. Mas ali, naquelas mesmas águas, aparentemente tranquilas, aconteceu um dos mais estranhos e mortais desastres naturais da história.

Em 21 de agosto de 1986, aquelas águas causaram a morte de 1.746 pessoas e milhares de animais, que moraram na região. Foi um evento totalmente inesperado e que, até hoje, não foi totalmente entendido as suas causas. Muitos culpam os espíritos irados, outros, um ataque químico feito pelo próprio governo.

Mas um vulcanólogo enviado para investigar a tragédia, descobriu o culpado: dióxido de carbono dissolvido na água do lago. Um relatório da tragédia publicado, em 1987, concluiu que o desastre foi causado por uma liberação repentina e violenta de dióxido de carbono, incolor e inodoro. Era tanto dióxido liberado, que ficou mais denso do que o ar e acabou se espalhando pelas montanhas sufocando todos que estão naquela região.

O lago

 

O lago Nyos fica localizado acima de um sistema vulcânico ativo, que tem um dos reservatórios magmáticos mais ricos em dióxido de carbono. O que é totalmente comum em sistemas magmáticos. Acontece que, na altura da superfície, o magma fica exposto a menos pressão confinante. Ou seja, o dióxido de carbono escapa parcialmente, formando bolhas e entrando em fluidos geotérmicos subterrâneos, que penetram na superfície. Normalmente, esse gás deveria vazar da água e escapar para a atmosfera, sem causar nenhum tipo de dano. No entanto, no lago Nyos não foi assim.

Com um enorme volume de água, acredita-se que o gás se mantenha dissolvido dentro do lago. No caso do Nyos, uma camada muito grossa de fluido, enriquecido com CO², foi acumulada por vários séculos, sem nenhuma perturbação. Qual foi o gatilho para o que aconteceu no lago, ainda está em debate. Mas acredita-se que a situação foi causada por um deslizamento de terra na camada, ou uma liberação repentina de dióxido de carbono fresco.

A estratificação se rompeu e o gás foi dissolvido muito rapidamente e liberado em grandes proporções. Especificamente nos 1,2 quilômetros cúbicos de água do lago. Isso causou uma explosão colossal, fazendo a água disparar, rumo ao céu e para os lados, em alturas surreais.

O desastre

Com isso, formou-se uma névoa com o vapor da água sob o ar. O que cobriu toda a região, até 25 quilômetros de distância. Aldeias inteiras foram destruídas com essa névoa. Quando as coisas se acalmaram, ainda encontraram cerca de 800 sobreviventes, muitos deles apresentando sinais de envenenamento por CO².

Outros relataram que o cheiro da pólvora se tornou incrivelmente incômodo, causando ilusões olfativas e termocepcionárias, provocadas pelo envenenamento. Por fim, essa chamada “erupção limniciana” acabou se tornando um dos maiores desastres de asfixia em massa já vistos. Depois disso, o lago, que era azul, se tornou vermelho, conforme o ferro remanescente da base flutuava até a superfície.

Depois do terrível desastre, as autoridades instalaram um sistema de desgaseificação no lago. E também um sistema de alerta, movido à energia solar. Assim, garantindo que o dióxido de carbono, emergido de baixo, não se acumule novamente, prevenindo uma repetição do desastre.

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