Médicos encontram vermes em cérebro de homem que comeu bacon mal cozido

No American Journal of Case Reports, em 7 de março, cientistas publicaram um estudo que descreve o caso de um homem de 52 anos que contraiu uma infecção cerebral nos Estados Unidos.

Entretanto, o fator mais interessante foi a origem da infecção, atribuída à larva do parasita Taenia solium, que possivelmente aconteceu com consumo de bacon mal cozido.

Larva do bacon

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A larva do verme T. solium geralmente infecta porcos, mas a ingestão de carne suína crua ou mal cozida pode resultar na transmissão para humanos.

Além disso, o contato com fezes contendo ovos do parasita também pode levar à contaminação humana.

A ingestão das larvas pode resultar em teníase, quando o verme conhecido como tênia se desenvolve no intestino humano.

Entretanto, o paciente em questão apresentou cisticercose, uma variante dessa infecção caracterizada pela fixação de cistos nos músculos ou no cérebro.

Devido ao acometimento do sistema nervoso central do paciente nos Estados Unidos, a condição é denominada neurocisticercose.

Os sintomas mais comuns incluem dores de cabeça intensas e frequentes, juntamente com convulsões, que afetam até 80% dos pacientes, conforme relatado pelo site Live Science.

Como ocorreu o diagnóstico

Os médicos nos Estados Unidos identificaram o quadro parasitário e a infecção cerebral do paciente depois que ele relatou um aumento na intensidade e na frequência de suas enxaquecas usuais, sem alívio dos tratamentos convencionais.

Na clínica onde o homem estava recebendo atendimento, uma tomografia computadorizada revelou múltiplos cistos na substância branca do cérebro, particularmente nas fibras nervosas e regiões profundas do órgão.

Além disso, observou-se um agrupamento de cistos no canto inferior direito da área cerebral.

Os médicos decidiram internar o paciente com urgência em um hospital. Posteriormente, uma ressonância magnética mostrou a presença de mais cistos na região frontal e média da camada externa do cérebro, juntamente com sinais de infecção cerebral, confirmando o diagnóstico de neurocisticercose.

Não havia histórico evidente que pudesse ter exposto diretamente o paciente à doença, uma vez que não havia realizado viagens recentes ou visitas a fazendas, por exemplo.

No entanto, o paciente admitiu ter mantido ao longo de sua vida o hábito constante de consumir bacon mal cozido.

Via Revista Galileu

Suspeitas

Os médicos envolvidos no caso suspeitam que o homem tenha inicialmente desenvolvido teníase devido aos seus hábitos alimentares, e posteriormente contraído cisticercose por não higienizar as mãos após usar o banheiro.

Após receber tratamento imediato com antiparasitários e anti-inflamatórios, o paciente sobreviveu à infecção cerebral.

Os medicamentos foram eficazes na redução do tamanho das lesões parasitárias, resultando em uma melhora significativa nas dores de cabeça, conforme relatado pelos autores do estudo.

Os médicos destacaram em sua pesquisa que não há motivos para preocupação com a neurocisticercose, pois é uma condição incomum.

Aneurocisticercose é uma infecção parasitária do cérebro, geralmente adquirida em viagens a países em desenvolvimento onde a cisticercose e a teníase são endêmicas.

Assim, é raro que os pacientes contraiam neurocisticercose sem exposições ou viagens típicas, por meio do consumo de bacon, por exemplo.

Cuidados para o dia a dia

Por outro lado, existem alguns cuidados para prevenir a teníase e a neurocisticercose, bem como outras infecções parasitárias.

No dia a dia, a recomendação é cozinhar completamente a carne de porco, evitando comer com uma temperatura interna menor. Isso ajuda a matar as larvas presentes. Por via das dúvidas, evite o consumo cru ou mal cozido em qualquer circunstância.

Além disso, a higiene é fundamental. Isso porque os parasitas podem se instalar na pele e transmitir para o alimento. Assim, procure lavar as mãos antes de manipular a comida, e tenha um ambiente suficientemente limpo.

Alguns locais podem ter maior índice de contaminação, então vale ficar atento no consumo da água. Procure ferver antes do consumo direto ou de usar na comida.

Ao se educar mais sobre as larvas de Taenia, é possível evitar a contaminação e eventuais complicações, como infecção cerebral e até mesmo internações.

Fonte: Revista Galileu

Imagens: Revista Galileu, Freepik