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Justiça proíbe Léo Lins de fazer piadas com minorias; defesa vê censura

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A Justiça de São Paulo determinou a remoção do show “Perturbador” do comediante Leo Lins, de 40 anos, das plataformas digitais. Leo Lins é conhecido por suas declarações controversas que, por vezes, violam a lei.

A decisão trouxe uma medida cautelar, proibindo o comediante de:

  • Divulgar, transmitir e publicar qualquer tipo de conteúdo em vídeo, imagem ou texto, com conteúdo depreciativo ou humilhante para qualquer categoria considerada minoria ou vulnerável.
  • Fazer quaisquer comentários durante suas apresentações, bem como divulgar, transmitir ou distribuir qualquer arquivo de vídeo, imagem ou texto que contenha conteúdo depreciativo ou humilhante para qualquer categoria considerada minoria ou vulnerável.

Além disso, Lins é obrigado a remover qualquer “conteúdo depreciativo ou humilhante para qualquer categoria considerada minoria ou vulnerável” de todas as plataformas virtuais e sites em geral.

A juíza Gina Fonseca Corrêa, responsável pela medida cautelar, definiu que os conteúdos proibidos incluem aqueles relacionados a raça e cor, bem como religião ou etnia, cultura ou aspectos físicos, orientação sexual ou de gênero, condição de pessoa com deficiência ou idosa, crianças, adolescentes e mulheres.

Via UOL

Além disso, o comediante Leo Lins não poderá sair de São Paulo por mais de dez dias sem autorização judicial.

Caso Lins descumpra qualquer uma das ordens, ele será multado em R$ 10 mil por dia.

O humorista expressou sua insatisfação com a decisão nas redes sociais, informando que o vídeo havia alcançado 3 milhões de visualizações no YouTube.

Defesa

A defesa de Leo Lins considerou a medida cautelar como censura e informou que está tomando as medidas adequadas junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP).

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério Público, que informou que, devido à natureza da medida cautelar, os detalhes do caso estão sendo tratados em segredo de justiça.

Além disso, a assessoria de imprensa do YouTube, plataforma onde o vídeo do especial “Perturbador” estava, não se pronunciou.

A decisão recebeu críticas do também humorista Fábio Porchat, que a classificou como “uma vergonha”.

Polêmicas do comediante Leo Lins

O comediante Leo Lins é famoso por suas piadas polêmicas em seus shows, tendo várias condenações no ano passado, quando precisou pagar duas indenizações por piadas consideradas ofensivas. Vejamos algumas das polêmicas:

Piada com DJ Ivis: Em 2021, durante um show, o comediante mencionou que colocou DJ Ivis (acusado de agressão pela ex-mulher) para tocar em seu reencontro com sua ex-namorada, Aline Mineiro. Ele também expressou o desejo de “encontrá-la, conversar, olhar olho no olho, dar um soco na costela”.

Transfobia: Ainda, o comediante Leo Lins precisou pagar uma indenização de R$ 15 mil à cabeleireira Whitney Martins de Oliveira. Ele fez piadas transfóbicas com seu nome e publicou na internet.

Gordofobia: Leo Lins promoveu um show utilizando uma imagem da modelo plus size Bia Gremion e seu namorado, Lorenzo, um homem trans, sem obter autorização. Na foto, os dois aparecem de lingerie, e o comediante escreveu: “Chamei sua atenção? Que bom”.

Piadas com tragédias

Via UOL

Chapecoense: Em um show de stand-up postado em seu canal no YouTube em 2018, Leo Lins fez uma piada relacionando a queda do avião da Chapecoense, que resultou na morte de 71 pessoas em 2016, ao assassinato do jogador Daniel, ex-São Paulo. Ele comparou a tragédia ao dizer que ao menos o jogador comeu algo bom antes de morrer. Não foi como o time da Chapecoense, que tinha comida de avião. Em outro vídeo, publicado em 2019 pelo canal Castro Brothers, o humorista afirmou que pão que cai no chão é “pão na Chape”.

Tsunami: Em 2011, Lins fez uma piada relacionada ao terremoto, tsunami e acidente nuclear ocorridos no Japão. Em 2013, quando tentava obter visto para entrar no país, brasileiros residentes no Japão fizeram um abaixo-assinado para proibi-lo de entrar. Embora as autoridades tenham negado que a decisão estivesse relacionada ao vídeo, alegaram que se tratava de um problema de documentação.

Esses são exemplos de algumas das declarações controversas do comediante em suas apresentações. A internet discute a decisão, mas apontam que o conteúdo é criminoso e deve ser apagado.

 

Fonte: UOL

Imagens: UOL, UOL

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