Curiosidades

Jim Jones, a suposta encarnação de Jesus, Buda e Lenin

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Em novembro de 1978, cerca de 918 pessoas morreram em uma prática de suicídio coletivo, em Jonestown, uma comuna fundada por Jim Jones, pastor e fundador do Templo Popular, uma seita pentecostal cristã de orientação socialista. Na época, sabe-se que algumas pessoas foram mortas a tiros e facadas. No entanto, a grande maioria havia bebido, sob as ordens de Jones, um ponche misturado com veneno.

Após o acontecimento, fotógrafos e repórteres tiveram de se mover por um tapete de cadáveres. Dentre as 918 pessoas, que vieram a óbito, 304 eram menores. O acontecimento foi um fim trágico de um projeto utópico.

O projeto de Jones começou em 1956, no estado americano de Indiana. Além de promover curas “milagrosas”, Jones divulgava também ideais igualitários. Os frequentadores dos cultos utilizavam um vestuário modesto e recebiam comida gratuita. Além disso, Jones, durante o inverno, fornecia carvão para as famílias mais pobres. Na época, tal ajuda atraiu um imenso contingente de fiéis.

Jim Jones nasceu em 1931. Desde de pequeno, o pastor já demonstrava grande interesse pelas obras de Joseph Stalin, Karl Marx, Mao Zedong, Mahatma Gandhi e Adolf Hitler. Quando adulto, Jones declarava-se comunista e lutava ao lado dos afro-americanos contra a segregação e a discriminação racial, nos Estados Unidos.

O famoso Templo do Povo foi inaugurado em 1956. Com medo do apocalipse nuclear, em 1962, Jones tentou mudar a sede do templo para o Brasil, especificamente em Belo Horizonte. A ideia não funcionou. O pastor não falava português. Consequentemente, Jones não conseguiu arrebanhar discípulos. O pastor e sua família retornaram para os Estados Unidos, em 1963.

O templo

Após retornar, Jones se instalou na Califórnia. Filiais do templo também foram abertas em São Fernando, Los Angeles e São Francisco. Jones ganhou o apoio do público e, com isso, começou a aproximar-se de figuras políticas progressistas. Em 1977, o pastor chegou a ser comparado com Martin Luther King Jr., Angela Davis e Albert Einstein pelo deputado democrata, Willie Brown.

A seita, entretanto, também começou a despertar suspeitas e a mídia começou a investigar as atividades do pastor. Por esse motivo, em 1794, Jones teve que buscar refúgio na Guiana. Ali, o missionário conseguiu permissão das autoridades locais, para arrendar um terreno em meio à selva. Foi então que, Jones criou uma comuna distante o suficiente dos curiosos.

A nova comunidade de Jones foi construída dentro da Floresta Amazônica. O nome oficial era Projeto Agrícola do Templo do Povo. Em contrapartida, todos os dissidentes chamavam o lugar de Jonestown. Estima-se que mais de 900 americanos viveram na comunidade e cerca de 68% eram negros.

O lugar era autossuficiente. De acordo com sobreviventes, havia uma escola, bangalôs e um pavilhão central. Havia também espaço para os habitantes cultivarem verduras e legumes. No entanto, foi ali que o pastor começou a propagar a ideia de que ele e seus seguidores deveriam, todos, morrer juntos.

O dia da tragédia

De acordo com testemunhas, o reverendo Jim Jones havia ordenado a toda a comunidade a beber um certo tipo de refresco. A bebida era uma mistura de cianeto de potássio e calmantes, e estava disposta em baldes industriais. Muitos o fizeram. Alguns, por vontade própria, porém, outros ingeriram a bebida somente sob ameaça dos seguranças armados.

As crianças foram as primeiras a beber. Quem tentou fugir, foi morto. Apenas 35 sobreviveram. Jones não bebeu. Seu corpo foi achado em uma cadeira de praia, morto com um tiro na cabeça, dado por ele mesmo.

Quatro décadas após a tragédia, Jonestown ainda provoca polêmica na Guiana. O terreno da comuna foi “reconquistado” pela floresta, mas há no país quem queira ver o local explorado, como ponto turístico. O governo do país, no entanto, se recusa a considerar tal possibilidade.

Afinal, limpar as orelhas com hastes flexíveis de algodão faz mal?

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