Inovação

Insetos em Marte: vamos precisar deles na colonização

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Ao pensarmos na possibilidade de colonizar outros planetas, certamente a primeira ideia não seriam insetos em Marte. No entanto, é isso que pode ser possível.

Afinal, uma das necessidades seria transportar alimentos e recursos essenciais para garantir a sobrevivência da humanidade.

Por outro lado, existe um elemento crucial para transformar o Planeta Vermelho em um ambiente menos inóspito: os insetos.

O que você precisa saber?

Explorar a possibilidade de tornar o solo marciano mais propício à agricultura é um aspecto intrigante da pesquisa espacial. Agora, uma descoberta recente sugere que insetos podem desempenhar um papel fundamental nesse processo.

Um estudo sobre a viabilidade dessa abordagem revelou que o solo de Marte poderia potencialmente se tornar mais fértil com a presença desses pequenos animais.

A pesquisa dedicou-se a analisar como insetos poderiam agir como catalisadores para melhorar a qualidade do substrato marciano.

Considerando as condições únicas do ambiente, os cientistas estão explorando estratégias inovadoras para facilitar a futura colonização do planeta vermelho.

A ideia por trás dessa pesquisa é que os futuros astronautas que eventualmente pisarão em Marte possam contar com um solo mais hospitaleiro, graças à intervenção positiva desses insetos.

Sobre a pesquisa

Via Olhar Digital

A Texas A&M University conduziu esse estudo, que avaliou a significância dos insetos no cultivo de plantas em um solo hostil, simulando as condições presentes em Marte.

Na busca por tornar o solo propício ao crescimento vegetal, os cientistas introduziram um fertilizante natural. Ele é composto pelos resíduos deixados pelas larvas da mosca-soldado negro após seu processo de alimentação e digestão.

O propósito era explorar a possibilidade de utilizar os excrementos e os próprios insetos como agentes benéficos para auxiliar os astronautas na produção de alimentos e na gestão de resíduos em Marte.

Este enfoque ganha relevância considerando a extensão da viagem até o planeta vermelho e a necessidade substancial de recursos alimentares para sustentar a tripulação durante sua permanência no local.

A pesquisa, portanto, visa contribuir para a viabilidade de práticas agrícolas sustentáveis e eficazes em futuras missões espaciais de longa duração.

Ideia

Lisa Carnell, diretora da Divisão de Ciências Biológicas e Físicas da NASA, destacou a inevitabilidade da limitação de recursos durante missões espaciais, afirmando: “Não podemos levar tudo conosco”, em uma entrevista ao The New York Times.

A proposta para contornar essa restrição é cultivar insetos em Marte diretamente no solo.

No entanto, esse empreendimento enfrenta desafios consideráveis, incluindo a ausência de elementos essenciais, como solo fértil, radiação solar adequada e disponibilidade de água, entre outros.

A presença desses insetos poderia desempenhar um papel crucial na transformação dos “jardins marcianos”, tornando-os mais acolhedores em um ambiente inicialmente desafiador.

Hellen Elissen, pesquisadora da Universidade e Pesquisa de Wageningen, na Holanda, enfatiza a voracidade desses insetos, observando que são “comedores muito vorazes” e consomem uma ampla variedade de materiais.

Ao alimentá-los adequadamente, eles contribuem significativamente para a produção de resíduos, potencialmente facilitando a gestão de nutrientes no ambiente marciano.

Essa abordagem inovadora destaca como os insetos podem desempenhar um papel essencial na busca por soluções sustentáveis para a agricultura em Marte.

Mas o que alimentaria os insetos em Marte?

Contemplando a questão fundamental de como alimentar os insetos em Marte, surge a necessidade de estabelecer um sistema completo e autossuficiente, especialmente considerando estadias de longa duração.

A preocupação central é garantir que o ciclo não seja interrompido, mesmo se os recursos alimentares para as larvas se esgotarem.

Nesse contexto, os pesquisadores direcionaram seus esforços para desenvolver uma abordagem abrangente.

Propõe-se que as larvas, em um ambiente de missão prolongada, possam se alimentar dos resíduos orgânicos gerados pelos próprios astronautas.

Esse processo permitiria que as larvas transformassem esses resíduos em excrementos, enriquecendo assim o solo marciano desafiador.

O solo fertilizado, por sua vez, poderia sustentar o cultivo de plantas alimentícias.

Surge, então, uma interessante cadeia alimentar: as larvas, inicialmente alimentadas pelos resíduos humanos, poderiam se tornar uma valiosa fonte de proteína.

Os astronautas, ou até mesmo os animais trazidos para a missão, poderiam consumir essas larvas, fechando o ciclo de sustentabilidade.

Essa interconexão forma um sistema em que os seres humanos alimentam as moscas, que, por sua vez, nutrem as plantas e os animais, finalmente fechando o ciclo ao proporcionar alimento de volta aos humanos.

Via Olhar Digital

Participação na pesquisa

Emmanuel Mendoza, um estudante de graduação na Texas A&M University, desempenhou um papel crucial em uma pesquisa inovadora. No entanto, reconhece que os excrementos por si só não são suficientes.

Diferentes tipos de resíduos podem ser prejudiciais para as plantas, demandando, portanto, um equilíbrio cuidadoso para favorecer a germinação.

Esta necessidade foi abordada na pesquisa por meio da combinação de diversos substratos, uma tarefa que, caso o projeto avance, será incumbida aos futuros astronautas.

O estudo se concentrou principalmente nas ervilhas como principal alimento testado, demonstrando um desempenho notável no “solo marciano”.

Noah Lemke, outro membro da pesquisa, observou que as ervilhas apresentaram resultados semelhantes tanto no solo marciano quanto na mistura destinada a vasos.

Este estágio inicial, no entanto, marca apenas o começo do processo. A eficiência do sistema precisa ser refinada por meio de mais pesquisas, e diferentes tipos de alimentos ainda precisam ser testados.

É crucial reconhecer que os astronautas não podem depender exclusivamente de ervilhas para atender às suas necessidades nutricionais.

Apesar dos desafios, o projeto é promissor, apontando para um caminho inovador em direção à sustentabilidade alimentar em ambientes extraterrestres.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Olhar Digital, Olhar Digital

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