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Mamífero mais antigo da Terra é identificado no Rio Grande do Sul

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Uma equipe de pesquisadores brasileiros e ingleses conseguiu estabelecer que pequenos fósseis encontrados no Rio Grande do Sul no começo dos anos 200 são os mamíferos mais antigos da Terra. A descoberta foi publicada no dia 06 de setembro no periódico inglês Journal of Anatomy.

A pesquisa foi realizada com as dentições dos Brasilodon quadrangularis, encontrados em rochas fossilíferas do período Triássico/Noriano, datadas com cerca de 225 milhões de anos.

Os materiais foram encontrados inicialmente em Faxinal do Soturno, na Região Central do Rio Grande do Sul, e depois em outros pontos do RS. Os brasilodotídeos tinham 20 cm de comprimento e eram similares aos roedores atuais.

“Os materiais foram encontrados no início dos anos 2000, mas não tinham uma identidade estabelecida como mamíferos, eles estavam estabelecidos como répteis, estavam fora do quadro mamário”, informou o paleontólogo Sergio Furtado Cabreira, doutor em Geologia pelo Programa de Pós-Graduação em Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O pesquisador foi orientado pelo professor Cesar Leandro Schultz, que também assina o estudo, assim como outros pesquisadores de diferentes instituições e áreas.

De acordo com Cabreira, o animal foi descrito desde 2003 na literatura internacional pelo paleontólogo José Bonaparte. No entanto, naquele momento, “inexistiam ferramentas acadêmicas para analisar a biologia do animal”.

Após isso, os pesquisadores desenvolveram um novo método que consiste em analisar a dentição de um conjunto de três mandíbulas.

“Nossa pesquisa demonstrou, através de análises de microscopia das mandíbulas e dos dentes, que estes pequenos animais já apresentavam difiodontia, isto é, apenas uma dentição permanente substituindo a dentição de leite”, explica Cabreira.

Dessa maneira, foi possível identificar que a substituição dos dentes do mamífero aconteceu  dentro de um “padrão tipicamente mamariano placentário”, explica.

A descoberta

Foto: Rochele Zandavalli / UFRGS

Cabreira afirma que o grupo começou a estudar o material em 2004 e, “ao longo dos últimos anos a gente vem agregando ferramentas teóricas para que pudéssemos interpretar as lâminas histológicas”. Ele aponta que a mandíbula do mamífero tem aproximadamente 2 centímetros.

De acordo com o pesquisador, a descoberta muda o que era entendido como os primeiros caracteres mamarianos. “Os métodos atuais de classificação do que é um mamífero vão ter que se readequar”, afirma o pesquisador, acrescentando a bibliografia acadêmica sobre a genética da origem dos mamíferos.

“O que nós estamos vendo é que os mamíferos são muito mais antigos do que se pensava”, afirma.

Visitação

Foto: Rochele Zandavalli / UFRGS

A UFRGS possui um exemplar dos fósseis dos mamíferos que foram estudados em exposição no Museu de Paleontologia, juntamente com a sua reconstituição. A visitação é gratuita, no entanto, precisa de agendamento em caso de grupo de mais de seis pessoas.

O Museu de Paleontologia Irajá Damiani Pinto fica no Campus do Vale, no bairro Agronomia, em Porto Alegre. O local abre todos os dias das 9h ao meio-dia e das 14h às 17h, exceto nas segundas à tarde. 

Além disso, na página do museu, também é possível fazer os agendamentos e um Tour Virtual.

Extinção dos dinossauros permitiu o surgimento de mamíferos maiores

Foto: Olhar Digital

Ainda falando sobre mamíferos, uma pesquisa publicada na revista Nature aponta como foi a evolução desses animais após analisar fragmentos ósseos e dentes de um Pantolambda bathmodon. Esse mamífero extinto, pesava aproximadamente 42 quilos quando adulto, e viveu 4 milhões de anos depois da extinção dos dinossauros.

De acordo com o pesquisador da Universidade de Edimburgo e autor principal do estudo, Gregory Funston, “os mamíferos não tinham ficado maiores que um texugo durante o Mesozóico [252 milhões a 66 milhões de anos atrás], então Pantolambda tinha duas ou três vezes mais do que esse tamanho”.

Ainda conforme as descobertas desse estudo, a evolução do P. bathmodon está ligada principalmente com a gestação desse animal. O desenvolvimento uterino fez com que esses mamíferos ficassem grandes e desenvolvidos o suficiente para nascerem prontos para andar.

O autor do artigo ainda aponta que fisicamente o P. bathmodon se parece com um cachorro ou urso, já que tinha uma cauda longa e fina e pés que pareciam mãos humanas. 

Os fósseis de P. bathmodon analisados foram encontrados na bacia de San Juan, no Novo México. A coleta de amostra desses mamíferos, que as idades variam de 2 anos a 11 anos na época da morte, permitiu que a equipe estimasse a rapidez com que esses animais cresciam e a estimativa de vida da espécie.

Fonte: G1, Olhar Digital

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