Inovação

Inteligências artificiais chegam mais perto de ler mentes

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As inteligências artificiais tiveram um ano notável em questão de avanços, mas quem poderia imaginar que elas estão perto de ler mentes?

Pesquisadores estão explorando tecnologias que as permitirão alcançar uma habilidade digna de ficção científica: identificar pensamentos.

Embora ainda não signifique que o Chat-GPT poderá acessar os pensamentos das pessoas, essa pesquisa abre caminho para o aprimoramento de dispositivos médicos e neurotecnologias.

A inovação foi destaque na Conferência sobre Sistemas de Processamento de Informação Neural, realizada em Nova Orleans, nos Estados Unidos.

Um algoritmo de inteligência artificial que veio à luz na conferência é capaz de identificar padrões de ondas cerebrais a partir de um eletroencefalograma (EEG) e convertê-los em texto.

Na demonstração, os participantes usavam um capacete de EEG para ler silenciosamente uma frase.

Com base nos sinais do equipamento, a inteligência artificial conseguia identificar o conteúdo lido pelos participantes.

A precisão do programa é de aproximadamente 40%, e, por enquanto, ele identifica verbos com maior precisão do que substantivos.

O autor do artigo, Yiqun Duan, que ainda não passou por revisão por pares, sugere que essa diferença pode ser devido ao fato de que o cérebro produz padrões de ondas cerebrais semelhantes ao processar palavras semanticamente relacionadas.

Via Freepik

Isso é realmente novo?

Trabalhos anteriores já haviam explorado o uso de modelos de aprendizado de máquinas para decifrar pensamentos e ler mentes, mas essa abordagem envolvia o uso de implantes cerebrais ou dispositivos de ressonância magnética.

Por exemplo, utilizando tais dispositivos, pesquisadores foram capazes de reconstruir uma música do Pink Floyd ouvida por voluntários, analisando os sinais elétricos gerados em três regiões distintas do cérebro.

No estudo mais recente, entretanto, os cientistas alcançaram um marco ao traduzir as ondas cerebrais diretamente para texto, utilizando um equipamento portátil, não invasivo e relativamente acessível.

Conforme o especialista afirma, essa pesquisa representa um esforço pioneiro na conversão direta de sinais brutos de EEG para linguagem, marcando um avanço significativo nesta área.

Como ler mentes ajuda a medicina?

Esse tipo de tecnologia ainda precisa de refinamentos, mas, à medida que evolui, pode se tornar uma ferramenta valiosa para pessoas que perderam a capacidade de falar.

Essas pesquisas também representam progressos notáveis nas interfaces cérebro-máquina.

Atualmente, é preciso muitas técnicas invasivas para conectar o cérebro a computadores e dispositivos robóticos.

No entanto, a melhoria dessas comunicações não invasivas tem o potencial de ampliar o acesso às tecnologias biomédicas.

Outro estudo divulgado nesta segunda-feira, 11, também utiliza inteligência artificial com esse propósito. Conforme detalhado no artigo publicado na Nature Biomedical Engineering, um grupo de pesquisadoras desenvolveu um algoritmo capaz de decodificar pensamentos em movimentos robóticos em tempo real.

Isso pode aprimorar a funcionalidade de neurotecnologias, como membros artificiais, e a mesma tecnologia pode servir para o tratamento de condições neurológicas ou facilitar a comunicação remota entre duas pessoas sem a necessidade de telefones.

Além disso, a evolução dessas tecnologias promissoras poderia representar um avanço significativo no suporte a pessoas com deficiência motora, oferecendo meios mais eficazes de interação com o mundo ao seu redor.

Em outras palavras, as possibilidades são diversas, especialmente no âmbito da saúde, mas indo além, abrangem novas comunicações e eliminam barreiras de entendimento.

Via Freepik

Cuidados

Contudo, é crucial ressaltar que, mesmo com os benefícios potenciais, o desenvolvimento e a implementação dessas tecnologias que podem ler mentes exigem uma abordagem cautelosa.

Questões éticas, de privacidade e segurança, devem ter uma consideração cuidadosa. Apenas assim será possível garantir que essas inovações sejam utilizadas de maneira responsável e benéfica para toda a sociedade.

Como não é possível traçar esses critérios agora, os pesquisadores seguem cautelosos com a divulgação. Por isso, espera-se mais avanços antes de se tornar, de fato, uma ferramenta em teste.

 

Fonte: Veja

Imagens: Freepik, Freepik

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