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Médica que recebeu rim doado pela mãe faz residência em hospital onde passou por transplante

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Uma menina que viria a se tornar médica passou por uma experiência incrível na infância. Rafaela Andrade teve insuficiência renal crônica e, aos 10 anos de idade, passou por um transplante, possibilitado pela doação de um rim de sua mãe. Agora, aos 34 anos, ela faz residência no mesmo hospital e usa a própria vida para incentivar a doação de órgãos.

“Eu digo sempre que ela me deu a vida duas vezes. Então, ela é a minha mãe duas vezes, ela é o meu porto seguro. É por ela que eu estou aqui”, declarou Rafaela. A história das duas foi contada na semana que busca incentivar a doação de órgãos, na quarta-feira (28).

Rafaela foi uma das primeiras pacientes a receber um transplante no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) que fica na Rua dos Coelhos, no bairro da Boa Vista, região central de Recife.

Sua mãe, a gastróloga Érika Andrade, descobriu, quando estava grávida, que sua filha tinha rins policísticos. Essa doença pode evoluir para a insuficiência renal crônica. Assim, quando Rafaela completou seus 8 anos de idade, ela começou a apresentar sintomas de insuficiência renal, o que fez com que a família se empenhasse em procurar um especialista.

“Fui diagnosticada ainda intraútero e até os 8 anos, mais ou menos, a gente teve uma vida completamente normal, era acompanhada pelo pediatra. Diante dessa situação, com a evolução da doença, comecei a ter uma queda da função renal. Foi quando foi indicado o transplante”, disse Rafaela.

Ponto de virada

Desde as primeiras consultas, a mãe já perguntou ao médico se poderia doar. No entanto, soube que Rafaela precisava, primeiro, completar 10 anos para estar apta a receber o transplante de um adulto. Desse modo, Érika jamais irá esquecer a data em que ocorreu a cirurgia que mudou a vida da filha: 23 de março de 1999. “Fiz os exames, […] foi uma benção e ela está aí”, contou a gastróloga.

De acordo com a mãe, o exame de compatibilidade indicou que ela e Rafaela eram “quase irmãs gêmeas” e que a cirurgia foi um sucesso. Vinte e três anos depois, a mãe conta que vive uma vida normal. Ela faz natação, tem uma vida social e não precisa tomar medicações.

“Minhas taxas são perfeitas, ou seja, doar é um ato de amor mesmo, porque, para o seu corpo, a sua saúde, não faz mal nenhum”, declarou a doadora. Rafaela conta que possui alguns cuidados diários, mas que também vive uma rotina saudável. Ela explicou que existem transplantes que são mais difíceis e que requerem maiores restrições. Porém, é possível viver mais próximo da normalidade.

rafaela andrade transplante de rim

Reprodução/TV Globo

“A gente tem alguns cuidados com alimentação, toma medicação. Eu tomo um imunossupressor para o resto da vida. Não tem como deixar de tomar as medicações, mas eu faço exercício físico, fiz faculdade, vou casar, posso ter filhos, não tem grandes restrições”, disse a médica.

Sendo assim, essa experiência causou tanto impacto em Rafaela que ela decidiu cursar medicina. Desde 2019, ela faz residência em pediatria no Imip. No trabalho, um de seus objetivos é ajudar outras crianças a enfrentar o mesmo processo que ela mesma passou há mais de duas décadas.

Doação de órgãos

De acordo com o Ministério da Saúde, não são todos os órgãos que podem ser doados em vida. Além disso, o órgão informa que a doação de órgãos e tecidos quando as pessoas morrem só é realizada após a autorização familiar.

“Existem inúmeras pessoas que precisam de um órgão para ter uma oportunidade de uma vida melhor. Então, doem, pois com certeza as pessoas vão sentir um alento, ao saber que mesmo na dor, conseguiram salvar uma pessoa”, aconselhou Érika.

Fonte: G1

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